Utilização de mapa mental para educação ambiental na cidade de Ribeirão do Sul/SP: contribuição da Cartografia Social
Victória Helena Borsa Piroli, Eloiza Cristiane Torres
Data da defesa: 01/02/2023
A presente pesquisa de abordagem qualitativa, norteada pela Cartografia social aliada à educação ambiental, contemplou, como recorte, espacial o município de Ribeirão do Sul, localizado no estado de São Paulo. Como objeto de estudo, a pesquisa foi desenvolvida alunos do 6º e 7ª ano da Escola Estadual Nicola Martins Romeira. Foi questionado acerca do município, das questões ambientais, da presença de corpos d'água e suas condições. A pesquisa teve como objetivo geral analisar o conhecimento de alunos do 6º e 7º ano do ensino fundamental sobre questões ambientais locais relacionadas à água por meio da cartografia social. Na etapa inicial da aplicação do trabalho foram verificados os conhecimentos prévios dos alunos. Em seguida, os estudantes fizeram um mapa, localização e demonstrando, segundo a visão deles, a município em que moram, dos rios/córregos que lá estão presentes, bem como sua situação (se está canalizado, na forma natural, com ou sem vegetação, com ou sem depósito de lixo, se a água aparenta estar limpa, se há ou não mau cheiro, se há presença de animais silvestres ou não). Tornou-se pertinente trazer à discussão dos resultados a Pandemia de Covid-19, que, desde 2020 tem assolado o planeta, mudado hábitos, jeitos de pensar a educação em modo geral, incluindo alunos do 7º ano. Foram aplicados 49 questionários, em três turmas distintas: uma de 6º ano e duas do 7º ano do ensino fundamental. Pode-se verificar uma grande dificuldade dos estudantes em fazer os mapeamentos, pois muitos não sabiam se existiam rios ou córregos passando pelo município de Ribeirão do Sul. Nestes casos, foram observados desenhos que centralizavam a escola, a praça da igreja e a lanchonete. Por meio desta pesquisa foi possível verificar que grande parte dos alunos participantes sabe de onde vem a água que chega até a sua residência, indicando um conhecimento prévio adquirido por estes em sua vida diária, inclusive, muitos sabiam exatamente o ponto onde a água é captada, seja no poço, direto do rio ou da galeria pluvial. Conclui-se que a maioria dos estudantes sabe que existem rios e córregos perto de suas casas, porém não sabem seus nomes.
Conhecimento para a ação: educação ambiental por meio de ações didáticas interativas
Caroline Hatada Lima Bomfim, Eloiza Cristiane Torres
Data da defesa: 19/07/2023
Nos dias atuais, as discussões sobre meio ambiente equilibrado, sustentabilidade e proteção ambiental vem cada vez mais ganhando atenção, seja na mídia, nas pesquisas acadêmicas ou em sala de aula. Discorrer sobre as questões ambientais vai muito além das parcerias entre instituições público-privadas, mas também está relacionada ao papel da sociedade, e o que cada um deve fazer, enquanto cidadãos, para promover a proteção ambiental. O que de fato se busca é um meio ambiente equilibrado, e muitos pesquisadores afirmam que a chave para alcançar este objetivo é através da educação ambiental (EA). Dessa forma, esta tese está dividida em Capítulos, apresentada em formato de 2 artigos. O primeiro artigo corresponde a elaboração e validação de um material paradidático voltado para a EA a cerca dos resíduos sólidos. Este material foi pensado para que fosse complementar ao conteúdo curricular proposto pelo Ministério da Educação, e aplicável dentro de sala de aula, capaz de incentivar a aprendizagem, fazendo com que o aluno tenha mais interesse pelo aprendizado e estudo do tema. Evidenciamos que o professor tem papel importante para a promoção da EA, porém, enfrentam o desafio de ensinar sobre o que vai além do currículo base, além da difícil tarefa de, muitas vezes, não possuírem materiais e recursos disponíveis para tais ações, apesar da vontade de contribuir. O segundo artigo visou uma EA voltada para o conhecimento sobre os ambientes internos. Através de um artigo de Revisão Rápida, mapeamos iniciativas publicadas em revistas que utilizam o monitoramento de CO2 em espaços educacionais internos como forma de sensibilização e educação sobre o meio ambiente. O CO2 pode ser utilizado como um proxy para ventilação e, consequentemente, ajudar a detectar problemas na ventilação e possíveis riscos de contaminação por doenças de transmissão aérea. Ambos os artigos enfatizam como o conhecimento é importante para a tomada de decisão, e como ele pode ser construído através da EA. Incentivar a participação dos alunos e da comunidade como um todo através do uso de materiais paradidáticos para a promoção da EA, ou o uso de equipamentos de medição de CO2 para o melhor conhecimento sobre os ambientes internos, por exemplo, pode ajudar no maior entendimento sobre o meio ambiente, e, de fato, refletir em discussões que levem a sociedade ao verdadeiro desenvolvimento sustentável.
