Percepção de peso corporal e condutas alimentares em professores da rede estadual de ensino de Londrina-PR

Dissertação de mestrado

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Resumo

Conhece-se a situação epidemiológica enfrentada mundialmente com relação ao aumento significativo do sobrepeso e obesidade em todas as camadas populacionais. Além disso, diversas complicações de saúde têm sido evidenciadas entre professores e há pouca informação sobre as condutas alimentares e a influência da percepção de peso corporal especificamente nesse público. Vista a importância social e escassez de trabalhos que estudem as características sociodemográficas, de saúde, de trabalho e principalmente, o perfil da percepção de peso corporal e condutas alimentares adotadas por essa população, objetivou-se analisar a relação entre percepção de peso corporal e condutas alimentares entre professores da rede estadual de ensino de Londrina-PR. Realizou-se estudo transversal com todos os professores atuantes nas 20 escolas estaduais com maior número de professores de Londrina. Informações foram coletadas por meio de entrevista individual através de questões sobre alimentação, aspectos sociodemográficos, condições de trabalho, perfil antropométrico e percepção de peso corporal. Os dados foram analisados de forma descritiva e as associações estudadas mediante regressão de Poisson para estimação da Razão de Prevalência (RP). Foram incluídos nesta pesquisa um total de 920 professores sendo predominante: os de sexo feminino (67,8%); >41 anos (52,4%); casados (58,7%); brancos (74,6%) e com grau de instrução especialização (87,5%). No que se refere as características de trabalho e de saúde, observou-se que mais de 70% dos professores tem 2 vínculos ou mais, e mais de 80% trabalha 40 horas ou mais por semana. Aproximadamente 30% dos professores apresentam diagnóstico médico de pelo menos uma DCNT e mais de 80% percebe sua saúde como boa, muito bou ou excelente. Com relação a percepção de peso corporal, metade dos professores eutróficos (49,9%) se perceberam adequadamente. Diferente dos com excesso de peso, onde a maioria (91,6%) apresentou uma percepção adequada do seu peso corporal. Dos 441 professores classificados como eutróficos, mais de 40% superestimaram o peso corporal. No que se refere as condutas alimentares, observou-se que o sexo, idade, renda, tempo como professor e número de vínculos foram os fatores que mais estiveram associados. Por fim, não houve associação entre a percepção de peso corporal e condutas alimentares recomendadas ou não. Concluiu-se que professores da Rede Estadual de Ensino de Londrina apresentam em sua maioria, condutas alimentares recomendadas. E que embora seja um fator determinante para adoção de condutas adequadas em indivíduos com excesso de peso, a percepção de peso corporal não se mostrou associada a nenhuma conduta alimentar investigada. Este achado fortalece a importância de que mais estudos continuem explorando a percepção de peso corporal nesse público, extrapolando a fim de se conhecer a satisfação e a autoestima com o corpo, de modo a conhecer até que ponto a imagem corporal pode influenciar os hábitos de vida dos docentes.