Teses e Dissertações
Gênero e Patriarcado: o coletivo de mulheres do assentamento Eli vive II
Laura Gomes da Costa, Sérgio Aparecido Nabarro
Data da defesa: 28/02/2025
A pesquisa tem como objetivo discutir as relações de gênero e o patriarcado no campo estudando o caso do Coletivo Sacolas Camponesas, associação das mulheres do assentamento rural Eli Vive II, localizado no município de Londrina-PR. O interesse em torno do tema da pesquisa ocorreu a partir da intenção de compreender como o patriarcado se impõe no campo, interferindo no cotidiano das camponesas, e como estas mulheres resistem e subvertem as imposições das relações de gênero. É sabido que as mulheres militantes do MST contribuíram para criação, organização e consolidação do movimento, inclusive na ampliação das pautas defendidas pelo MST. Por isso, como método de análise, utiliza-se o materialismo histórico-dialético como sustentação das interpretações sobre como a estrutura patriarcal da sociedade contribui para com a opressão sobre o gênero feminino, bem como para a consolidação das relações de poder. Buscar-se-á compreender o papel que as mulheres desempenharam na luta pela terra e quais são as funções e estratégias desempenhadas por elas no assentamento Eli Vive II. Percebeu-se que a participação ativa das camponesas nas esferas política e social do MST contribuiu com o enfrentamento ao patriarcado no assentamento, bem como para a criação do Coletivo, que proporcionou renda, autonomia e autoestima às mulheres. Entretanto, ainda há muita luta pela frente, uma vez que o patriarcado ainda se faz presente no assentamento, dificultando o protagonismo feminino.
Esvaziamento Populacional e Redes de Compra do Executivo Municipal: Uma análise sobre pequenas cidades na RGINT de Londrina
Julio Cesar Fernandes Alves de Lima Guergolette, Edilson Luis de Oliveira
Data da defesa: 17/03/2025
Trabalhamos com um grupo de 20 municípios de quatro regiões em diferentes estágios de esvaziamento populacional no Norte do Paraná. Partimos de uma análise miltoniana dos cinco elementos espaciais que compõem esses recortes e os territórios em que se inserem, com a finalidade de compreender localmente os motores dos processos de esvaziamento populacional. Investigamos a fundo os contratos públicos de bens e serviços para cada executivo municipal trabalhado, averiguando os direcionamentos dos valores e possíveis impactos na economia local ou regional fomentando a criação de renda. Buscamos explorar a hipótese da dissertação que é: municípios em crescimento populacional têm uma boa internalização do dinheiro público no âmbito local ou regional, enquanto municípios em esvaziamento populacional estão vivenciando um menor emprego local do dinheiro público, pela escolha de prestadores que têm um menor impacto em sua economia. Utilizamo-nos de uma metodologia autoral por meio da qual: extraímos dos CNPJs dos prestadores de cada contrato informações como a localização, porte e o gênero de cada empresa em cada contrato licitatório do grupo de municípios trabalhado, e, estabelecemos os fluxos de direcionamento de valores públicos dessas pequenas cidades. Concluímos, por meio do recorte espacial e temporal trabalhado, que: as maiores centralidades do Paraná agregam as principais empresas prestadoras com contratos firmados junto às pequenas cidades do estado; há certa correlação entre internalização de recursos e esvaziamento populacional; no âmbito das compras públicas, a presença de micro e pequenas empresas oferece uma dinâmica distinta da oferecida por empresas de maior porte.
A disposição de equipamentos públicos comunitários nas ZEIS de Londrina e Maringá: Uma análise baseada em raios de abrangência.
