Avaliação dos serviços de saúde pelos pacientes com HIV/AIDS atendidos no município de Londrina, PR.

Dissertação de mestrado


Resumo

O presente estudo foi realizado com o objetivo de avaliar os Serviços de Saúde do Município de Londrina – Pr, em relação ao atendimento a pacientes com HIV/AIDS, do ponto de vista do próprio usuário. Entrevistaram-se 60 pacientes no período de julho de 1994 a abril de 1995, que haviam passado por internação em um ou mais hospitais de grande porte do município, o que correspondeu a 56,6% dos que se encontravam dentro dos critérios pré-estabelecidos. Em relação ao exame diagnóstico concluiu-se que a maioria dos pacientes (73,8%) não conhece o método utilizado; o tempo de espera pelo resultado variou de 0-8 dias (38,1%) até 22 ou mais dias (11,9%); 55,0 referem percepções negativas nesse período de espera; em 20,0% dos casos o exame foi realizado sem o conhecimento do paciente. O médico foi a pessoa que mais indicou o exame (55,0) e também o que com maior freqüência comunicou o seu resultado (75,0%), mas os outros indivíduos também participaram desse processo; 40,5% dos pacientes que realizaram o exame em Londrina não receberam o resultado da forma como desejavam. A maioria dos pacientes demonstrou satisfação com o atendimento prestado pelos Serviços de Saúde: os locais de internação A e B foram avaliados como ótimos ou bons por 81,0% e 70,0% dos pacientes, respectivamente. Os locais de atendimento ambulatorial D e E foram avaliados como ótimos ou bons por 86,1% e 81,8% dos pacientes, respectivamente. Entretanto, algumas deficiências foram evidenciadas pela citação de pontos negativos relacionados ao ambiente dos setores de internação (58,4%) e unidades ambulatoriais (43,3%). O número de profissionais foi considerado suficiente por 65,0% dos entrevistados; 81,6% dos pacientes realizaram os exames que necessitaram e 61,6% têm facilidade de acesso ao atendimento à saúde embora 20,0% refira demora excessiva nas salas de espera. Quanto aos medicamentos específicos, 46,7% referem uso atual ou anterior do AZT, sendo que 11,7% não recebe com regularidade; apenas 3,3% usam ddl e nenhum o ddC. 65% dos pacientes referem tomar algum tipo de medicamento para as patologias associadas à AIDS, dos quais apenas 18,3% relatam que os recebe com regularidade. No geral, o atendimento médico foi classificado como ótimo ou bom nos locais A, D e E. A avaliação da equipe de enfermagem ficou entre boa e ótima nos locais A, D e E (variando de 21,9% a 55,6% também classificações de regular até péssima nos vários locais. O psicólogo e o assistente social são profissionais que não apareceram nas avaliações dos locais B e F; nos demais locais muitos os desconhecem e outros classificam seus atendimentos como ótimo ou bom. Nota-se a total ausência do dentista nas instituições de saúde que atendem aos casos de AIDS. Alguns problemas detectados junto À equipe: pouco apoio emocional para os pacientes, principalmente do psicólogo; pouca ou nenhuma orientação sobre a doença; pouco diálogo; 38,3% dos pacientes perceberam algum tipo de discriminação da equipe; 51,7% deles citam alguma percepção negativa ou algo diferente no contato direto durante a assistência. Entre os pontos positivos citados, destacam-se 41,3% relacionados à equipe de saúde e 26,7% aos locais de atendimento; já os pontos negativos são 50,9% para os locais de atendimento; 27,8% à equipe de saúde e 18,5% à demora no atendimento. As sugestões emitidas referem-se aos locais de atendimento (62,2%) e à equipe de saúde (34,7%).

Palavras-chave

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