Ações docentes e discentes em atividades de Modelagem Matemática no Ensino Superior
Caio Juvanelli, Profa. Dra. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 27/02/2023
Esta é uma pesquisa qualitativa, que teve o objetivo de descrever ações docentes e discentes em atividades de Modelagem Matemática, realizadas durante aulas remotas de um curso de Licenciatura em Matemática. A questão norteadora da investigação foi: quais categorias podem descrever as ações docentes e discentes no desenvolvimento de atividades de Modelagem Matemática durante aulas remotas em curso de Licenciatura em Matemática? Os dados foram coletados no decorrer do ano letivo de 2021 durante aulas de uma disciplina de Modelagem Matemática na Perspectiva da Educação Matemática, de um curso de Licenciatura em Matemática em uma universidade estadual do Paraná. As aulas foram gravadas e analisadas de acordo com a Análise de Conteúdo. Do nosso movimento analítico foi possível elencar categorias gerais de ação docente: Perguntar(Doc) e Explicar(Doc), que são complementadas por um conjunto de subcategorias (PDOC1, PDOC2, PDOC3, PDOC4, EDOC1, EDOC2, EDOC3, EDO4 e EDOC5). E para a ação discente as seguintes categorias: Perguntar(Dis) e Explicar(Dis), que são complementadas por um conjunto de subcategorias (PDIS1, PDIS2, PDIS3, PDIS4, EDIS1, EDIS2 e EDIS3). Os dados revelam que a professora esteve nos diferentes momentos da aula, perguntando, questionando e indagando os alunos no decorrer do desenvolvimento da atividade, além de ter proferido explicações sobre os temas desenvolvidos, elucidado termos, conceitos e os direcionado para a resolução e validação dos resultados. Os discentes realizaram perguntas, questionamentos e indagações, além de descreverem seus raciocínios, articulando ideias e argumentarem com outros colegas e a professora no desenvolvimento da atividade.
Um estudo acerca da intencionalidade da ação docente em aulas de Ciências do Ensino Fundamental
HEMILYN DA SILVA MENEGUETE, Profa. Dra. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 09/02/2023
Esta dissertação apresenta um estudo acerca da intencionalidade da ação docente em aulas de Ciências do Ensino Fundamental. Nosso objetivo foi compreender: Quais as intenções do professor quando desenvolve suas ações em sala de aula. Os dados são provenientes das gravações de aulas de duas professoras, que ocorreram no ano de 2019 na modalidade do ensino presencial e que foram retomadas como objeto de pesquisa em 2021 para a realização de entrevistas, em procedimento denominado autoscopia. A organização, categorização e análise dos dados foram pautadas nos pressupostos da Análise Textual Discursiva. Nesta pesquisa, assumimos que a intenção tem duas componentes, que se referem ao plano de ação e objetivo. E por meio destes fundamentos analisamos em forma de episódios duas aulas de cada professora. Os resultados apontaram no Plano de Ação para as ações das docentes executadas durante a gravação, e os Objetivos foram identificados a partir dos discursos proferidos no dia da entrevista, que dizem respeito às motivações que deram origem às mobilizações visualizadas. Além disso, para cada episódio foram identificadas aproximações entre os dois componentes da intenção, e, desta forma, compreendemos que uma intenção fundamenta as ações do sujeito professor. Em síntese, no que tange aos resultados de P1 acerca das duas aulas analisadas no que diz respeito aos Objetivos Centrais, foram encontrados elementos próximos as percepções de explicação do conteúdo, valorização da autonomia, utilização de material de apoio, fundamentação na afetividade, e aprendizagem autônoma e significativa. Já no que tange aos resultados de P2 acerca das duas aulas analisadas no que diz respeito aos Objetivos Centrais, foram encontrados elementos próximos as percepções de valorização dos conhecimentos prévios, explicação do conteúdo, utilização de diversas metodologias, acolhimento dos alunos, fazer relações interdisciplinares, atender as especificidades dos alunos no que tange às suas necessidades para alcançarem a aprendizagem.
