Interação com os Serviços e com a Comunidade durante a formação médica: o que pensam os professores?

Dissertação de mestrado


Resumo

Este estudo analisa o conhecimento e a opinião dos docentes do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) sobre os módulos de Práticas Interdisciplinares de Interação entre Ensino, Serviços de Saúde e Comunidades (módulos PIN), implantados no novo curso de medicina da UEL em 1998. A coleta de dados ocorreu por meio de um questionário encaminhado aos docentes e de entrevistas semi-estruturadas com docentes que ocupam cargos no CCS ou exercem liderança no processo de implantação do novo currículo. Os resultados demonstram, entre outros aspectos, que: a) pouco mais da metade dos docentes participantes da pesquisa haviam se envolvido, até setembro de 1999, com atividades do novo currículo; b) há docentes, inclusive entre os que ocupam cargos de direção, que questionam a validade e a eficácia dos novos métodos pedagógicos; c) o conhecimento dos módulos PIN no novo currículo do curso de medicina e a aceitação de seus propósitos são bastante heterogêneos entre os docentes pesquisados; d) embora grande parte dos docentes afirme considerar as atividades práticas em serviços de saúde e junto às comunidades como fundamentais para a formação do profissional médico, muitos consideram a sua execução inviável; e) apenas uma minoria dos professores médicos dispõe-se a atuar como instrutores nos módulos PIN, e estes, ainda, manifestam a sua preferência por fazê-lo sem necessidade de “ir a campo”. O estudo conclui que os docentes podem ser categorizados em defensores, apoiadores, opositores e indiferentes aos módulos PIN e discute a dificuldade que cerca metade dos docentes apresentou para emitir opinião sobre o assunto. Propõe a adoção de medidas especialmente adaptadas aos interesses dos docentes da área clínica, relacionadas à humanização da atenção e à revisão das práticas não só de ensino, mas também de assistência. Considera que só assim a mudança curricular não se manterá apenas no plano fenomênico mas também poderá chegar a planos mais profundos, alcançando inclusive as relações sociais e políticas dos atores institucionais e sujeitos sociais envolvidos.

Palavras-chave

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