Nathalia Moraes Marcolin, Ideni Terezinha Antonello
Data da defesa: 13/03/2025
A presente dissertação tem como objetivo analisar a distribuição dos equipamentos públicos comunitários nas Zonas Especiais de Interesse Social de Londrina e Maringá, buscando compreender se as ZEIS são efetivas na democratização do espaço urbano ou se permanecem apenas como um dispositivo formal nos Planos Diretores, sem proporcionar, na prática, a inclusão socioespacial. Os Planos Diretores de Londrina (2008) e Maringá (2006) foram escolhidos por serem os primeiros elaborados após o Estatuto da Cidade (2001), permitindo analisar como a implementação das ZEIS se materializou. Para tanto, combinou-se, como metodologia, a análise documental das legislações urbanísticas com a espacialização dos equipamentos públicos por meio do software de geoprocessamento QGIS, considerando raios de abrangência distintos para os eixos de educação, saúde e lazer. A abordagem permitiu examinar um dos componentes da acessibilidade, exigindo, contudo, uma interpretação que considere a complexidade do meio urbano construído. Ao longo dos capítulos, aborda-se a evolução do planejamento urbano no Brasil, a regulamentação das ZEIS e a distribuição dos serviços urbanos nesses territórios. Os resultados demonstram que, embora as ZEIS representem um avanço normativo e uma fissura dentro da lógica de acumulação do espaço urbano, sua materialização ocorre de maneira desigual, apresentando variações conforme o território analisado e os eixos de pesquisa. A pesquisa revelou que a acessibilidade aos serviços urbanos não pode ser tratada de forma homogênea, uma vez que algumas ZEIS apresentam melhores condições de integração, enquanto outras permanecem mais isoladas dos equipamentos públicos essenciais. Considera-se, assim, que a efetividade das ZEIS depende de políticas públicas que enfrentem a lógica da segregação socioespacial, de modo a reduzir as desigualdades no acesso à infraestrutura urbana e promover sua função enquanto instrumento de inclusão urbana.
O ensino de Geografia na Perspectiva Inclusiva para as pessoas com deficiência visual: narrativas sócioinclusivas e as tramas da exclusão-inclusão na educação básica
Karoline Oliveira Santos, Eloiza Cristiane Torres
Data da defesa: 10/03/2025
A tese apresenta as possibilidades do Ensino de Geografia na Perspectiva Inclusiva, com foco no processo de ensino-aprendizagem de pessoas com deficiência visual congênita (cegos, baixa visão) na educação básica, destacando as potencialidades da educação geográfica nesse contexto. Foram realizadas 10 entrevistas semiestruturadas com quatro docentes de Geografia e quatro responsáveis pela elaboração de materiais didático-pedagógicos no Centro de Apoio Pedagógico para atendimento a pessoas com deficiência visual - CAP Londrina. Além disso, foram entrevistadas duas pessoas com deficiência visual congênita (cegos) que frequentaram as Salas de Recursos Multifuncionais (SRMs) durante o ensino regular. A seleção dos participantes foi realizada por meio da técnica de amostragem não probabilística “Bola de Neve”. Os resultados evidenciaram uma concepção ambígua entre Educação Especial e Educação Inclusiva, relacionada às experiências e práticas dos participantes. Para os entrevistados, essas abordagens educacionais são distintas: a Educação Especial é organizada em áreas específicas, conforme o público-alvo, e ocorre em salas de recursos multifuncionais ou instituições especializadas, enquanto a Educação Inclusiva se refere ao acesso e à permanência de estudantes com deficiência no ensino regular. Apesar dessa diferenciação, é importante ressaltar a interconexão entre ambas, pois os avanços históricos da Educação Especial possibilitaram reflexões e ampliaram as discussões sobre a inclusão educacional de pessoas com deficiência ou outras especificidades no ensino regular, no modelo da Educação Inclusiva. As geografias da inclusão e da exclusão se manifestam de maneiras distintas nos diversos contextos locais da educação básica. Embora exista o Atendimento Educacional Especializado (AEE), estudantes com deficiência, especialmente em contextos socioeconômicos vulneráveis, frequentemente não têm liberdade de escolha quanto à sua escolarização. Esse cenário reflete uma lógica de exclusão que permeia não apenas as pessoas com deficiência, mas todo o sistema educacional. Apesar das alternativas teóricas, a realidade socioeconômica restringe o acesso a uma educação verdadeiramente inclusiva e