Teses e Dissertações
Teores de fluoreto nas águas do sistema de abastecimento na porção norte da 17ª regional de saúde do Paraná : implicações para a saúde bucal
Paulo Sérgio dos Santos, José Paulo Peccinini Pinese
Data da defesa: 24/02/2023
O presente trabalho traz uma abordagem sobre o consumo da água, considerando aspectos ambientais, antrópicos e os impactos sobre a saúde bucal. Para o referencial teórico, houve o resgate histórico de estudos geográficos inseridos em áreas da saúde, buscando afirmar a importância da interdisciplinaridade na consolidação dos resultados. Este estudo apresenta uma análise sobre “teores de fluoreto nas águas do sistema de abastecimento na porção norte da 17ª regional de saúde do Paraná: implicações para a saúde bucal”. O Ministério da Saúde tem estabelecido determinados parâmetros para adição de flúor (fluoretação), onde deve-se considerar os valores estabelecidos para a concentração de íon fluoreto, portanto o VPM (Valor Máximo Permitido) não pode ultrapassar 1,5 mg/L. Considerando as condições climáticas da área de estudo, o valor recomendado é de 0,6 a 0,8 mg/L, conforme as médias máximas de temperatura diárias do ar em diferentes regiões do Brasil. Desse modo, foram analisados dados do SISAGUA no período de 2014 e 2018, que apresentaram valores abaixo e acima do recomendado, podendo ser relacionado com as mudanças sazonais. Houve a análise das medidas encontradas nos municípios pertencentes a porção norte da 17ª Regional de Saúde do Paraná, entre os anos de 2014 e 2018, onde analisou-se cada ano, e considerou-se cada período de pluviosidade: chuvoso nos meses de janeiro a março e outubro a dezembro; seco entre os meses de abril a setembro. Essas médias resultaram na produção de mapas, evidenciando que em períodos chuvosos o teor é menor que 0,6 a 0,8 mg/L, e em períodos secos o teor encontra-se maior. É importante destacar que independente do período climático, foram observados durante cada ano, teores abaixo e acima do recomendado. Por meio dos dados da ANVISA e SISAGUA, pelo software Qgis, foram elaborados mapas das médias por municípios. Portanto, os mapas apresentaram municípios com teores baixos, tal qual o município de Miraselva, e municípios com teores altos, por exemplo, o município de Centenário do Sul. Desta forma, observou-se que em algumas áreas, no período chuvoso, ocorreu uma deficiência do flúor e em outras no período seco, ocorreu um excesso, podendo ser explicado pela ocorrência de tais fatores: geogenéticos (condições hidrogeologicas) e tecnogenéticos (tratamento da água em que se adiciona o flúor sem o devido rigor). Portanto, esta pesquisa visa advertir o consumo indevido de flúor, considerando períodos climáticos. Para melhorar a saúde e o bem estar da população em estado de vulnerabilidade a problemas de saúde bucal, como a cárie e fluorose. Nesse sentido, este estudo busca, auxiliar autoridades competentes sobre melhorias na vigilância e rigor no tratamento de água, observando com maior atenção os teores de flúor em período sazonais diferentes. E colaborar com outras pesquisas científicas, para futuros projetos de pesquisa, para gestores no planejamento urbano e de saúde.
