Avaliação da fragilidade ambiental da bacia hidrográfica do Ribeirão Vermelho (PR) e identificação de conflito de uso do solo em áreas de preservação permanente
Dalila Peres de Oliveira, Marciel Lohmann
Data da defesa: 10/03/2023
A demanda crescente pelos recursos naturais imposta pelo modo de produção capitalista exige constante busca por meios de preservação da natureza e recuperação de áreas degradas, esforço que reúne governos, sociedade civil e setor privado em constantes embates. Como sistema, ações empreendidas em determinada localidade, repercutem em nível global e impactam a todos. No sentido de contribuir com o reconhecimento do quadro ambiental da bacia hidrográfica do Ribeirão Vermelho - BHRV, objetivou-se avaliar o grau de fragilidade ambiental desta e analisar como mudanças de uso e ocupação dos solos impactaram as Áreas de Preservação Permanente – APP em rios e nascentes. Para tanto, empregou-se a metodologia proposta por Ross (1994) para gerar o mapa de Fragilidade Potencial, o qual considerou características do meio físico-natural (solos e declividade) e de Fragilidade Emergente, este evidenciando a susceptibilidade natural da área associada as formas de uso praticadas pela sociedade, com isso, identificou-se que 68,8% da bacia tem médio grau de fragilidade. Considerando a importância da vegetação ripária aos corpos d’água, identificaram-se áreas de conflito de uso do solo em APP de rios e nascentes perenes, no qual, por meio da sobreposição dos mapas de uso do solo do MapBiomas pelos buffers correspondentes as APP, obteve-se a situação da cobertura vegetal destas, identificando-se áreas chamadas de regulares e em conflito de uso, ou seja, sem vegetação, cuja evolução foi avaliada ao longo de quatro décadas (1990, 2000, 2010 e 2020). Destaca-se o aumento progressivo da área ocupada pela soja na BHRV em 366%, para o período analisado. As áreas em conflito de uso nas APP apresentaram um quadro evolutivo positivo, houve um ganho de 71,5% em área regular. Em 1990 81,6% das APP estavam irregulares, ou seja, eram desprovidas de vegetação, enquanto em 2020 estas áreas correspondiam a 68,6%, um número ainda preocupante, mas um cenário que se transformou positivamente. Contribuíram para essa transformação a organização da sociedade civil, pesquisadores, cientistas que, bem articulados, promovem discussões em âmbito governamental, de abrangência nacional e global, via políticas públicas, encontros e movimentos de sensibilização da população em geral quanto a urgência em repensar o modo como temos estabelecido nossas relações com a natureza.
Dinâmica do uso da terra na bacia hidrográfica do ribeirão Lindóia em Londrina-PR (2006-2017)
Rafael Dantas da Silva, Maurício Moreira dos Santos
Data da defesa: 20/06/2022
Esta pesquisa analisa a evolução das matas ciliares em ambientes urbanos, especificamente, as localizadas na bacia hidrográfica do ribeirão Lindoia, no município de Londrina-PR. Partiu-se de uma avaliação da problemática socioambiental urbana, na qual sociedade e natureza configuram uma relação dialeticamente conflituosa. A legislação ambiental aplicada à proteção ambiental urbana serviu como elemento estruturante da pesquisa. Utilizou-se técnicas de geoprocessamento para analisar imagens de satélites que o processamento de imagens de satélite, que permitiram a produção de mapas buscando avaliar a evolução da ocupação e uso da terra na bacia hidrográfica do ribeirão Lindoia, em especial, a evolução espacial e temporal da Área de Preservação Permanente (APP) no período de 2006-2017. Também se realizou um comparativo para este mesmo período, com a vigência do Plano Diretor Municipal Participativo de Londrina 2008-2018. Concluiu-se que houve aumento da mata ciliar no interior da APP durante o período observado que coincide com a vigência do Plano Diretor do município.