DO TRATAMENTO MORAL DA LOUCURA: UMA LEITURA DE HISTORIA DA LOUCURA E DE O PODER PSIQUIÁTRICO, DE MICHEL FOUCAULT
DAVID VERGILIO MOURA, Prof. Dr. Marcos Alexandre Gomes Nalli
Data da defesa: 28/08/2020
Antes da medicalização da loucura, o doente mental era concebido moralmente problemático. A psiquiatria surge com importância científica ao classificar as doenças mentais patologicamente, tornando-as passíveis de tratamentos médicos. Desta forma, a presente pesquisa busca compreender qual a história responsável pela medicalização da loucura e como ela pode ser concebida como um problema moral em diversos períodos. A partir de tais questões, se torna necessário fazer um estudo minucioso acerca dos escritos da primeira fase de Foucault (2006; 2014). Essa fase arqueológica trará à luz a Historia da loucura, a fim de compreender a loucura antes de ser institucionalizada. O grande intuito da pesquisa, portanto, é apresentar de forma consistente a loucura antes de ser institucionalizada e a forma como era concebido o ser tomado de insanidade. De tal maneira que se puderam apontar passo a passo todas as ações diante do mal assolado antes do século XVIII. Nos cursos de 1973/1974 no Collège de France, ministrados por Foucault, originando a obra O Poder Psiquiátrico, traz a cena uma nova análise acerca da loucura, após dez anos da publicação de História da Loucura. Isso dá evidencias das articulações entre as relações do médico e paciente nos tratamentos asilares. Esperou-se, por fim, compreender como o tratamento moral está arraigado à loucura, desde antes de sua medicalização
A SOCIABILIDADE HUMANA EM SCHOPENHAUER: A INSUFICIÊNCIA DAS VIRTUDES MORAIS E O PAPEL DA JUSTIÇA TEMPORAL
ANDRÉ FELIPE DO NASCIMENTO, Prof. Dr. Aguinaldo A. C. Pavão
Data da defesa: 07/05/2020
A presente dissertação tem como objetivo mostrar quais são as condições jurídicas da sociabialidade humana e expor a insuficiência das virtudes morais para o propósito da sociabilidade. A partir de uma análise do fundamento da moral oferecido por Schopenhauer e o papel das virtudes morais em sua filosofia, mostrar-se-á o porquê, para a sociabiliade, a figura do Estado possui um papel central. Ademais, mostrar-se-á a relação entre ética e direito no pensamento de Schopenhauer e as críticas que ele faz à doutrina do direito kantiana, bem como a separação feita por Kant entre ética e direito.
A ARTICULAÇÃO ENTRE A LIBERDADE DA AÇÃO E A LIBERDADE DA VONTADE EM HANNAH ARENDT
ALINE MONTEIRO DE SOUZA, Profa. Dra. Maria Cristina Müller
Data da defesa: 20/04/2022
O presente estudo apresenta como tema a ideia de liberdade nas atividades da ação e do querer em Hannah Arendt (1906–1975). Objetiva-se compreender a articulação entre a liberdade da ação e a liberdade da vontade, tendo por propulsão a indagação de como os seres humanos iniciam uma série de coisas no mundo. Arendt propõe uma reflexão acerca da condição humana e a subdivide em duas dimensões distintas, porém conexas – dimensão ativa e dimensão contemplativa. Desta reflexão surge a concepção de que a atividade da ação pertence ao modo de vida ativo, enquanto a atividade do querer pertence ao modo de vida interior, de modo que tais atividades realizam-se em esferas distintas. Entretanto, a ação e o querer compartilham características similares – espontaneidade e natalidade. A partir da afirmação de Arendt de que a liberdade só se efetiva como realidade tangível no mundo público, pretende-se entender qual a liberdade pertinente a cada atividade e quais implicações podem ser depreendidas da relação entre a liberdade da ação e a liberdade da vontade. A ação é responsável pela manifestação da liberdade política como espontaneidade no mundo comum, ao passo que o querer lida com a liberdade de possibilidades. Pode-se supor a existência de uma certa ligação entre a liberdade da ação e a liberdade interior. Da pesquisa bibliográfica baseada em procedimentos como leitura, análise, compreensão e reconstrução teórica dos textos de Hannah Arendt e de seus comentadores, infere-se que há de fato uma ligação entre as liberdades, na medida em que a liberdade da vontade impele a ação por meio da escolha de como se aparecerá no mundo e como portadora da potência da liberdade, enquanto a liberdade da ação só se torna realidade no mundo público. Nesse sentido, a relação entre a liberdade da vontade e a liberdade da ação não constituem uma conexão de cunho causal e determinado, mas sim de forma contingente.