Análise do conteúdo Cartográfico nos Livros Didáticos de Geografia (Ensino Fundamental II e Médio)
Jhonatan Jason de Oliveira Júnior, Adriana Castreghini de Freitas Pereira
Data da defesa: 24/02/2023
Dentro do cenário atual, cercado pelas Tecnologias da Informação e Comunicação, adiciona-se ainda a importância da Cartografia como subsídio para o ensino. A presença das tecnologias digitais está cada vez mais recorrente no cotidiano social, até mesmo em âmbito escolar, e a integração de recursos digitais no trabalho pedagógico tem apresentado resultados positivos para o processo de ensino e aprendizagem da representação do espaço geográfico pelos estudantes. A pesquisa surge a partir da indagação sobre a alfabetização cartográfica dos alunos e pelo questionamento: Como têm sido utilizados os Livros Didáticos no ensino de Geografia para a alfabetização e letramento cartográfico? Para responder essa indagação, este estudo objetivou analisar bibliografias acerca do tema e documentos oficiais da educação e na sequência foi feita analise dos livros didáticos de Geografia. A partir da pesquisa foi possível verificar a importância do tema da Cartografia Escolar aplicada no Ensino de Geografia e principalmente como os Livros Didáticos pouco levam em consideração a realidade dos alunos dando um olhar geral e do local onde eles são produzidos. Além disso o trabalho demostra como as Geotecnologias são trabalhadas no primeiro livro de cada coleção do 6º ano e da 1 série evidenciando a ausência de informações e conceitos. É também evidenciado o grande potencial dos aplicativos e softwares de acesso livre como ferramentas para serem utilizadas no Ensino de Geografia.
A vulnerabilidade da estrutura de saúde na macrorregional norte Paranaense em tempos de pandemia
Maycon Moraes Souza, Marciel Lohmann
Data da defesa: 23/02/2023
O confronto e o combate à Covid-19, em tempos recentes, surgem como uma nova luta das populações à nível global, que não enfrentava uma disseminação viral de grandes proporções em escala mundial, desde a Gripe H1N1 (Influenza A), ou a níveis de pandemia desde 1919 com a gripe espanhola. Esta pesquisa tem como objetivo, a partir de uma análise em escala regional, verificar a vulnerabilidade estrutural de saúde presente na Macrorregional Norte de saúde do Paraná no período da segunda onda da pandemia vivida em março de 2021. Sob a justificativa de mensurar as regionais mais vulneráveis, procurou contribuir para a discussão desta temática voltada a saúde, a criação de um índice que possa medir possíveis vulnerabilidades na macrorregional estudada. Utilizando-se de uma composição de variáveis referentes a parte da estrutura física e de pessoal nas regionais de saúde, construiu-se o IVES Índice de Vulnerabilidade da Estrutura de Saúde (IVES), perante a Covid-19, mensurando as regionais mais críticas, baseadas na quantidade de leitos complementares, ventiladores/respiradores e de carga horária média de profissionais de saúde. Como resultados obtidos, notou-se a presença de vulnerabilidade média nas regiões de saúde do norte pioneiro, e de baixa ou muito baixa vulnerabilidade nas regiões mais centrais do estado paranaense, contudo, ao confrontar com os números de óbitos e casos de Covid-19 no período, se mostrou um inconsistente na maioria das regionais. Contudo, os resultados aqui expostos não invalidam a pesquisa, pois elas possuem um papel de discussão e ampliação do debate de metodologias de trabalho dentro da geografia da saúde e de assistência ao poder público e a população.
