Aleitamento materno de prematuros em hospital escola de Londrina – PR
Dissertação de mestrado
Resumo
Esta pesquisa avaliou a prática do aleitamento materno entre prematuros, durante o período de internação e nos primeiros seis meses de vida. Realizou-se um estudo longitudinal com 278 prematuros nascidos no Hospital Universitário de Londrina – PR, no período de maio de 2002 a abril de 2003. A metodologia constou da análise de prontuários de mães e de prematuros, além de entrevistas com as mães dessas crianças aos seis meses de vida, por meio de visita domiciliar ou telefone. Os procedimentos analíticos utilizados foram a técnica de sobrevida pelo método de Kaplan-Meier e pelo modelo de regressão de Cox multivariado. A prevalência do aleitamento materno dos prematuros durante o tempo de internação foi de 100% e 31% para o aleitamento materno exclusivo. A mediana do aleitamento materno exclusivo e do aleitamento materno foi 63,5 dias e superior a 180 dias, respectivamente. A prevalência do aleitamento materno no sexto mês foi 54,7%, embora apenas 6,8% permanecessem em aleitamento materno exclusivo. Até o sexto mês de vida, 78,4% dos prematuros receberam outro tipo de leite que não o humano e, deste total, 56,4% receberam fórmula infantil. O uso de chupeta pelos prematuros foi a variável que apresentou associação significativa com a duração do AME, revelando uma chance 1,67 vezes maior para a interrupção do aleitamento materno exclusivo quando comparado àqueles que não usaram chupeta. Os fatores que mais contribuíram para o sucesso do aleitamento materno alegados pelas mães foram: o conhecimento das vantagens do aleitamento materno, o desejo pessoal de amamentar e os incentivos recebidos por outras pessoas. As dificuldades para amamentar mais citadas pelas mães foram os problemas relativos à mama e à pega e, entre estes, a fissura. Quando comparada com anos anteriores, a duração do aleitamento materno exclusivo entre os prematuros estudados aumentou, estando de acordo com a tendência mundial. Constatou-se que nenhum prematuro fez uso de fórmula infantil exclusiva durante a internação. As mães continuam introduzindo alimentos aquém dos seis meses de vida, tempo esse recomendado para as crianças permanecerem em aleitamento materno exclusivo.