Sociologia da experiência das jornadas de humanidades em uma escola pública de Londrina-PR
Franciele Sussai Luz Cavassani, Angela Maria de Sousa Lima
Data da defesa: 06/03/2020
Essa pesquisa analisa as experiências sociais de diversos agentes envolvidos na organização e participação das Jornadas de Humanidades, realizadas no Centro Estadual de Educação Profissional Professora Maria do Rosário Castaldi, em Londrina/PR, desde 2007. Se intencionou conhecer os percursos desses eventos, os sentidos que lhes são atribuídos, de que maneira os agentes envolvidos percebem esse processo e as possíveis modificações esse evento trouxe à escola. Dessa forma, partimos das seguintes questões: que experiências sociais e pedagógicas as Jornadas de Humanidades realizadas no CEEP Castaldi propiciaram à escola, aos estudantes e aos docentes? Como ocorreu a apropriação dos conhecimentos de Sociologia, de Filosofia e das demais áreas do conhecimento nesses momentos de discussão e de formação, segundo a percepção desses sujeitos? Que mudanças foram percebidas e que alterações o Pibid (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) conseguiu provocar no planejamento e na execução das Jornadas? Para tal, numa perspectiva qualitativa, optou-se pelo estudo bibliográfico, pela pesquisa documental, pela análise de entrevistas individuais e pelo uso de questionários aplicados aos estudantes, aos ministrantes de palestras e aos docentes da escola, especialmente àqueles que compuseram as Comissões Organizadoras, além das inserções da observação participante, emitidas através das impressões da própria pesquisadora, enquanto docente desta instituição e coordenadora das Jornadas de Humanidades. Escolheu-se o caminho metodológico da Sociologia da Experiência de François Dubet. Dessas análises foi possível apreender, dentre outros aspectos, que as Jornadas de Humanidades (antes, Semanas de Filosofia e Sociologia), embora possuam sentidos que são individuais para os diferentes agentes, de maneira geral é vista como uma experiência social significativa que proporcionou uma metodologia de ensino diferenciada no âmbito da escola pública, aproximando ainda mais esta instituição das licenciaturas da Universidade Estadual de Londrina. Em síntese, dentro dos seus limites e recortes, espera-se que tanto as Jornadas de Humanidades, quanto a análise sociológica desta experiência social possa contribuir no processo de valorização da disciplina de Sociologia no currículo do Ensino Médio, principalmente neste momento histórico de intensos retrocessos para a política curricular.
Livros didáticos de sociologia do PNLD/2018 : como são problematizadas a história e a cultura africana e afro-brasileira
Tamara Vieira, Angela Maria de Sousa Lima
Data da defesa: 15/01/2020
Partimos do seguinte problema: Como os conteúdos de história e cultura africana e afro-brasileira estão sendo inseridos na disciplina de Sociologia, a partir dos livros didáticos distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2018? Para tanto, escolhemos a análise de conteúdo enquanto norte metodológico, em virtude da possibilidade de descortinamento frente a potência do livro didático no processo de ensino-aprendizagem, bem como sua contribuição frente a institucionalização da Sociologia enquanto disciplina escolar. No que diz respeito à análise documental, sua seleção se deu em virtude da modalidade de documentos que compõe o corpus da pesquisa, como normatizações relacionadas ao ensino de Sociologia e aos conteúdos de história e cultura africana e afro-brasileira, fazendo necessário o levantamento de informações frente às orientações que tratam da aplicabilidade desses conteúdos. A partir dos conteúdos, foi possível observar sua multiplicidade e recorrência nas três obras analisadas, quais sejam: Sociologia, Sociologia em Movimento e Tempos Modernos, Tempos de Sociologia. Identificamos nas obras os seguintes conteúdos de acordo com as categorias: desigualdade étnico-racial, trabalho, racismo, violência urbana, teorias sociais racistas e cultura (expressões de resistência). Esta pesquisa permite a partir da mobilidade da linha abissal, por meio da aprovação da Lei nº 10.639/2003, no âmbito da elaboração dos livros didáticos, há avanços a serem desenvolvidos no que diz respeito à identificação dos saberes trazidos e produzidos pelos africanos e afro-brasileiros. Portanto, a necessidade de problematizarmos a relevância da reeducação das relações étnico-raciais por meio da desnaturalização da escravidão, combatendo as teorias e as práticas racistas.
Teoria social dominante e marxismo : análise crítica de Louis Althusser
Lucas Silveira Andrade Martins, Simone Wolff
Data da defesa: 19/03/2018
Louis Althusser desenvolveu um marxismo heterodoxo, sofrendo profunda influência do estruturalismo francês de sua época. O programa estruturalista iniciado por Saussure e aprofundado por Lévi-Strauss e por inúmeros autores franceses hegemoneizou a academia francesa, apresentando inúmeras categorias basilares do edifício estruturalista. Gaston Bachelard e Jacques Lacan, por exemplo, notórios autores do estruturalismo francês propiciaram um desenvolvimento metodológico largamente utilizado por Althusser. As categorias fundamentais do althusserianismo, leitura sintomal, problemática e corte epistemológico podem ser facilmente percebidos nos autores de sua época, destoando largamente do marxismo de sua época. Althusser, portanto, ao intentar reformar o marxismo, acaba por cair nas formulações hegemônicas de sua época, trazendo o marxismo, assim, para o campo estruturalista.