Perfil Epidemiológico das vítimas de acidentes de trânsito: 1997 a 2000

Dissertação de mestrado


Resumo

Os acidentes de trânsito (AT) e os traumas deles resultantes constituem um importante problema social e de saúde pública, podendo ser considerados uma grave epidemia do século XX. O presente trabalho teve como principal objetivo analisar o perfil epidemiológico das vítimas de AT atendidas pelo único serviço de atenção pré-hospitalar de Londrina, o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergências (SIATE), de 1997 a 2000, visando contribuir para sua prevenção e controle. Foram estudadas todas as vítimas registradas no banco de dados do SIATE num total de 3568 vítimas em 1997; 3464 vítimas em 1998; 3571 vítimas em 1999 e 3871 vítimas em 2000. A taxa de mortalidade e o coeficiente de letalidade foram calculados com base nos óbitos registrados pelo SIATE (ocorridos antes da internação hospitalar). A mortalidade apresentou-se em declínio, com uma redução de 33,8% no ano 2000 em relação a 1997. O coeficiente de letalidade também apresentou pequena redução passando de 1,7% em 1997 para 1,1% em 2000. Em relação à taxa de ocorrência de vítimas por 100 mil habitantes, observamos pequenas reduções nos anos de 1998 e 1999 seguidas por um aumento em 2000 (de 3,7%, quando comparado a 1997). Mais de 70% das vítimas, em todos os anos de estudo, eram do sexo masculino e tinham de 10 a 39 anos. Os motociclistas foram o principal tipo de vítima, com valores superiores a 40%, seguidos pelos ocupantes de auto/caminhonete, ciclistas e pedestres. A maioria das vítimas acidentou-se no mês de dezembro, nos finais de semana, principalmente no sábado, durante a noite (das 18:00 às 23:59 horas) e na região Centro da cidade, em todos os anos de estudo. Foram também analisados alguns comportamentos de risco para a ocorrência de AT ou para aumento da gravidade das lesões. Observou-se redução estatisticamente significativa (p < 0,05), ao longo dos anos de estudo, para a proporção de ciclistas, motociclistas e condutores de auto/caminhonete com hálito etílico perceptível no momento do acidente; para a proporção de motociclistas não usuários de capacete (de 62,5% em 1997 para 13,9% em 2000); para a proporção de condutores de motocicletas menores de 18 anos; para a proporção de menores de 7 anos transportados em motocicleta; para a proporção de ocupantes de auto/caminhonete não utilizando o cinto de segurança e para a proporção de menores de 10 anos sendo transportados no banco dianteiro de automóvel. Apesar das reduções encontradas nas taxas de mortalidade e letalidade e nos comportamentos de risco para AT e lesões, em alguns tipos de vítimas, estes ainda apresentam uma freqüência elevada, o que evidencia a necessidade da implantação urgente de ações educativas, de fiscalização e punição desses comportamentos para diminuir ainda mais a sua incidência.

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