Conhecimento de um Grupo de Mulheres Sobre Sinais e Sintomas do Trabalho de Parto.

Dissertação de mestrado


Resumo

O objetivo deste estudo foi de caracterizar o conhecimento sobre trabalho de parto em mulheres atendidas em uma maternidade pública e sua relação com variáveis socioeconômicas e obstétricas. Analisou-se, também, a fonte do conhecimento, o motivo que levou essas mulheres a comparecer aos serviço de saúde suspeitando trabalho de parto e a freqüência desses comparecimentos. A população de estudo foi composta por um grupo de 349 puérperas que tiveram seus partos normais ou cirúrgicos na referida maternidade da cidade de Londrina, no período de 14 de julho a 13 de agosto de 1999, entrevistadas pela autora. As puérperas pesquisadas se encontravam principalmente na faixa etária de 20 a 30 anos (54,1%) e na adolescência (30,1%). A grande maioria mantinha vínculo conjugal (83,7%), havia cursado menos que o primeiro grau do ensino formal (53,9%) e 66,2% não trabalhavam extra-domicílio. A renda percapita não ultrapassava a 1 salário mínimo para 69,9% das puérperas e quase a totalidade delas pertencia às classes sociais proletariado típico e subproletariado. Realizaram pré-natal 98,3% das puérperas pesquisadas, sendo alto também o percentual de mulheres que realizaram mais de 5 consultas(86,5%) , incluindo o terceiro trimestre de gestação. Essa assistência foi prestada principalmente nas UBS do Município de Londrina. As multíparas foram representadas por 55,9% da amostra estudada onde 95,1% atingiram o termo da gestação e 72,8% realizaram o parto normal. A grande maioria das puérperas manifestou conhecimento sobre a contração uterina (98,0%) e sobre a rotura da bolsa das águas (89,7%). A perda do tampão mucoso foi o sinal menos conhecido pelas puérperas (55,6%). Ao verificar-se a adequação do conhecimento sobre a sintomatologia do trabalho de parto, um número expressivo de puérperas apresentou conhecimento classificado como inadequado ou sem conhecimento manifestado para a perda do tampão mucoso (33,5% e 44,4% respectivamente) e a rotura da bolsa das águas (64,2% e 10,3% respectivamente). As puérperas referiram os profissionais de saúde como a principal fonte de conhecimento sobre a sintomatologia do trabalho de parto, seguida dos leigos. A experiência anterior e o cartão de pré-natal foram pouco valorizados. O motivo que mais levou as gestantes até o serviços de saúde suspeitando o início do TP foi a contração uterina (60,6%), seguido da perda do tampão mucoso (16,8%) e rotura da bolsa das águas (14,7%), sendo que quase a totalidade delas (94,6%) procurou o hospital. As variáveis idade, grau de instrução, número de consultas pré-natais e paridade, não estiveram estatisticamente associadas ao conhecimento das puérperas sobre a contração uterina, enquanto que o maior número de comparecimentos aos serviços de saúde se mostrou significativamente associado a esse conhecimento para primíparas quando comparadas às multíparas. Salienta-se a necessidade de esforços dos profissionais de saúde que atuam com as gestantes, no sentido de prepará-las para o reconhecimento dos sinais e sintomas do trabalho de parto, bem como a necessidade de estudos mais aprofundados sobre o tema.

Palavras-chave

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