Ações docentes e discentes em aulas de matemática que exploram objetos de aprendizagem na lousa digital
Fábio Roberto Vicentin, Profa. Dra. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 25/08/2022
Esta pesquisa de natureza qualitativa teve como principal objetivo caracterizar as ações docentes e discentes, evidenciando suas conexões, em aulas de Matemática fundamentadas na exploração de objetos de aprendizagem na lousa digital. Assim, a principal questão de pesquisa norteadora desta investigação, para a qual buscamos respostas, foi: Quais ações docentes, ações discentes e eventuais conexões podem ser observadas em aulas de Matemática que exploram objetos de aprendizagem na lousa digital? Os procedimentos metodológicos se basearam na Análise de Conteúdo assumida como uma proposta teórica utilizada como método de coleta e de análise de dados qualitativos. As aulas foram planejadas pelo professor pesquisador, autor desta tese, que, também, implementou as mesmas com grupos de alunos do Ensino Fundamental e Médio, nos anos de 2016 e 2019. Na proposição dos cinco artigos que integram esta tese, no formato multipaper, evidenciamos diferentes categorias que expressam ações docentes (22) – Auxilia, Calibra, Comenta, Coordena, Demonstra, Discute, Entrega, Espera, Explica, Expõe, Incentiva, Indica, Liga, Pergunta, Presta Atenção, Projeta, Realiza Chamada, Resolve, Responde, Solicita, Sugere, Valoriza – e discentes (41) – Aceita, Apaga, Arrasta, Arrisca, Assinala, Auxilia, Busca, Comemora, Confere, Descobre, Desenha, Discute, Escreve, Escuta, Espera, Explica, Fala, Fotografa, Incentiva, Indica, Inicia, Justifica, Lê, Mexe, Não Aceita, Observa, Organiza, Participa, Percebe, Pergunta, Presta Atenção, Realiza, Recebe, Registra, Responde, Seleciona, Sente Interesse, Solicita Auxílio, Solicita Explicação, Sugere, Utiliza – consideradas como resultantes, tão somente, do tipo de aulas – fundamentadas na exploração de objetos de aprendizagem na lousa digital. Ainda, o processo de análise utilizado nesta pesquisa possibilitou legitimarmos que existem ações docentes que podem estar ou não conectadas às ações discentes. Por fim, referente a análise das categorias de ações docentes e discentes, tal movimento permitiu-nos, também, constatar semelhanças e diferenças entre essas categorias em aulas de Matemática com diferentes abordagens (tradicional, utilização de jogos, uso de materiais manipuláveis e exploração de objetos de aprendizagem) utilizadas pelos professores
Ações docentes remotas de professores que ensinam Matemática no Ensino Superior
Vanessa Cristina Rhea, Profa. Dra. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 24/02/2022
As ações docentes vêm sendo foco de pesquisas em várias áreas do ensino. Até então, tais investigações se destinavam às ações docentes referentes ao ensino presencial. Porém, a pandemia de COVID-19, que impôs que o ensino acontecesse de forma remota, propiciou condições para que fosse estendida também tal investigação a esta modalidade de ensino. Assim, esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de identificar e categorizar as ações que os professores que ensinam Matemática no Ensino Superior alegam ter feito para organizar e ministrar aulas no Ensino Remoto Emergencial. As ações docentes remotas foram definidas como sendo as ações exercidas pelo professor durante as aulas remotas e aquelas em que ele empreende para planejar e organizar as aulas e as disciplinas neste formato de ensino. Tais ações são oriundas de um processo teórico-prático, considerando o que o docente tem de possibilidades ao seu alcance nos diferentes momentos e aulas. Esta investigação aconteceu com onze professores que ensinaram Matemática no Ensino Superior de forma remota entre os meses de março de 2020 e janeiro de 2021, em seis diferentes instituições de ensino do estado do Paraná. A metodologia utilizada foi a abordagem Qualitativa e a Análise Textual Discursiva (ATD) para as análises dos dados, que foram obtidos por meio de entrevistas realizadas via Google Meet, gravadas e transcritas. A partir das análises, as ações docentes remotas identificadas foram agrupadas em dois momentos, denominados Poscênio e Execução. O Poscênio abrangeu um conjunto de 7 ações (Autoforma, Adquire, Organiza, Elabora, Envia, Comunica e Avalia), que envolveram 50 microações diferentes, as quais caracterizam o preparo da disciplina e das aulas. O momento Execução, compreendeu 6 ações (Operacionaliza, Escreve, Explica, Responde, Espera e Interrompe) e 38 microações que indicam o que o professor colocou em prática de forma síncrona em suas aulas. Com base em resultados obtidos, como o maior número de ações e microações no Poscênio quando comparado à Execução, concluímos que o Ensino Remoto exigiu dos professores um grande esforço na busca por informações e um elaborado planejamento para a realização das aulas, o que talvez explique as angústias reveladas por eles durante as entrevistas realizadas para esta pesquisa.