Paisagens, lugares e trilhos: permanências e memórias em cidades da alta paulista
Cássia Regina Dias Ribeiro, Edilson Luis de Oliveira
Data da defesa: 15/02/2023
A instalação dos trilhos do prolongamento do Ramal de Agudos, da Companhia Paulista de Estrada de Ferro (CPEF), no espigão dos Rios Peixe/Feio Aguapeí, na região da Alta Paulista, colaborou na transformação e configuração da paisagem. A expectativa da chegada dos trilhos condicionou a localização e o traçado dos núcleos urbanos. Na maioria das cidades, compreendida entre o trecho de Garça a Pompeia-SP, a linha ferroviária atravessou a malha urbana, propiciando movimentos pendulares diários e condicionando diversas ações cotidianas. Nesse contexto espacial, encontram-se histórias de vidas constituídas pelas experiências vividas. Lembranças gravadas na memória que condicionam a forma de ver e perceber o mundo. Dessa forma, o objetivo geral da tese consiste na averiguação da conexão e da dinâmica das especificidades dessa paisagem com as experiências vividas, gravadas em nossas memórias. Para obtenção dos resultados esperados, os procedimentos para coleta e análise de dados foram: as referências bibliográficas, que permitiram analisar e compreender os conceitos essenciais para a construção do referencial teórico; a pesquisa documental e os testemunhos, coletados através de dezessete entrevistas semiestruturadas e cinco cartas, que possibilitaram investigar as experiências vividas e entrelaçar os rastros documentários com os afetivos. Na busca em decifrar os sentidos das narrativas, utilizou-se como respaldo filosófico o método hermenêutico fenomenológico elaborado por Ricouer (1989). No decorrer da pesquisa ficou evidente a dialética entre memória individual, com um caráter subjetivo e privado, defendido por Bergson (1999) em sua fenomenologia da lembrança e com o conceito de “minhadade”, proposto por Ricoeur (2007) e a coletiva, condicionada ao pertencimento a um grupo social, proposta por Halbwachs (1990). O aspecto locacional das lembranças reforça a tese da relação intrínseca entre memória, paisagem e lugar e é possível perceber a concentração de lembranças associadas à ferrovia e, consequentemente, afirmar que os trilhos do prolongamento do Ramal de Agudos podem ser considerados um lugar memorável. No ato de recordar o indivíduo lembra-se de si e reconhece seu mundo, sua paisagem, seu lugar.
Turismo rural e campesinato: embates e possibilidades no munícipio de Sapopema/PR
João Vitor Galante Dorigo, Sergio Aparecido Nabarro
Data da defesa: 14/02/2023
O escopo da pesquisa consiste na análise da relação do Turismo com os camponeses no munícipio de Sapopema/PR. Localizado na região Norte do Paraná, distante cerca de 135 quilômetros de Londrina/PR, o munícipio é atualmente considerado um importante polo turístico. Com diversas cachoeiras, trilhas e áreas de camping, Sapopema/PR atraí turistas do interior do Paraná e São Paulo. Seus principais atrativos são o Pico do Agudo, um dos pontos mais altos de toda a região do Norte do Paraná; o Salto das Orquídeas, conjunto de trilhas e cachoeiras, possibilitando a realização de rapel e a Fazenda Abaeté, voltada para o turismo rural. A atividade turística, atualmente considerada como uma prática social que envolve e movimenta pessoas e espaços, somados com o seu caráter transformador e excludente, ao ser realizada nas áreas rurais pode trazer consigo contradições, debates e possibilidades junto à classe camponesa. A problemática de como o Turismo influencia esses espaços, assim como de que maneira é visto pela população do campo e como influencia seu modo de vida é o grande teor deste trabalho. O modo de vida camponês, pautado no tripé família, terra e trabalho, difere da maioria das características do Turismo tradicional, atividade essencialmente capitalista e impactante por onde passa. A pesquisa também recorda que durante as últimas décadas, o planejamento e a gestão do Turismo vêm evidenciando práticas alternativas do mesmo, como o Ecoturismo, o Turismo de base comunitária e o Turismo em espaços rurais, que buscam e possibilitam olhares mais voltados para as comunidades locais. Sendo assim, o objetivo da pesquisa é compreender como o Turismo nos espaços rurais de Sapopema/PR influencia o modo de vida camponês. O recorte espacial foi escolhido pela sua notoriedade no Turismo Rural na região e pelo ineditismo da abordagem da temática no município. O método de análise é a dialético aplicado aos pressupostos da Geografia Agrária e do Turismo dentro da ciência geográfica. A metodologia da pesquisa consistiu em levantamentos bibliográficos, trabalhos de campo e conversas in loco com os camponeses e representantes do poder público municipal, afim de compreender melhor, através das diversas perspectivas, a dinâmica do Turismo no munícipio. Os resultados obtidos podem confirmar a síntese de que o Turismo Rural é um segmento que necessita de dados oficiais mais consistentes e detalhados, pois os mesmos ainda são informais e incompletos. Por ser um segmento que tende a crescer, o Turismo Rural carrega consigo a lacuna de ser mais estudado e compreendido. Além disso, durante a pesquisa e contato com a realidade de Sapopema/PR, foi confirmado a intrínseca relação dos camponeses com as atividades turísticas realizadas no campo, onde a principal conclusão obtida é que essa relação é dialética: ora os camponeses influenciam a forma com que o Turismo Rural é desenvolvido no município, ora o Turismo Rural influencia no modo de vida camponês.
