Território e cultura japonesa : o caso de Assaí-PR
Cibelle Tagawa Ávila, Prof.ª Dr.ª Alice Yatiyo Asari
Data da defesa: 23/04/2012
O presente trabalho é uma reflexão sobre o papel dos migrantes japoneses na formação do território em Assaí-PR, sendo que estes foram os pioneiros na ocupação do município e através da participação em todos os setores da sociedade, imprimiram sua identidade na comunidade. A discussão foi pautada nos conceitos de território, territorialidade e identidade a partir da perspectiva de diversos autores, tendo como objeto de análise o município de Assaí e a cultura japonesa. A partir disso, foi verificado a importância dos japoneses na formação socioeconômica do município e uma territorialidade de destaque. Nas últimas décadas, várias mudanças em diversas escalas provocaram alterações nessa territorialidade japonesa, em que percebeu-se alterações no território assaiense, sendo que território japonês em Assaí já não é mais predominante, porém ainda tem relevância no cenário assaiense, imprimindo-lhe uma identidade própria.
A especialização industrial metalmecânica e as transformações espaciais em Assaí-PR
Adriano Pereira de Almeida, Prof.ª Dr.ª Tânia Maria Fresca
Data da defesa: 25/03/2011
Este trabalho busca compreender como Assaí, uma pequena cidade do Norte paranaense de aproximadamente 16.000 habitantes, fundada por colonizadores japoneses vem destacando na produção industrial metalmecânica. Enquanto a grande maioria das pequenas cidades do estado se apresentam fadadas à estagnação ou se apresentam dependentes das atividades agropecuárias e oferecendo bens e serviços mínimos à sua população urbana, Assaí vem gestando uma especialização produtiva que vem influindo e intensificando sua vida socioeconômica e espacial. Tal especialização industrial instalada na cidade teve sua gênese em investimentos locais de uma pequena empresa, a Tornotécnica Jumbo, fundada no auge do ciclo do algodão no município, oferecendo pequenos serviços de manutenção e torno para equipamentos utilizados nessa cultura. A partir de reinvestimentos do lucro obtido na própria empresa associado à visão de mercado de seus administradores, a mesma foi se aprimorando, expandindo serviços e área de atuação, já se apresentando como uma empresa de alcance estadual na década de 1990. Em 1998, com a transferência da unidade industrial da Atlas Schindler de São Paulo para Londrina, aproveitando as relações com a multinacional, a Jumbo tornou-se uma de suas grandes fornecedoras, além de auxiliar na negociação da transferência das demais fornecedoras para Assaí. A partir da oferta de vantagens locacionais oferecidas pela administração municipal, Assaí recebe transferências das plantas industriais da Metalúrgica Veipa (Rio de Janeiro), Veríssimo (Rio de Janeiro), Tecmarca (São Paulo), PTE (São Paulo) e GRC. A Tornotécnica Jumbo, que ao contrario das demais indústrias instaladas na cidade, continuou a investir seus lucros na expansão da produção industrial, possibilitando assim a recente inauguração uma nova unidade, a Jumbo Super-pesada, dedicada à produção de grandes peças e equipamentos, como peças para usinas termonucleares de até 30 toneladas, e a previsão de um faturamento anual de até 100 milhões de reais. Atualmente tais indústrias conferem à cidade uma nova dinâmica: geração de uma grande parcela dos empregos e renda à população, aumento na arrecadação de impostos do município, uma expansão espacial da cidade manifestada na abertura de novos lotes e valorização de certas áreas de seu perímetro urbano, o aumento da centralidade da cidade por conta da diversificação e especialização das atividades comerciais, o início de prestação de serviços mais específicos, escolas particulares, educação superior gratuita, especialidades médicas, posto do INSS e outros, além de garantir que Assaí participe de forma mais intensa na divisão territorial do trabalho e seja inserida de forma diferenciada na rede urbana norte paranaense da qual faz parte e outras redes de alcances maiores, por meio das diversas interações sócioespaciais que passaram a ocorrer para garantir a manutenção da atividade produtiva metalmecânica.