Geografia do medo e sociedade de risco: a pandemia de SARS-CoV-2 e seus impactos na cidade de Cornélio Procópio – PR

Dissertação de mestrado

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Resumo

Globalização, modernidade e capitalismo são palavras que trazem de imediato o olhar egocêntrico que o acúmulo de capital permite, todavia, a partir do ano de 2019, que marca o início da pandemia mundial de SARS-CoV-2, a globalização negativa emerge e finca as suas raízes nos mais variados contextos, principalmente no urbano. Vivenciado por uma sociedade em constante transformação esse cenário recebe o impacto do desconhecido: um vírus invisível que toma conta dos mais variados espaços causando medo, incerteza, insegurança, angústia, entre tantos outros sentimentos. Neste sentido e no intuito de corroborar com o atual cenário, o objetivo da pesquisa aqui apresentada é identificar os impactos da pandemia de SARS-CoV-2 bem como a construção dessa sociedade de risco a partir da ótica da cidade de Cornélio Procópio e suas medidas. Todavia, é crucial não perder de vista o fato de que as pesquisas atuais no que diz respeito ao cenário pandêmico são apenas o começo do que virá. Sendo assim, como uma das metodologias adotadas foram realizados levantamentos bibliográficos que se iniciam a partir da triagem de Revistas científicas com Qualis A1 à B2 da Plataforma Sucupira, especificamente da área de Geografia e com publicações nacionais, dos anos de 2020 a 2021. Um dos principais resultados alcançados nesse processo é a percepção de que se que as pesquisas científicas estão com os seus olhos voltados à essas vivências na tentativa de descobrir maiores informações a respeito dos atuais acontecimentos e do vírus desconhecido. Por consequência, a parcela social que se encontra vivenciando as desigualdades latentes imposta por um mundo líquido moderno e capitalista vão sendo pouco a pouco percebidas. Assim, a passos lentos, vai se formando a sociedade de risco, que vivencia o risco social que Marandola Jr. (2004) intitula social hazards. Conclui-se que frente ao perigo, a sociedade agora percebe que todos estão expostos e vulneráveis, mas os riscos por sua vez não são iguais para todos, ele tem o seu ‘público-alvo’: Aqueles que vivenciam cotidianamente o impacto das ações governamentais tardias, do desespero pela falta de poder aquisitivo e da fome que vem por consequência e assim, passam a minimamente tornarem-se visíveis.