Tendência das taxas de internação em menores de cinco anos no período de 1999 a 2010 em Londrina – PR

Dissertação de mestrado

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Resumo

A atenção integral à criança constitui uma prioridade entre as políticas de saúde e um desafio para os gestores. A internação pediátrica gera custos para o sistema de saúde além de consequências físicas e emocionais para a criança e sua família. Conhecer a tendência da morbidade hospitalar infantil permite identificar os principais agravos e possíveis fatores de prevenção, assim subsidia o planejamento e priorização das ações de saúde e intersetoriais. Esta pesquisa teve como objetivo analisar a tendência das taxas de internação em menores de cinco anos, residentes no município de Londrina, no período de 1999 a 2010. Os dados foram obtidos no sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS. As variáveis selecionadas foram: faixa etária, sexo, natureza e regime do hospital, tempo de permanência, causa da internação e ocorrência do óbito. Para a caracterização das internações, os anos do período de estudo foram agrupados em triênios e utilizada estatística descritiva. As taxas de internação foram calculadas por todas as causas segundo capítulos da CID-10, por sexo e diagnósticos da lista de condições sensíveis à atenção primária (CSAP). Em cada faixa etária calcularam-se as taxas segundo capítulos da CID-10 e lista de CSAP. Para a análise de tendência das taxas, aplicou-se o modelo linear através do programa SPSS 19.0. Durante o período de estudo, ocorreram 45.195 internações financiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em crianças menores de cinco anos, o que representou 11,56% do total de internações SUS no município. As hospitalizações foram mais frequentes na faixa etária de 1 a 2 anos (cerca de 32%) e sexo masculino (55%). Mais de 80% das internações tiveram duração máxima de 7 dias, e o óbito ocorreu em aproximadamente 2%. A análise de tendência mostrou declínio das taxas de internação em crianças menores de cinco anos, redução de 4,87 internações por 1000 crianças/ano. O mesmo ocorreu em todas as faixas etárias, exceto para o período neonatal. As doenças do aparelho respiratório apresentaram as maiores taxas, exceto no período neonatal e manteve-se estável no período neonatal e pósneonatal. As doenças infecciosas e parasitárias destacaram-se pela redução, principalmente no período pós-neonatal, com decréscimo de 1,19 internações por 1000 crianças/ano, porém apresentou estabilidade na faixa etária de 3 a 4 anos. A evolução das internações por CSAP nos menores de cinco anos também apresentou tendência decrescente exceto para o período neonatal. O principal grupo de CSAP foram as pneumonias. O decréscimo das taxas apontam para a melhoria das condições de saúde infantil devido possivelmente à implantação de estratégias de atenção direcionadas à saúde da criança neste período. Outros estudos serão necessários para relacionar as hipóteses levantadas com a efetiva diminuição das internações, além de outros que busquem avaliar a qualidade dos serviços de atenção primária à criança, que tem como objetivo a prevenção de agravos e hospitalização.