Ações Docentes e Discentes em Aulas de Matemática no Ensino Fundamental: uma Abordagem a partir do Campo da Formação de Professores
Mariana Passos Dias, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 18/02/2022
Esta tese apresenta um estudo que procurou caracterizar as ações docentes e discentes, sob uma perspectiva referente ao campo da formação de professores, em aulas de Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental, direcionadas pelas tendências/perspectivas em Educação Matemática. A questão investigativa pode ser descrita da seguinte forma: Quais ações docentes e discentes são observadas em aulas de Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental e como podem ser interpretadas? Os dados foram coletados por meio de gravações em vídeo, áudio e notas de campo, a partir da observação direta de aulas de professores de Matemática dos Anos Finais do Ensino Fundamental em uma escola da rede estadual do município de Londrina, estado do Paraná, e organizados e analisados segundo os procedimentos indicados pela Análise de Conteúdo. Os resultados apontaram a obtenção descritiva de categorias de ação docente e discente para dois encontros em que a Investigação Matemática e Tecnologias Digitais estiveram presentes. Outras duas aulas foram retomadas, orientadas por Materiais Manipuláveis e Jogos. Com isso, alocamos as ações em seis categorias gerais: categorias de ação relacionadas à abordagem adotada, categorias de ação referentes à atividade realizada, categorias de ação que remetem à organização da aula, categorias de ação que demonstram emoções/sentimentos, categorias que representam ações dispersivas e categorias de caráter burocrático-administrativas. Essas categorias têm potencial de permitir um olhar abrangente sobre as ações docentes e discentes que podem ser verificadas em aulas de Matemática e de outras áreas do conhecimento.
Um estudo das ações docentes relacionadas ao uso de recursos didáticos em aulas da Licenciatura em Ciências Biológicas
Geovana Caldeira Lourenço, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 03/03/2021
Nesta dissertação, apresentamos um estudo das ações docentes relacionadas ao uso de recursos didáticos em aulas de um curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Nossos objetivos consistiram em descrever e categorizar as ações docentes nessas aulas, além de analisá-las quanto aos recursos didáticos utilizados. Para tanto, realizamos gravações em vídeo de cinco aulas de seis docentes que atuavam no referido curso em uma Instituição de Ensino Superior situada no interior do estado do Paraná, além de termos registrado informações complementares a seu respeito em notas de campo. Como referencial analítico, inspiramo-nos nas etapas da Análise de Conteúdo, propostas por Bardin (2011), resumidas em pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados. Na pré-análise, organizamos nosso acervo de aulas para, então, selecionar aquelas que seriam submetidas às etapas subsequentes. Para atender aos objetivos que delineamos, selecionamos três aulas ministradas por um docente codificado como P1 em duas disciplinas distintas: D1P1 e D2P1. Da disciplina D1P1, selecionamos a aula A2D1P1, na qual foram utilizados slides como recursos, e a aula A5D1P1, na qual foram utilizados a lousa e o pincel marcador como recursos. Da disciplina D2P1, selecionamos a aula A4D2P1, na qual foram utilizados o quadro e o giz como recursos. Após a seleção, fizemos as transcrições, preparando para a etapa seguinte: a exploração