Aspectos climáticos, hidrológico e uso da terra na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Cafezal – PR
Emanuele Ruyz Pedraci, Maurício Moreira dos Santos
Data da defesa: 11/02/2023
A preservação dos recursos naturais do planeta é dever de toda comunidade, bem como o uso sustentável da água, pois é um bem comum e componente fundamental para a vida. Neste sentido, pesquisas científicas que envolvem o aprofundamento do conhecimento sobre a dinâmica da água em bacias hidrográficas se tornam fundamentais para a gestão e sustentabilidade desse recurso. Partindo desta premissa, este trabalho apresenta estudos na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Cafezal, localizada na região de Londrina, no norte do estado do Paraná, percorre no sentido de oeste a leste 4 importantes municípios. Esta pesquisa utilizou-se de levantamentos de dados secundários e aplicação de métodos para análise de relações socioespaciais e variáveis naturais pertencentes a dinâmica climática e hidrológica regional. O presente trabalho está dividido em dois artigos. O primeiro intitulado: “Variação na vazão fluvial e a interferência do El Niño e La Niña: um breve estudo sobre a Bacia Hidrográfica do Ribeirão Cafezal” tem como objetivo análise da variação temporal das vazões fluviais da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Cafezal e como os fenômenos climáticos podem afetar a evolução da fluviometria neste sistema. Os estudos hidrológicos associados ao clima são fundamentais para a compreensão sistêmica de uma bacia hidrográfica. O segundo, intitulado: “O uso e ocupação do solo e seu impacto sobre a Bacia Hidrográfica do Ribeirão Cafezal”, tem por objetivo abordar os processos antrópicos de uso do solo e a cobertura de vegetação e suas influências na dinâmica da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Cafezal. Os resultados desses estudos podem contribuir para formulação de novas políticas públicas e ações de planejamento sobre a bacia estudada que devem ser elaboradas por prefeituras municipais, iniciativa privada e demais instituições, visando de forma integrada e participativa à manutenção e preservação ambiental, proporcionando adequadamente a gestão dos recursos hídricos e o monitoramento do clima, buscando a redução de possíveis prejuízos econômicos, sociais e ambientais, sobretudo futuros, advindos do aquecimento global, que está produzindo, com cada vez mais frequência e maior intensidade, eventos extremos que impactam a natureza e sociedade em diferentes escalas de alcance.
