Movimento estudantil liberal : de junho de 2013 ao impeachment de Dilma Rousseff
Natalia Pires Oliveira, Eliel Ribeiro Machado
Data da defesa: 05/06/2020
Neste trabalho, procuramos entender a articulação política dos estudantes liberais em quatro universidades federais no Brasil (FURG, UFRGS, UFSM e UNB) no período entre 2013 e 2016. Para isso, identificamos os grupos liberais que atuaram em Junho de 2013 e suas posteriores ligações com os grupos liberais das respectivas universidades. Procuramos entender a atuação liberal dentro do movimento estudantil, a sua capacidade de mobilização por meio de um discurso político, o seu método de organização, além de buscarmos compreender quais eram suas perspectivas para a universidade e para o próprio movimento estudantil. A partir da identificação de alguns elementos discursivos empregados pelos estudantes liberais, conseguimos analisar sua atuação e formação para a aceitabilidade legitimidade dos seus discursos dentro das universidades. Dessa forma, buscamos analisar as formações ideológicas e políticas desses estudantes.
O protagonismo juvenil nas ocupações de duas escolas estaduais no NRE/Londrina : análise sociológica
Fernando Giorgetti de Souza, Angela Maria de Sousa Lima
Data da defesa: 05/06/2019
A presente pesquisa analisa sociologicamente o protagonismo juvenil durante o fenômeno das Ocupações em duas escolas públicas estaduais do NRE/Londrina. Objetiva investigar a experiência dos jovens e suas percepções sobre a participação no movimento estudantil e a reforma no Ensino Médio. Diante dos cortes nos investimentos da educação, inseridos sobretudo na PEC-241/2016 e contra a MP-746/2016 da reforma do Ensino Médio, estudantes se mobilizaram no Brasil, para manifestarem-se contrários a essas políticas governamentais. Observamos que as Ocupações nas escolas públicas (2016) foram as respostas destes jovens contra a autocracia na política brasileira, buscando abrir espaços mais democráticos para o exercício de seus direitos. Neste contexto, essa pesquisa qualitativa mescla técnicas de coleta de investigação, através de dados bibliográficos, documentais e de Grupo Focal constituído por seis participantes das Ocupações, em 2017, entrevistas semiestruturadas individuais com questões abertas e fechadas aplicadas aos estudantes de duas escolas do NRE/Londrina durante a Semana de Humanidades e na Semana de Sociologia, em 2016/2017, incluindo relatos dos estudantes captados na mídia tradicional, nas mídias sociais e independentes durante o fenômeno. Como hipótese, tomamos as Ocupações das escolas como demonstração de um caráter solidário. Pautamos o referencial teórico do protagonismo juvenil nos movimentos sociais de Gohn (2011), no conceito de relações de saber em Charlot (2000, 2001) e nas disposições individuais em Lahire (1997, 2004). A pesquisa evidenciou que atividades desempenhadas pelos estudantes durante as Ocupações se constituíram em experiência política, configurando-se como um material que poderá inspirar as mudanças curriculares futuras, mostrando que concepção de escola tais juventudes desejam. Logo, as respostas das juventudes são importantes para a reformulação da própria concepção de educação e de sociedade que se quer constituir. Dentre as muitas descobertas nessa pesquisa, destacamos o empoderamento dos jovens, através dos múltiplos conhecimentos adquiridos, as disposições exercitadas, a prática do exercício político, a autonomia, a criticidade, o enfrentamento nas arenas políticas, os diferentes tipos e relações com os saberes, a interação com estudantes universitários, com artistas e com profissionais de diversos campos. A resiliência dos jovens diante das retaliações sofridas por grupos de extrema direita ultraconservadores, além da solidariedade entre eles, o sentimento de pertença e zelo pela escola, também foram legados e disposições apreendidas. Enfim, dentro do contexto das Ocupações, os estudantes ressignificaram o espaço escolar, abrindo espaços democráticos para o protagonismo, nas interfaces entre culturas, lazer e saberes.