Aleitamento materno: prevalência e fatores associados em áreas de atuação de Equipes de Saúde da Família
Dissertação de mestrado
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O Programa de Saúde da Família (PSF), considerado estratégia incremental do SUS, nas suas bases prioriza as ações de proteção e promoção à saúde de forma integral e contínua. Em relação à amamentação, as equipes do PSF podem desenvolver atividades educativas, desde a gestação até o estabelecimento e da amamentação, bem como em sua manutenção. O padrão de amamentação varia com o local e com as características da população e dos serviços de saúde. Desta forma, esta pesquisa teve por objetivo estimar a prevalência do aleitamento materno (AM) e do aleitamento materno exclusivo (AME) e investigar os fatores associados à prática da amamentação no sexto mês da criança em áreas de atuação de Equipes de Saúde da Família (ESF). Trata-se de um estudo transversal, realizado por meio de inquérito domiciliar. As principais variáveis de estudo foram as relacionadas às características demográficas e socioeconômicas dos binôminos mãe-filho, à alimentação da criança, e à assistência à saúde durante o período pré e pós-natal. Foram entrevistadas 241 mães de crianças nascidas entre setembro de 2006 e fevereiro de 2007, residentes em uma das cinco regionais de saúde do município de Maringá-PR, selecionadas a partir do Sistema de Informações de Nascidos Vivos e registros dos Agentes Comunitários de Saúde. As entrevistas foram realizadas aos 180 dias de vida da criança (± 7 dias). A análise da associação entre as variáveis independentes e a prática da amamentação (AM + AME) no sexto mês foi realizada a partir do teste de Qui-quadrado com correção de Yates ou pelo teste exato de Fisher (p<0,05). Os resultados revelaram prevalência elevada de AM (66,8%) e baixíssima de AME (2,9%). O abandono do AME foi expressivo apenas a partir do quarto mês. Associaram-se negativamente à prática da amamentação, o baixo peso ao nascer (p= 0,004), a idade gestacional inferior a 37 semanas (p=0,02) e o tempo de internação hospitalar após o nascimento superior a sete dias (p=0,003). Nenhuma variável relacionada às características da assistência a saúde associou-se significativamente. A orientação sobre AM foi positivamente referida por 55% das mães durante o pré-natal, 74,4% durante a internação, 56,9% no momento da alta e por apenas 28,2% durante as visitas domiciliares por profissionais das ESF. A visita domiciliar no puerpério foi baixa (42,5%). Concluiu-se que a situação privilegiada da amamentação no sexto mês na área estudada sugere maior influência de fatores sócio-culturais. Porém, acredita-se que a atuação efetiva dos profissionais das ESF priorizando a captação das necessidades das mães, por meio da escuta qualificada, possa elevar a duração do AM, especialmente de sua forma exclusiva.