de qualidade. A presença de estudantes com deficiência nas escolas desafia o modelo hierárquico e mecanicista das instituições de ensino, muitas vezes gerando resistência por parte de docentes tradicionais, o que dificulta o processo de inclusão e silencia as vozes desses estudantes. Quanto à Geografia, a disciplina pode ser compreendida de diversas maneiras, especialmente por meio de recursos táteis, considerados essenciais e abordagens dialógicas que apresentem o conteúdo para além da visão. É fundamental conhecer as diversas escalas geográficas, compreender o próprio lugar e refletir de forma crítica sobre o espaço ocupado por outros atores sociais. Nesse sentido, o ensino de Geografia na Perspectiva Inclusiva para estudantes com deficiência visual, além da utilização de recursos multissensoriais, considera os conhecimentos prévios por meio de uma abordagem dialógica,
elementos esses, potencializadores para todos os estudantes, com ou sem deficiência. Apesar dos avanços no ensino de Geografia e nas práticas inclusivas, persistem desafios educacionais significativos, agravados pela desvalorização da educação e pela desconformidade entre as políticas públicas e a realidade escolar. Nesse contexto, é crucial a implementação de políticas públicas consistentes, respaldadas por uma compreensão profunda da realidade educacional brasileira e das limitações do sistema público de ensino.
Área de Expansão Urbana em Londrina e Turismo Rural no Entorno da Estrada do Limoeiro
Milena Cardoso Garbossi, Ideni Terezinha Antonello
Data da defesa: 28/02/2025
A pesquisa visa compreender como ocorreu e quais as motivações para classificar o recorte geográfico da Estrada do Limoeiro como área de expansão urbana, buscando desvelar como essa alteração tem sido entendida pelos proprietários de terras, prestadores do serviço de turismo e pelos técnicos de planejamento municipal, em termos de benefícios e desafios, durante esse processo no município de Londrina. Este estudo, se justifica pela relevância atual, já que a gestão municipal tem se debruçado com maior afinco na questão da expansão do perímetro urbano. A escolha desse tema, se deu pela pesquisadora frequentar a área como turista e questionar as contradições existentes ali, sendo elas: o grande potencial turístico e a grande quantidade de pessoas que visitam a área e, ao mesmo tempo, a falta de estrutura adequada para tal atividade. A metodologia de pesquisa é qualitativa, tendo como procedimentos metodológicos o levantamento bibliográfico, análise documental, entrevista semiestruturada e trabalho de campo. As áreas de expansão urbana refletem uma coexistência de lógicas rurais e urbanas, demandando um planejamento territorial mais adequado às suas particularidades. Nesse contexto, o rural tem sido um local de múltiplas funções, como lazer, preservação ambiental e turismo. Atualmente, a localidade do Limoeiro foi classificada como Área de Expansão Urbana de Desenvolvimento Sustentável (AEU-DS), sendo uma alternativa encontrada pelo poder público para equilibrar o avanço do urbano com a preservação de características rurais. A criação dessa área específica foi motivada pela necessidade de controlar a expansão desordenada e pela valorização do turismo rural. A pesquisa realizada na localidade da Estrada do Limoeiro, a partir das entrevistas com moradores e técnica do IPPUL, revela uma diversidade de opiniões sobre a recente classificação da área como AEU-DS (Área de Expansão Urbana de Desenvolvimento Sustentável). A maior parte dos habitantes entrevistados se mostrou favorável a essa mudança, destacando aspectos positivos como a regularização fundiária e o impulso ao turismo rural. Entretanto, uma parcela de moradores manifestou-se contrária à mudança, temendo a descaracterização da área rural e o impacto no turismo, além de possíveis mudanças tributárias, como a cobrança de IPTU sobre propriedades que até então eram áreas rurais. Em conclusão, a legitimação da AEU-DS para a Estrada do Limoeiro reflete um esforço para conciliar a regularização fundiária e a valorização da área com a preservação do rural, levando em consideração os diferentes interesses e preocupações da comunidade local. Porém, uma vez “permitida” a expansão do fenômeno urbano na área, dificilmente será possível contê-lo, principalmente porque proprietários fundiários e incorporadores vão encontrando brechas para alcançar seus objetivos. Nesse sentido, o futuro do espaço rural e do turismo rural se veem ameaçados.