do material. Nessa etapa, definimos as unidades de análise e realizamos a sua categorização em três níveis: macroações, ações e microações, as quais foram analisadas na etapa final, denominada tratamento dos resultados. Buscamos, pois, considerar semelhanças e diferenças entre as ações encontradas e o tempo dedicado pelo docente para cada uma delas nas respectivas aulas selecionadas. Com relação aos resultados, constatamos que as ações docentes de P1 podem ser descritas por dez macroações (Burocrático-Administrativa, Comenta, Dialoga, Ensina, Espera, Opina, Pergunta, Pessoal, Uso dos Recursos e Outros), 42 ações e 336 microações. Todas as macroações foram encontradas nas três aulas analisadas, tendo as ações e as microações divergido entre elas. Na aula A2D1P1, foram identificadas 34 ações e 168 microações; na aula A5D1P1, 37 ações e 173 microações e, na aula A4D2P1, 35 ações e 136 microações. Quanto aos recursos didáticos utilizados, verificamos que eles significaram categorias de ação e intervalo de tempo distintos. Esses resultados evidenciaram que, no contexto investigado, o uso dos slides singificou três ações (Confere, Indica e Manipula), para as quais P1 dedicou um intervalo de tempo inferior, comparativamente às demais; o uso da lousa e do pincel marcador significou cinco ações (Apaga, Confere, Dita, Escreve e Manipula), para as quais P1 dedicou intervalo de tempo intermediário, comparativamente às demais; e o uso do quadro e do giz significou quatro ações (Apaga, Confere, Escreve e Manipula), para as quais P1 dedicou intervalo de tempo superior, comparativamente às demais.
Um estudo das ações docentes em aulas de Ciências nos anos finais do Ensino Fundamental (divulgação em 02/09/2022)
Nathália Hernandes Turke, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 31/07/2020
Enquanto muitas pesquisas ditam o que professores devem fazer em sala de aula, buscamos compreender o que professores, de fato, fazem em sala de aula, sem possuir pretensão de prescrever como devem se comportar. Buscamos responder as seguintes questões: O que professores de Ciências fazem, de fato, nas aulas analisadas? Quais categorias poderiam descrever suas ações? Para tanto, traçamos os seguintes objetivos: Identificar e analisar as ações docentes em aulas de Ciências nos anos finais do Ensino Fundamental; Caracterizar e categorizar as ações de professores em aulas de Ciências. Com o intuito de responder as questões levantadas, investigamos três aulas de duas docentes de Ciências dos anos finais do Ensino Fundamental, sendo uma do sexto ano e duas do sétimo ano, nomeadas de A1P1, A1P2 e A2P2. As aulas foram analisadas à luz da Análise de Conteúdo. Foram encontradas quatro Macroações que descreveram as ações docentes, sendo: Burocrático-Administrativa, Fala, Espera e Ensina o Conteúdo. Além das Macroações, emergiram . As aulas foram analisadas à luz da Análise de Conteúdo. Foram encontradas quatro Macroações que descreveram as ações docentes, diferenciando-se nas aulas apenas pelo tempo desprendido, sendo: Burocrático-Administrativa, Fala, Espera e Ensina o Conteúdo. Além das Macroações, emergiram 19 Ações e 53 Microações em A1P1; 17 Ações e 51 Microações em A1P2; e 18 Ações e 47 Microações em A2P2. Percebemos que o tempo desprendido para as Macroações, bem como as Ações e as Microações foram alteradas de uma aula para outra, sendo influenciadas pelas ações de outros indivíduos, pelo conteúdo, pela estratégia de ensino escolhida e pelos recursos metodológicos e didáticos utilizados.
