Fluorese dentária e teores de flúor na água de Itambacará/PR

Dissertação de mestrado


Resumo

O flúor já foi consagrado como um agente eficaz na prevenção e terapêutica da cárie dentária; porém, quando ingerido em doses excessivas durante o período de formação dos dentes, pode gerar uma intoxicação crônica: a fluorose dentária. Existem, por todo o mundo, regiões que apresentam fluorose dentária endêmica. Esse fenômeno vem ocorrendo em Itambaracá, norte do estado do Paraná, cujos habitantes ingerem água proveniente de poços com presença natural de flúor. A área apresenta uma anomalia hidrogeoquímica, com altas concentrações de flúor em solo e em água de bacias superficiais. Realizaram-se análises da água de consumo das escolas do município e um monitoramento dos teores de flúor da água de um poço do distrito de São Joaquim do Pontal, o qual apresentou uma considerável flutuação nos valores de flúor (de 1,0 a 2,0 ppm). Foi conduzido um levantamento epidemiológico censitário de fluorose dentária com os escolares da zona urbana e rural do município, utilizando-se o índice de Dean, e examinaram-se 1129 crianças, de 5 a 23 anos de idade. A prevalência de fluorose dentária encontrada foi de 60,9%. No distrito mais acometido, a prevalência chegou a 71,7%, com casos, até mesmo, severos de fluorose dentária. O estudo mostra a necessidade de modificação da fonte ou correção dos níveis de flúor da água de abastecimento público de São Joaquim do Pontal como medida urgente de intervenção, para que gerações futuras não sejam submetidas aos mesmos níveis de toxicidade. Há uma evidente necessidade de se monitorar sistematicamente a concentração de flúor dos poços da região, a fim de se conhecer sempre a composição da água que a população está ingerindo.

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