As áreas verdes urbanas de Londrina: uma análise do Parque Linear Igapó
Stelly Brenda Pinho Petile, Patrícia Fernandes Paula-Shinobu
Data da defesa: 25/02/2025
As áreas verdes urbanas são essenciais para a qualidade de vida nas cidades, pois ajudam a melhorar o clima urbano, além de proporcionar espaços de lazer, promover a saúde mental e física da população. Nesse sentido, a presente pesquisa tem como objetivo compreender e avaliar a quantidade e a qualidade as áreas verdes presentes no recorte espacial do Parque Linear Igapó, a partir do mapa de áreas verdes urbanas de Londrina, disponibilizado pelo IPPUL (2018), e por meio das imagens aéreas disponibilizadas no Google Earth®, Google Street View® e SIGLON, foram verificadas as condições da infraestrutura urbana. Para alcançar os resultados esperados, a pesquisa examinou todas as áreas verdes urbanas do Parque Linear Igapó, utilizando essas mesmas fontes de imagens. A partir dos dados obtidos por meio destes instrumentos, foi necessária a realização de trabalho de campo em 20% das 142 áreas verdes levantadas, a fim de verificar in loco a relação entre o que indicava no mapa do IPPUL, as imagens de satélites e a realidade presente na área verde em questão. Todas estas análises possibilitaram constatar que 40% das praças presentes no Parque Linear Igapó não oferecem nenhum tipo de equipamento que possibilite a utilização do espaço pela população. Além disso, 13 áreas onde o mapa de áreas verdes do IPPUL sinalizavam ser praças, na verdade havia construções diversas no espaço, como escola e UBS. Após todas as coletas de informações e análises foi possível fazer a criação de mapas atualizados e a indicação de locais que apresentam ausência de áreas verdes urbanas na área do Parque Linear de Londrina.
Drones e geotecnologias para avaliação da aptidão agrícola e enquadramento tributário do imposto sobre a propriedade territorial rural – ITR
Luiz Fernando Ribeiro Ferreira, Luciano Nardini Gomes
Data da defesa: 25/02/2025
O surgimento das Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPA) inaugurou um novo paradigma em diversos campos de estudo, viabilizando pesquisas mais aprofundadas e economicamente acessíveis. No âmbito da gestão de propriedades rurais, as RPAs emergem como ferramentas imperativas para o monitoramento de áreas vulneráveis, a avaliação de solos e a caracterização topográfica de locais anteriormente inacessíveis. Na tributação rural, o imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) utiliza mecanismos para promover a otimização do uso da terra e dos recursos naturais, favorecendo propriedades com alto rendimento e aplicando alíquotas mais elevadas àquelas com menor produtividade. A correta definição da aptidão agrícola, baseada em atributos que correlacionam o potencial produtivo da terra, é base para o enquadramento tributário e é crucial para a aplicação justa do imposto. Diante disso, a presente pesquisa investigou a utilização de RPAs, seus produtos, como o Modelo Digital de Elevação (MDE) e os fatores limitantes do uso da terra para confrontar o enquadramento tributário atribuído a uma propriedade com seu real potencial produtivo. Os resultados obtidos evidenciaram que características topográficas, como declividade estão conectadas com a aptidão agrícola do solo, exercem influência determinante sobre a capacidade produtiva da terra e a necessidade de implementação de práticas conservacionistas, impactando o valor da terra nua e, consequentemente, a tributação. A pesquisa demonstrou que ambas as imagens orbitais SRTM, com resolução de 30 metros, e imagens suborbitais, com resolução de centímetros, são capazes de realizar a classificação do relevo, no entanto, fica evidente o potencial dos RPAs para aprimorar a avaliação de propriedades rurais, fornecendo informações detalhadas e georreferenciadas para intervenções precisas para terraceamento. A pesquisa concluiu que as imagens suborbitais são capazes de inferir a aptidão agrícola de uma propriedade agrícola, visto que o principal fator relacionado a fragilidade do solo e potencial agrícola é a declividade, e quando aliado a fatores apurados in loco como textura de solo, pedregosidade e incidência de erosão pode-se determinar seguramente a aptidão agrícola. Os resultados mostraram que a fazenda São Sebastião deve ser enquadrada como “Lavoura - Aptidão Regular” para base do ITR. A adoção dessa metodologia contribui para uma tributação mais justa e em consonância com a função social da propriedade, além de estimular práticas agrícolas sustentáveis e a preservação dos recursos naturais.
