Os cursos de fisioterapia no Paraná frente aos conceitos contemporâneos de saúde

Dissertação de mestrado


Resumo

O século XXI teve início com um grande desafio para os profissionais de saúde: consolidar o Sistema Único de Saúde (SUS), baseando-se nos princípios de integralidade, eqüidade e universalidade, num sistema regionalizado e descentralizado. Além da preocupação quanto à reforma nos serviços, surge a necessidade de mudanças na formação dos profissionais de saúde para que se tornem efetivamente sujeitos desse processo, com as competências necessárias para atuar no setor saúde e comprometidos com a realidade social. Por essa razão, entram em cena atores sociais e institucionais na busca de estratégias que impulsionem as mudanças necessárias na formação dos profissionais de saúde. A Fisioterapia, enquanto profissão da área da saúde e que vem experimentando um crescimento vertiginoso na última década, também deve estar apta a contribuir para a construção e consolidação do SUS. Desde a sua origem, ela esteve fortemente vinculada às áreas de cura e reabilitação. Porém, diante do conceito ampliado de saúde e de todo o contexto de reformas ocorridas no setor, como está ocorrendo a formação do fisioterapeuta? A partir disso, surge o interesse em verificar a adequação da formação desse profissional nos cursos existentes no Estado do Paraná, no que tange aos conceitos contemporâneos de saúde, e a sua inserção no SUS, sob a ótica dos atores responsáveis por essa formação. Para isso, com um enfoque de pesquisa qualitativa, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os coordenadores dos cursos de fisioterapia que fizeram parte da população desta pesquisa, e foi procedida a análise documental dos projetos pedagógicos e dos planos de ensino das disciplinas de Saúde Pública e Fisioterapia Preventiva. O material coletado foi analisado a partir da construção das categorias de análise, possibilitando verificar que a verdadeira incorporação dos conceitos de saúde estabelecidos pela Constituição Federal de 1988 e a reorientação do modelo de atenção parece não ocorrer de fato na formação acadêmica desses profissionais, apesar de existirem avanços e, em parte, a consciência de que mudanças são necessárias para garantir a formação de um profissional competente e que contribua para a construção do SUS e do setor saúde no Brasil, proporcionando melhores condições de vida e possibilitando o direito à saúde constitucionalmente garantido a todos os cidadãos.

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