Um Estudo das Ações Pretendidas e Executadas por Licenciandos em Química no Estágio Supervisionado
Natany Dayani de Souza Assaí, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 16/09/2019
Esta tese apresenta o estudo das conexões entre as ações de planejadas e as ações executadas por licenciandos em Química na disciplina de Estágio Supervisionado. As questões que nortearam essa investigação foram: Quais as ações planejadas pelos licenciandos em aulas de Química? Quais são as ações executadas pelos licenciandos em aulas de Química? Quais as conexões entre o planejamento das regências e as ações realizadas pelos estudantes no desenvolvimento das aulas na disciplina de Estágio Supervisionado? Os dados coletados consistem no acompanhamento de uma dupla de estágiarios por meio de gravações em vídeo das regências, gravações em áudio das orientações com professor formador e documentos produzidos na disciplina. Para a análise utilizamo-nos dos pressupostos da Análise Textual Discursiva. Buscamos com essa investigação utilizar um movimento inverso, partir do que os licenciandos/professores em formação realmente fazem, caracterizando suas ações executadas, contrapondo com o que as ações inicialmente pretendidas. Desse movimento, encontramos três níveis de ações: as macroações, as ações propriamente dita; e as microações, correspondente ao detalhamento dos verbos de ação. A caracterização das ações pretendidas evidenciou um pequeno grupo de ações prioritárias previstas pelos licenciandos na fase planejamento. A caracterização das ações executadas permitiram evidenciar que as estratégias utilizadas modificam o conjunto de ações características para cada aula. Além disso, emergiram ações características do contexto de Estágio Supervisionado, tais como consultar, cronometrar e conversar. Nesse sentido, para cada aula encontramos um conjunto de ações constituído por um grupo de ações comuns, ações do contexto de Estágio e ações relacionadas às estratégias utilizadas. Diante disso, apresentamos conjunto de ações para três blocos de aulas de Química: expositiva com a demonstração de materiais do cotidiano; expostitiva com atividade experimental e estudo de caso e expositiva com jogo lúdico Quiz. Além disso, ao articular as ações planejadas com as executadas, observamos que a base de ações pretendidas se mantém quando executadas em sala de aula, e desdobram-se em um conjunto maiores de ações e microações, com a emergência de ações outras não previstas, mas que geralmente são possibilitadas pelas ações pretendidas. Esses resultados evidenciaram um aumento no conjunto de ações praticadas pelos licenciandos, a variação de estratégias e a incorporação de ações de forma autônoma e recorrente no decorrer das regências, além do desenvolvimento de competências e habilidades associadas ao trabalho docente.Logo, reiteramos a importância de categorizar as ações dos licenciandos em aula de Química, resultando em conjunto de ações ainda não identificados em outras pesquisas, e também ao discutir a importância deste componente curricular (Estágio) para compreender o percurso formativo dos licenciandos e a sua formação profssional.
Um Estudo sobre as Ações Docentes em Sala de Aula em um Curso de Licenciatura em Química
Ronan Santana dos Santos, Profª. Drª. Marinez Meneghello Passos
Data da defesa: 05/07/2019
Esta tese, desenvolvida numa perspectiva qualitativa, tem como objeto de estudo as ações do professor em sala de aula (ARRUDA; LIMA; PASSOS, 2011), levando em consideração os pressupostos teóricos da relação docente com o saber, a ação social e o desenvolvimento profissional do docente. A pesquisa foi construída tendo como objetivo central descrever e analisar as ações docentes em sala de aula de professores que atuam em um curso de licenciatura em química, com o propósito de responder às seguintes questões de pesquisa: o que o professor faz, de fato, em sala de aula e quais categorias poderiam descrever suas ações? As ações executadas pelos professores diferem em função do conteúdo que ministram? Os dados foram coletados por meio de gravações em áudio e vídeo de aulas (cada aula com três horas de duração, isto é, quatro horas/aulas) de três docentes de disciplinas distintas, denominados de P1, P2 e