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Grade dos estudantes regulares | Grade dos estudantes especiais
Pintura de fundo de Rembrandt Van Rijn, En lærd i sitt studérkammer (“Um estudioso em sua câmara de estudos”), Museu Nacional de Oslo, 1640, domínio público.
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Teses e dissertações

B. F. Skinner é um autor fundamental para uma certa proposta de Psicologia, haja visto o Comportamentalismo. Há em seu pensamento um conceito denominado “contracontrole” que, dentre os autores contemporâneos, parece ser essencial para as discussões políticas. Oriundas desde a década de 1970, tais discussões se configuram como uma aproximação entre a perspectiva comportamentalista e política. Sendo assim, a presente pesquisa procurou apresentar uma matriz conceitual sobre a noção de contracontrole. Inicialmente nos textos do autor e, em seguida, mapear sua dispersão na literatura especializada de matriz anglófona e brasileira. No primeiro capítulo foi realizada uma investigação nos livros publicados pelo autor, cobrindo da década de 1930 a 1980. No segundo, foi apresentado como o conceito de contracontrole é discutido na literatura especializada anglófona e tal organização das discussões resulta nos seguintes pontos: a) contracontrole como algo desejável; b) contracontrole como algo indesejável; c) contracontrole e liberdade; d) contracontrole e resistência. Por fim, no terceiro capítulo, foi realizado o mesmo movimento em relação à literatura especializada de matriz brasileira, investigando agora, artigos publicados em revistas, dissertações e teses. A discussão nessa literatura resultou nos seguintes aspectos: a) efeito do controle aversivo, sendo um efeito colateral indesejado, subproduto de contingências aversivas nas quais o organismo está submetido; b) tratado como comportamentos específicos com exemplos genéricos; c) em termos de contingências contracontroladoras. Adotou-se a postura arqueológica para tais investigações. A arqueologia se configura como uma forma de pensamento que desenvolve temas para além de ser meramente uma questão metodológica. Como contribuição para os estudos em relação à noção de contracontrole, em linhas gerais o conceito pode ser organizado da seguinte maneira: uma classe de comportamentos controlados por contingências contracontroladoras que tem por função, seja direta ou indiretamente, diminuir, eliminar, destruir o controle por contingências opressivas, podendo se dar no nível individual e no nível grupal. Por fim, observou-se que no campo da psicologia comportamentalista parece que tem se apresentado uma certa insegurança em sua própria cientificidade, no sentido de sua primazia em relação aos outros campos. Há um movimento cada vez maior de abertura às questões. A própria noção de contracontrole, apesar de não ser tão desenvolvida tanto na matriz anglófona quanto na brasileira, está aparecendo e sendo discutida no campo da política. A partir disso, parece que um novo campo de possibilidades se abre, no qual a noção de contracontrole pode ter um papel fundamental.
O objetivo principal da presente dissertação é a investigação sobre a formação e significação do conceito de liberdade intelectual que surge em Schopenhauer na obra Sobre a liberdade da vontade e aparece vez ou outra de modo direto ou indireto em outras de suas obras. No entanto, muitos conceitos importantes das discussões filosóficas schopenhauerianas também são trabalhados e abordados sob a perspectiva de aumentar a compreensão e de fornecer um detalhado e pormenorizado estudo da liberdade. São esses conceitos principalmente a responsabilidade moral, a justiça eterna, as formas de causalidade, a negação da vontade, o fatalismo e a loucura, que dão como que o intervalo tonal e compõem o campo harmônico para vez ou outra, recorrer de novo à tonalidade principal, ou seja, à liberdade intelectual. Uma importante reflexão levantada ao final da dissertação e que se configura como uma das suas principais contribuições para a comunidade filosófica schopenhaueriana especializada se trata da hipótese de pensar a loucura, no âmbito da filosofia e do entendimento de Schopenhauer, como que deslocada da estética para a ética, de modo a entendê-la não apenas como rompimento do fio da memória, mas também como estando nos santos e negadores da vontade como loucura divinatória, nas palavras de Sócrates e expostas por Platão, tal como busquei mostrar.
Achille Mbembe consiste em um dos grandes nomes do pensamento político contemporâneo. Foi sobretudo como seu conceito de necropolítica que seus trabalhos ganharam notoriedade no meio nacional. Todavia, apesar de se tratar de um autor em evidência, ainda é possível constar uma certa escassez de literatura especializada sobre Mbembe e sua obra no país. Com isso, a presente dissertação procura, valendo-se do método de revisão bibliográfica, esclarecer e contextualizar a noção de necropolítica em Mbembe. Para tanto, utilizamos como estratégia teórica a apresentação dos propósitos e intuitos do autor camaronês através de um diálogo com suas principais fontes e influências. Dentro dessa perspectiva se torna possível vislumbrar o pensamento de Mbembe como situado em uma encruzilhada teórica entre estado de exceção, biopolítica e colonialidade. Assim, investigaremos inicialmente as teorizações sobre o estado de exceção, conforme iniciadas por Carl Schmitt e continuadas por autores como Giorgio Agamben. Essa primeira investigação importará para a compreensão da colônia como uma forma de exceção e um dos baluartes do terror moderno. Em seguida, nos debruçaremos sobre as reflexões de Michel Foucault, sobretudo quanto ao biopoder e o racismo de Estado, a fim de elucidar a colonização como uma experiência biopolítica e bioeconômica. Após o que, passaremos a investigar as peculiaridades do necropoder em relação ao biopoder. Para tanto, o pensamento de Frantz Fanon nos será indispensável, já que à sua obra a que Mbembe recorre, não apenas para compreender o funcionamento da violência em solo colonial, como também para integrar as insuficiências do pensamento de Foucault. Por fim, exporemos como a necropolítica pode ser contextualizada dentro dos rumos que a filosofia de Mbembe vem apresentando nos últimos tempos, notadamente no que concerne às suas implicações com as noções de devir-negro e de brutalismo.

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