Indicações geográficas (IGs) e desenvolvimento local : a produção de goiabas em Carlópolis – PR
Nicolas Vinicius Cesario de Aguiar, Sérgio Aparecido Nabarro
Data da defesa: 05/02/2025
A pesquisa discute as Indicações Geográficas (IGs) e sua relevância em relação aos aspectos sociais, econômicos e turísticos. A partir da concessão das IGs busca-se a notoriedade de um produto ou produção, proporcionando, desse modo, o aumento em sua procura, levando o reconhecimento da localidade na onde ela se inseri. Por isso, o objetivo da pesquisa é analisar como as Indicações Geográficas do tipo de procedências têm contribuído para o desenvolvimento local da produção de goiabas em Carlópolis-PR e o crescimento da produção durante os anos de 1995 a 2024 e compreender como as IGs atuam no processo de valorização e influências sobre o mercado consumidor. Metodologicamente, para a realização da pesquisa foi necessário buscas bibliográficas, levantamento de fontes primárias e secundárias, além de levantamento normativo. Utilizou-se a abordagem qualitativa e a pesquisa submetida ao comitê de ética para a autorização da aplicação de entrevistas, fotos da cooperativa, das produções e do trabalho de campo. Durante esse processo, foi analisado como os produtores conseguiram obter o registro de IG em suas propriedades, bem como os desafios enfrentados ao longo desse caminho. A pesquisa buscou evidenciar como as produções ganharam maior visibilidade e reconhecimento por meio do diferencial proporcionado pelo registro. Além disso, pode observar as melhorias alcançadas pelos produtores, como a fundação da cooperativa e as mudanças nos aspectos estruturais, na logística de trabalho em suas produções e no aumento das exportações. Esses fatores contribuíram para o aumento da renda dos produtores, ajudando positivamente na qualidade de vida dos produtores que possuem a certificação e também como essa dinâmica beneficia a comunidade local.