Iniciativas municipais em segurança pública: a busca por espaços seguros no Paraná
Matheus Di Osti Romagnolli, Edilson Luís de Oliveira
Data da defesa: 07/02/2023
O debate sobre o fenômeno da violência no Brasil é complexo e possui diversas facetas. A violência pode se externalizar de diversas formas, seja de forma concreta, simbólica ou psíquica e está além daquilo que é tipificado como crimes pela legislação. Devido a diversidade semântica desse conceito, encontra-se na expressão criminalidade violenta uma forma menos subjetiva e mais consonante ao aparato legal para se utilizar como objeto de discussão. As últimas quatro décadas marcaram a sociedade brasileira pelo crescimento da criminalidade, fato que resultou no aumento vertiginoso dos indicadores criminais como mortes violentas intencionais, roubos e furtos. As ações governamentais, materializadas principalmente nas ações dos estados federados e da união, não se mostraram suficientes para criar espaços seguros, principalmente em um cenário de transformações com a interiorização da criminalidade violência. É a partir dessa lacuna que os municípios, mesmo sem prerrogativa constitucional, articulam iniciativas valendo de sua particularidade territorial, empenhando recursos na segurança pública como possibilidades as ações vigentes, e assim, atuando de forma descentralizada. Essas manifestações políticas locais revelam alternativas ao modelo de organização territorial vigente e podem colaborar para ações pontuais que resultem em um desenvolvimento social justo e em espaços urbanos mais seguros. Os últimos anos revelaram um aumento dos esforços municipais em segurança manifestado de diversas maneiras, como a implementação de guardas municipais, conselhos municipais e comunitários de segurança e um consórcio de segurança. Uma das expressões mais latentes desse fenômeno está no aumento das despesas municipais per capitas na segurança pública. Sendo assim, estabeleceu-se como metodologia de pesquisa um estudo de caso onde estratégias empregadas por aglomerações municipais urbanas paranaenses na esfera da segurança pública foram levantadas e índices capazes de mensurar os níveis de segurança, como mortes violentas intencionais, roubos e furtos desses mesmos locais, foram comparados entre os anos de 2012 e 2021 a fim de buscar elucidações sobre a dinâmica criminal a luz das ações municipais. As variações criminais observadas nesses aglomerados urbanos paranaenses mostraram dinâmicas diferentes a depender das características geográficas regionais. Nota-se uma tendência de desconcentração relativa da criminalidade violenta, com o aumento da participação relativa de aglomerações urbanas do interior/litoral e uma queda relativa da participação da região metropolitana da capital nos índices criminais. É inconclusivo momentaneamente apontar alguma correlação direta entre as ações municipais e as variações nas taxas criminais, já que se trata de um objeto multifacetado. Estudos mais pormenorizados desses aglomerados são necessários para o esclarecimento das dinâmicas criminais violentas, podendo assim, revelar outros componentes desse sensível e complexo fenômeno que é a criminalidade e a violência.
Uma imagem do vale do Paranapanema: paisagem entre as posses de terras e a ferrovia
Aline Alves Anhesim, Adriana Castreghini de Freitas Pereira
Data da defesa: 06/02/2023
Discute o caráter da paisagem cultural no vale do Rio Paranapanema, com enfoque na posse de José Teodoro de Souza. Apoia-se na análise documental e da legislação, análise iconológica de mapas, trabalho de campo e desenvolve a avaliação da paisagem cênica, identificação do caráter da paisagem, e finaliza com a caracterização, onde há a sistematização e descrição de unidades de paisagem. Contribui com a pesquisa paisagística no desenvolvimento de abordagem e sistematização a partir do objeto de estudo. Desenvolve mapeamento e discussão sobre a proteção da paisagem com a finalidade de fortalecer reconhecimento e proteção do patrimônio cultural regional. Rompe com a prioridade dada a Estrada de Ferro Sorocabana como propulsora do desenvolvimento e destaca a influência do Rio Paranapanema e dos posseiros na constituição do caráter da paisagem.
