Os desafios da aplicação da pegada hídrica em uma bacia hidrográfica urbana : contribuições para a gestão ambiental
Tese de doutorado
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Os conceitos de água virtual e pegada hídrica que surgiram nas duas últimas décadas do século XX lançaram novos olhares sobre os recursos hídricos em relação aos conceitos tradicionais, onde o consumo era analisado como o uso direto da água e a contaminação, vinculada ao tipo de poluente e a sua concentração. Sob esta nova ótica, o consumo e a poluição da água são calculados em razão do volume utilizado de forma direta e indireta, ou seja, os recursos hídricos incorporados na elaboração de produtos e na oferta de serviços e também o volume necessário para a diluição de poluentes. Deste modo, este trabalho apresenta a pegada hídrica da bacia hidrográfica urbana do ribeirão Cambé, situada nas cidades de Londrina e Cambé, Estado do Paraná, através do abastecimento de água, do consumo de alimentos, do saneamento e da energia elétrica. Para a elaboração dos cálculos foram utilizados os dados oficiais existentes para a determinação dos volumes diretos e indiretos de água incorporados na área avaliada e os resultados demonstraram que a bacia hidrográfica urbana apresenta uma pegada hídrica de 221.605.875,60 m3/ano e as maiores parcelas referem-se ao consumo de alimentos e ao saneamento. A relação entre a água, os alimentos, a energia e a interdependência urbana com a sustentabilidade dos recursos hídricos fornecem informações importantes que podem contribuir com o planejamento e a gestão político-administrativa das cidades a partir da participação efetiva dos atores centrais na busca de soluções para a redução da pegada hídrica. Neste sentido, foi proposto um modelo de gestão de recursos hídricos em cenários urbanos com a adoção do endereço hidrográfico e a inclusão dos dados relativos ao consumo e poluição indiretos da água através das plataformas utilizadas para os licenciamentos ambientais.