Produção de filmes em stop motion como recurso pedagógico e tecnológico: uma proposta de pesquisa-ação para a prática de educação ambiental em escolas públicas
Maria Luzia Ferreira Santos, Eloiza Cristiane Torres
Data da defesa: 03/02/2025
Esta tese tem como objetivo analisar as contribuições da produção de filmes de animação em stop motion, voltados para a prática de educação ambiental, enquanto ação formativa para a ampliação do conhecimento pedagógico dos professores na rede pública estadual e municipal das escolas do Distrito de Jaci-Paraná e Vila Nova de Mutum-Paraná, localizadas no município de Porto Velho, no estado de Rondônia. A proposta metodológica foi orientada com base na pesquisa-ação, sendo materializada por meio de intervenções em forma de oficinas de produção de filmes com o uso da técnica de animação em stop motion. Os sujeitos da pesquisa foram 10 professores do ensino fundamental, sendo 7 (sete) professores do Colégio Tiradentes da Polícia Militar, Unidade II, localizada no Distrito de Jaci-Paraná; e 3 (três) professores da Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora de Nazaré, localizada na Vila Nova de Mutum-Paraná, município de Porto Velho. A tese foi delineada em quatro etapas. 1ª etapa: apresentação da pesquisa e obtenção do TCLE; 2ª etapa: oficinas de stop motion; 3ª etapa: aplicação dos questionários, e 4ª etapa: resultados das análises e entrecruzamento dos dados. Como resultado das oficinas, foram elaborados 03 filmes de animação em curta duração de 1 minuto com temáticas ambientais. À luz da Análise de Conteúdo de Bardin, foram definidos os seguintes eixos temáticos: 1. Os fundamentos epistemológicos e a importância da Educação Ambiental na concepção dos professores; 2. A prática pedagógica com Projetos envolvendo temas ambientais e o uso do stop motion; 3. Percepção ambiental e Impactos oriundos da Usina Hidrelétrica Jirau; 4. A prática ambiental, o eixo interdisciplinar e o uso de tecnologias. A partir de uma abordagem de cunho qualitativo, os dados da pesquisa foram analisados com base na educação ambiental presente nas experiências dos professores, além de enfatizar o processo interdisciplinar no movimento interior das escolas, mais precisamente na prática docente. A tese aponta que a produção de filmes resultante de uma ação didática permite o desenvolvimento das potencialidades da educação ambiental, rompendo com práticas conservadoras que limitam sua atuação e não estimulam a tomada da consciência crítica em relação as questões ambientais. A realização das práticas por meio do stop motion possibilitou aos professores desenvolver o processo de reflexão sobre as ações e a construção da linguagem fílmica no contexto do ensino da geografia para estimular a aprendizagem dos estudantes a respeito de conteúdos de educação ambiental que favorecem a interdisciplinaridade em contextos escolares.
Crianças atuando nas cenas das suas próprias criações: em busca de uma educação ambiental emancipatória por intermédio do teatro do oprimido visto pela égide da geografia da infância
Daisson Felix Jacinto, Eloiza Cristiane Torres
Data da defesa: 22/01/2025
A presente pesquisa trata-se de um estudo sobre as possibilidades teóricas e metodológicas para abordar a desafiadora responsabilidade da sensibilização na Educação Ambiental, olhando o meio ambiente como parte indissociável da pessoa que o habita. A pesquisa foi aplicada abordando o Teatro do Oprimido como linguagem para o ensino de uma Educação Ambiental Emancipatória Significativa baseada nos conceitos da Geografia da Infância que conversem com a Arte e a Literatura. O objetivo geral aborda a forma como a metodologia do teatro fórum, uma ramificação do Teatro do Oprimido, de Augusto Boal, consegue auxiliar na sensibilização para uma Educação Ambiental emancipatória e significativa. O método da pesquisa foi o humano-processual, e a metodologia utilizada nesse estudo é a pesquisa participativa com viés analítico qualitativo, também foi realizado uma revisão bibliográfica acerca de trabalhos que abarcavam as temáticas pertinentes a esta dissertação, seguido de trabalhos de campo para a realização de levantamento prévio dos conhecimentos dos participantes sobre o meio ambiente, seguido de intervenções com oficinas de produção teatral ao meio da intervenção e um espetáculo feito pelas crianças seguindo a metodologia do teatro fórum. E por fim, reflexões sobre a importância dos conhecimentos da geografia logo na infância são adicionadas. O objeto de estudo desta dissertação é o Teatro do Oprimido com a Educação Ambiental. O recorte espacial da pesquisa consiste no ambiente não-formal de educação a “Casa do Caminho” localizada em Londrina – PR. A população da pesquisa diz respeito aos educandos na faixa etária de 05 a 09 anos e educadores maiores de idade, dessa instituição que a frequentaram no período da pesquisa. Por fim, a pesquisa constatou que a linguagem teatral potencializa a aprendizagem dos participantes acerca dos princípios de uma Educação Ambiental Emancipatória e Significativa.