Utilização de mapa mental para educação ambiental na cidade de Ribeirão do Sul/SP: contribuição da Cartografia Social
Victória Helena Borsa Piroli, Eloiza Cristiane Torres
Data da defesa: 01/02/2023
A presente pesquisa de abordagem qualitativa, norteada pela Cartografia social aliada à educação ambiental, contemplou, como recorte, espacial o município de Ribeirão do Sul, localizado no estado de São Paulo. Como objeto de estudo, a pesquisa foi desenvolvida alunos do 6º e 7ª ano da Escola Estadual Nicola Martins Romeira. Foi questionado acerca do município, das questões ambientais, da presença de corpos d'água e suas condições. A pesquisa teve como objetivo geral analisar o conhecimento de alunos do 6º e 7º ano do ensino fundamental sobre questões ambientais locais relacionadas à água por meio da cartografia social. Na etapa inicial da aplicação do trabalho foram verificados os conhecimentos prévios dos alunos. Em seguida, os estudantes fizeram um mapa, localização e demonstrando, segundo a visão deles, a município em que moram, dos rios/córregos que lá estão presentes, bem como sua situação (se está canalizado, na forma natural, com ou sem vegetação, com ou sem depósito de lixo, se a água aparenta estar limpa, se há ou não mau cheiro, se há presença de animais silvestres ou não). Tornou-se pertinente trazer à discussão dos resultados a Pandemia de Covid-19, que, desde 2020 tem assolado o planeta, mudado hábitos, jeitos de pensar a educação em modo geral, incluindo alunos do 7º ano. Foram aplicados 49 questionários, em três turmas distintas: uma de 6º ano e duas do 7º ano do ensino fundamental. Pode-se verificar uma grande dificuldade dos estudantes em fazer os mapeamentos, pois muitos não sabiam se existiam rios ou córregos passando pelo município de Ribeirão do Sul. Nestes casos, foram observados desenhos que centralizavam a escola, a praça da igreja e a lanchonete. Por meio desta pesquisa foi possível verificar que grande parte dos alunos participantes sabe de onde vem a água que chega até a sua residência, indicando um conhecimento prévio adquirido por estes em sua vida diária, inclusive, muitos sabiam exatamente o ponto onde a água é captada, seja no poço, direto do rio ou da galeria pluvial. Conclui-se que a maioria dos estudantes sabe que existem rios e córregos perto de suas casas, porém não sabem seus nomes.
A produção social do espaço urbano e o programa minha casa minha vida em cidades do aglomerado urbano de Londrina/PR (2009-2019)
Osmar Fabiano de Souza Filho, Léia Aparecida Veiga
Data da defesa: 21/01/2023
Compreendendo o espaço como resultado da luta de classe que o envolve, são necessárias reflexões no campo das políticas públicas, especialmente aquelas que envolvem o espaço, como a habitação social. A cidade carrega as características da estrutura social de seu período e das relações de classes postas, a exemplo quando se trata de políticas habitacionais e a moradia urbana. Assim, tendo por base o tema Políticas habitacionais no Brasil, com recorte no Programa Minha Casa Minha/PMCMV Vida faixa 1 na Região Metropolitana de Londrina, objetivou-se com essa pesquisa analisar a ação dos agentes produtores e a distribuição territorial dos empreendimentos Faixa 1 realizados pelo Programa Minha Casa Minha Vida, via financiamento pelo FAR e FDS, no período de 2009 a 2019, entre os municípios pertencentes a Região Metropolitana de Londrina. Especificamente, objetivou-se: identificar o número de empreendimentos, Faixa 1 via FAR e FDS, construídos em diferentes momentos no recorte espacial; verificar como se encontra a localização dos empreendimentos Faixa 1 via FAR e FDS, do Programa Minha Casa Minha Vida na Região Metropolitana de Londrina; investigar os agentes produtores dos espaços envolvidos na produção dos empreendimentos Faixa 1, via FAR e FDS, do PMCMV na Região Metropolitana de Londrina. A metodologia utilizada divide-se entre o método de pesquisa e o método de interpretação. Quanto ao de pesquisa, as questões operacionais se deram com a coleta de dados do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) acerca do programa. O método de interpretação foi o materialismo histórico-dialético, que compreende a realidade em sua totalidade histórica, em constante mutação, contínua e descontinua, e em movimentos solidários e contraditórios. Verificou-se que os empreendimentos do PMCMV na RMLO, principalmente nas cidades do aglomerado urbano de Londrina, contribuíram para a segregação ao passo que foram construídos em porções periféricas da cidade, submetendo os moradores a longos trajetos para obterem os serviços públicos de saúde, educação, lazer, assistência social, entre outros. E que o menor preço da terra nessas porções foi um dos fatores levados em consideração pelos promotores imobiliários. Conclui-se que os empreendimentos Faixa1, do PMCMV na RMLO, revela a forte relação entre Estado e promotores imobiliários ao atender aos interesses políticos e econômicos das elites do mercado imobiliário local.