O Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PPG-CB) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) originou-se em 2001 com o curso de Mestrado, impulsionado pelo aumento da demanda científica e da qualificação de pesquisadores que desenvolveram o Projeto Tibagi, um projeto de pesquisa multidisciplinar que investigou a fauna e a flora da bacia do rio Tibagi (estado do Paraná). Esse projeto, intitulado “Aspectos da Fauna e Flora da Bacia do Rio Tibagi”, teve início em setembro de 1989 e desenvolveu-se ao longo de 13 anos, culminando com a publicação do livro “A Bacia do Rio Tibagi” em 2002.

A bacia do rio Tibagi (aproximadamente 25.000 km², 13% do estado do Paraná) foi bastante afetada com a exploração desordenada, especialmente a partir de 1920. A cobertura florestal nativa foi reduzida em 96% e ecossistemas não-florestais, que ocupavam área menor, foram ainda mais afetados. Ao mesmo tempo, a poluição, especialmente nos ambientes aquáticos, foi aumentando com o desenvolvimento agrícola e industrial. Neste cenário, o principal objetivo de várias pesquisas desenvolvidas no Projeto Tibagi foi descrever e analisar a fauna e flora da bacia do rio Tibagi em vários níveis, desde espécies até comunidades, de modo a propor medidas para conservação e restauração da biodiversidade.

Com o passar dos anos, as atividades de restauração ganharam consistência, beneficiando-se do conhecimento científico acumulado, ao mesmo tempo em que novas oportunidades de pesquisa em outras áreas eram geradas. Com isso, em agosto de 2011, o PPG-CB passou a oferecer o Doutorado em agosto de 2011. A partir dos últimos 6 anos, alguns docentes se aposentaram e outros tantos foram contratados pela universidade e gradualmente incorporados ao PPG. Com isso, o PPG-CB passou por uma renovação e somente a partir de 2017 o novo quadro de docentes se consolidou. Essa instabilidade gerou deficiências que foram percebidas na avaliação do quadriênio 2013-2016 e resultou na manutenção do nível 4 no conceito CAPES. Entretanto, essa renovação resultou numa melhora significativa em muitos aspectos do programa, principalmente na produção docente e discente, de forma que almejamos o aumento do conceito CAPES ao final do quadriênio 2017-2020.

As pesquisas atualmente desenvolvidas no PPG-CB apresentam em comum a forte conexão com as práticas de manejo ambiental e a formulação de políticas públicas, o que mantém vários dos docentes em contato constante com técnicos de órgãos estaduais e federais, e de empresas com atuação direta na área ambiental. Contatos com o Ministério Público (tanto estadual quanto a Procuradoria da República) têm sido frequentes nas questões que envolvem impactos ambientais, como aqueles relacionados à construção de barragens. Da mesma forma, docentes do PPG-CB têm frequente contato com técnicos dos órgãos ambientais (ICMBio, Ibama) e estaduais (IAP, Instituto Ambiental do Paraná). Informações e técnicas são frequentemente repassadas a estes órgãos.

Assim, o desenvolvimento e o amadurecimento do grupo de docentes do PPG-CB têm permitido contribuir com o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil, com a formação de recursos humanos de alto nível e com a implementação de políticas públicas que visam a utilização racional e conservação da biodiversidade por meio de estudos realizados em diferentes escalas.