Os desafios na realização do curso de formação em educação ambiental crítica para a rede municipal da educação de Jataizinho – PR
Clarissa Gaspar Massi, Eloiza Cristiane Torres
Data da defesa: 31/03/2022
O presente estudo abordou o cenário histórico e contraditório da problemática ambiental e da Educação Ambiental - EA, articulando-o às concepções que fundamentam o processo educativo. Ao avaliar o cenário histórico e a construção das políticas públicas da EA, este foi sofrendo transformações no decorrer dos anos em razão das influências neoliberais, verificando-se um silenciamento ou ocultamento da EA nos últimos anos. Demonstrou-se que as políticas públicas, como por exemplo a Base Nacional Comum Curricular - BNCC, e as determinações internacionais para delineamento de políticas públicas brasileiras, induzindo a uma percepção ideológica à educação escolar, à formação e a atuação docente e à EA, sem considerar pela emancipação humana. Em seguida, foi discutido sobre os desafios da realidade da EA nas escolas, ultrapassando pelas fontes de informação que os professores buscam para desenvolver o processo educativo ambiental, as fragilidades das políticas públicas de cunho neoliberal, as pressões do setor privado na educação pública e a formação continuada proporcionada aos professores atuantes. A peculiaridade em empregar a EA Crítica no presente trabalho é fundamentada no Materialismo Histórico-Dialético, como um instrumento para a práxis pedagógica baseando-se no entendimento de que ela pode oferecer contribuições para que as professoras envolvidas no processo pudessem evidenciar a integração envolvendo a sociedade e natureza. Deste modo, o objetivo geral foi de desenvolver um curso de formação utilizando a abordagem crítica de educação ambiental junto as professoras nas escolas municipais de Jataizinho-PR. A tese que se defende neste estudo foi que o curso de formação de professoras em EA se paute na perspectiva crítica como fundamentação para compreender o enfrentamento de elementos concretos que constituem o processo formativo como está inserido na realidade atual. Indica-se a importância da participação da Diretoria do Meio Ambiente, Diretoria da Educação e do Ministério Público, para que os projetos de EA sejam efetivos, e que podem ser realizados de maneira permanente, interdisciplinar e inclusive fora das salas de aula. Além de considerar o real papel do trabalho docente, qual seja, o compromisso com a formação e a emancipação humana. Deste modo, torna-se possível ter avanços na formação e ação docente no que concerne à práxis revolucionária da Educação Ambiental Crítica.
Metodologia da problematização aplicada no estudo do Ribeirão Vermelho, na área urbana de Conselheiro Mairinck – PR
Érica Siqueira Rodrigues, Nilza Aparecida Freres Stipp
Data da defesa: 26/06/2020
Esta dissertação foi fundamentada pela Metodologia da Problematização, apoiada no Arco de Maguerez, que se inicia pela observação da realidade, elencar os pontos-chave para pesquisa, sequenciada pela teorização, e para efetivação do trabalho deve-se apresentar hipóteses de solução e aplicá-las à realidade local. O objetivo geral desta foi a realização de ações de cunho educacional sobre a importância do Ribeirão Vermelho para população de Conselheiro Mairinck - PR. Observou-se a ausência de conhecimento dos alunos da Escola Estadual Dona Macária - Ensino Fundamental a respeito do curso urbano do Ribeirão Vermelho e o desenvolvimento da cidade. Para tanto, procurou-se averiguar o histórico de desenvolvimento do município, a relevância desse Ribeirão para a comunidade. Para tanto, foram realizadas com os alunos atividades para despertar neles a responsabilidade de proteger o ribeirão, para conservar a qualidade e quantidade de água em seu leito. Por fim, constatou-se que desde o princípio da pesquisa, no processo de observação da realidade e com a efetuação das atividades na escola, com palestra, textos, imagens, elaboração de maquetes, entre outras, de forma progressiva as turmas como um todo, trabalhando em conjunto na construção de conhecimento contribuíram para o crescimento individual dos estudantes. Constatou- se com as falas, textos, realização das dinâmicas, melhorias na capacidade de percepção, criticidade, opinião e teoria em relação à temática estudada.