P3. Da professora P1 foram gravadas três aulas; da P2, quatro aulas, e do P3, cinco aulas. De cada um deles selecionamos uma aula para realizarmos a análise. Assim, o corpus foi constituído pelas transcrições das três aulas, com um total de doze horas. A metodologia utilizada para a análise dos dados foi a Análise Textual Discursiva (ATD) (MORAES; GALIAZZI, 2007), percorrendo suas quatro etapas: unitarização, categorização e o metatexto fechando o ciclo de análise, promovendo o processo de auto-organização. As categorias de análise, compreendidas como categorias de ação, foram organizadas como: macroações, ações e microações. As macroações são os momentos mais amplos da aula e, na aula de P1, totalizaram duas: discute e ensina; de P2 foram três: espera, ensina e discute; e de P3 também somaram três: retoma, ensina e demonstra. As ações são, de fato, o que o professor executa em sala de aula, expressos em verbos escritos na terceira pessoa do presente do indicativo. Nas três aulas analisadas emergiram ao todo 33 categorias (verbos) de ação. As microações, interligadas às categorias de ação e expressas em excertos extraídos das falas dos professores, são atitudes dos professores em sala de aula, seus movimentos e suas interlocuções realizadas com os alunos. A segunda questão de pesquisa foi respondida no Capítulo 6, chegando à conclusão de que sim, que o conteúdo tem uma influência nas ações executadas pelo professor em sala de aula. Para a aula analisada da professora P1, cuja disciplina foi Química Orgânica II e o conteúdo ensinado foi alcenos, emergiram 9 categorias de ação; para a aula da professora P2, cuja disciplina foi Estágio Curricular I e o conteúdo ensinado foi formação de professores, emergiram 21 verbos de ação e para a aula analisada do professor P3, cuja disciplina foi Física Geral e o conteúdo desenvolvido foi vetores, foram 15 categorias de ação. Das 33 categorias de ação emergentes nas aulas dos três professores, 25 aconteceram com exclusividade em cada uma das três aulas, evidenciando um aspecto particular de cada docente de conduzir suas aulas que foram gravadas e analisadas.
Diálogos de Ensino e Aprendizagem e Ação Docente: Inter-Relações em Aulas de Ciências com Atividades Experimentais
Sérgio Silva Filgueira, Prof. Dr. Sergio de Mello Arruda
Data da defesa: 12/04/2019
A pesquisa apresentada nesta tese teve como objetivo analisar Diálogos de Ensino e Aprendizagem e Ações Docentes em aulas de Física e Química que envolviam atividades experimentais. Foram filmadas as aulas de dois professores de um curso técnico de uma instituição pública federal. A partir do texto proveniente das transcrições, categorizamos os diálogos tendo os Focos da Aprendizagem Científica (FAC) como categorias a priori, nos pautando pelas etapas da Análise Textual Discursiva (ATD). Os FAC são descritos originalmente no artigo intitulado “O aprendizado científico no cotidiano”, de Arruda et al. (2013). Em cada diálogo, identificamos o foco correspondente ao docente e aos alunos, movimento que denominamos de oscilação focal. Dessa forma, foi possível obter um mapeamento das interações entre os professores e estudantes no que diz respeito à aprendizagem científica. Identificamos que a categoria mais expressiva nas aulas analisadas foi a DAF3, ou seja, falas do docente e de alunos relacionadas ao Foco 3 (envolvimento com o raciocínio científico). Esse fato pode ser compreendido pela natureza das atividades desenvolvidas nas aulas analisadas. Na continuidade do processo analítico, categorizamos as ações dos docentes em três níveis: macroações, ações e microações. A partir da associação dessas duas fases da análise, percebemos que as microações fornecem elementos que possibilitam uma melhor compreensão das oscilações focais nos diálogos de ensino e aprendizagem (DiEA). Foi possível identificar que os diálogos associados ao Foco 3 varrem uma maior quantidade de microações. Por fim, na busca do estabelecimento de relações entre os focos e as ações, verificamos que, nas aulas da Docente 2, a quantidade de ações foi bem maior que a quantidade de categorias de oscilação focal, demonstrando que sob a perspectiva de um foco podem ocorrer um número variado de ações, pois a relação entre eles não é linear.