J.-J. Rousseau: do cuidado com a natureza e o viver em harmonia

Dissertação de mestrado

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Resumo

O trabalho enfatiza a compreensão de Jean-Jacques Rousseau sobre os elementos que compõem a interioridade do homem e dos diferentes ambientes naturais em que este se insere, bem como as relações entre essas duas esferas. A natureza é fator preponderante e estruturante para a construção das ideias do genebrino, de modo que, ela percorre toda a sua obra. Assim, o trabalho busca evidenciar, em várias de suas obras, a formação do ambiente natural construído a partir do conceito de natureza proposto pelo genebrino. No primeiro capítulo tratamos sobre o estado de natureza, com destaque ao ambiente natural que envolvia o bom selvagem e, posteriormente, o desenvolvimento do jovem Emílio, utilizando como referências a primeira parte do Segundo Discurso e os Livros I, II e III do Emílio. No segundo capítulo dissertamos sobre a ordem da natureza e o ambiente natural que se têm na relação entre o homem e a sua natureza, de maneira mais espiritual, religiosa e sentimental. Para esse fim utilizamos como referências a Profissão de fé do vigário saboiano (presente no Livro IV de Emílio) e a Sétima Caminhada dos Devaneios. Já o terceiro capítulo aborda as aproximações do homem, já corrompido pela sociedade, com a natureza, de forma a criar um ambiente natural nesses espaços. Aqui utilizamos como referências o Livro V do Emílio, a Quinta Caminhada dos Devaneios e as Cartas XI (Quarta Parte) e II (Quinta Parte) de Júlia ou A Nova Heloísa. Tem-se como resultado que o ambiente natural, mesmo que não seja diretamente mencionado pelo pensador, apresenta-se como um elemento externo na relação do homem com tudo o que o cerca, de modo a evidenciar um ordenamento em que o homem possa, mesmo em determinados espaços de tempo, viver harmoniosamente numa reconciliação de sua natureza com a cultura.