O novo código florestal : a ciência geográfica e o debate jornalístico
Ayoub Hanna Ayoub, Eloiza Cristiane Torres
Data da defesa: 26/10/2020
O Novo Código Florestal Brasileiro insere-se como uma das discussões centrais levadas a efeito atualmente, tanto pelas repercussões que produz quando a ele se associa o tema do direito ambiental, como pela prontidão que se verifica, em todas as esferas de opinião, para uma avaliação de impactos, equilíbrio, preservação, cuidados especiais a tomar, crenças, hábitos a adquirir e/ou modificar. A Ciência Geográfica tem essa discussão como objeto de permanente estudo. Este trabalho realiza uma análise do noticiário do jornal O Estado de S. Paulo, no período de 2010 a 2018, envolvendo a discussão do Novo Código Florestal. O fenômeno midiático, originado pelo debate registrado nas páginas desse jornal, é estudado em termos dos impactos e da influência direta que é capaz de projetar na predisposição interpretativa dos leitores. A categoria de análise geográfica adotada é a de Território. A tese defendida é de que há modos de evidenciar a ocorrência de processos de manipulação da informação, pela divulgação de uma posição político-partidária de características conservadoras. Para a coleta, descrição e análise dos dados, a metodologia associa referenciais teóricos do Jornalismo e da Ciência Geográfica, aos critérios de Valência e ao conceito de Cenografia, este último encontrado na abordagem de Análise do Discurso (Dominique Maingueneau). Esse mesmo direcionamento metodológico orienta a contínua aferição e ajustes, de modo a assegurar confiabilidade para composição de um roteiro apto a permitir inferências sobre as hipóteses levantadas. Os princípios da Educação Ambiental são vivenciados na condução de uma oficina com estudantes de pós-graduação em Geografia, e os resultados foram incorporados na validação das hipóteses. Enunciar ajustes nas bases metodológicas é uma contribuição esperada diante da responsabilidade imposta pelo tratamento do tema da manipulação. A complexidade dos tópicos presentes no noticiário, os aspectos a serem levados em consideração e as formas de expressar os resultados do debate aqui mencionado, são fatores considerados indissociáveis.
Do espaço ao lugar: a educação ambiental e os agrotóxicos no ensino fundamental do Colégio Estadual do Patrimônio Regina em Londrina-PR
Denilson Manfrin Goes, Eloiza Cristiane Torres
Data da defesa: 27/01/2020
A presente pesquisa de cunho qualitativa norteada para o processo de aprendizagem no Ensino Fundamental II, contemplou como recorte espacial o Patrimônio Regina, localizado no Distrito do Espírito Santo, zona rural, no município de Londrina (PR) e como objeto de estudo, enquanto lugar, o Colégio Estadual do Patrimônio Regina e a percepção dos estudantes do 9º Ano, no período de 2018 e 2019, quanto à Educação do Campo e Educação Ambiental. Por meio de um estudo de caso, a pesquisa de nível exploratória, pautada na pesquisa-ação, buscou como objetivo geral, sensibilizar os estudantes de escola do campo, para uma consciência crítica acerca dos riscos eminentes de exposição da população e biodiversidade aos agrotóxicos, na atualidade. Como estratégia e conteúdo para realização das intervenções pedagógicas, adotou-se a temática do uso de agrotóxicos na produção de alimentos e os problemas socioambientais decorrentes. A sistematização dos resultados, deuse na forma de confecção de vídeos do gênero documentário, produzido pelos próprios estudantes, ressaltando que, aos mesmos, foram assegurados a autonomia, a total liberdade de expressão, ou seja, produção de materiais posicionando-se a favor ou contra o tema, de acordo com suas próprias convicções, como forma de dar voz ativa aos pesquisados. A propensão pelo Patrimônio Regina, deu-se em razão de localizar-se no espaço de produção agropecuária, emprego da agrícola intensiva, ou seja, sem rotação de culturas ou da terra, uso dos meios de produção de tecnologia moderna, voltada principalmente ao cultivo de monocultura em grandes áreas (predomínio de soja e milho), utilização de produtos químicos (adubos, fertilizantes e agrotóxicos) e máquinas pesadas do plantio à colheita, visando o aumento da produtividade. A escolha do grupo de pesquisados respalda-se sob a ótica de que, nesse período da vida, os estudantes encontram-se a caminho da fase adulta, sendo, portanto, de fundamental importância, uma Educação Ambiental transformadora na formação de indivíduos responsáveis, argumentativos, voltados para o exercício da cidadania. Os resultados finais, sistematizados por meio dos vídeos produzidos pelos estudantes, indicaram que os objetivos foram atingidos. A percepção do grupo pesquisado modificou-se após realização das intervenções pedagógicas, ação essa em conjunto com a escola que possui, entre outras, a finalidade de proporcionar o aprimoramento do educando como pessoa de perfil humanista, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico.