Atenção à saúde dos adolescentes: ações desenvolvidas pelos médicos e enfermeiros das equipes da Saúde da Família, Londrina, Paraná

Dissertação de mestrado


Resumo

Este estudo teve como objetivo analisar a atenção à saúde do adolescente prestada pelos médicos e enfermeiros das equipes da Saúde da Família, no Município de Londrina, Paraná. A coleta de dados foi realizada no período de agosto a setembro de 2003. O método utilizado foi uma investigação descritiva qualitativa e quantitativa. Para a análise dos dados quantitativos utilizou-se o programa Epi-Info e para o dado qualitativo a Análise de Conteúdo. O município contava com 188 profissionais (94 médicos e 94 enfermeiros). Desse total, 89 enfermeiros (94,7%) e 82 médicos (87,2%) participaram da pesquisa. Mais da metade dos médicos era do sexo masculino, com média de idade de 42,2 anos. Entre os enfermeiros predominou o sexo feminino, com média de idade de 33,9 anos. Grande parte dos médicos atuava há mais de nove anos na área da Saúde Coletiva, enquanto que a atuação de mais da metade dos enfermeiros, nessa área, era de menos de nove anos. Quase a totalidade dos enfermeiros e pouco mais de 50% dos médicos tinham mais de dois anos de trabalho na ESF. Quanto à pós-graduação, os enfermeiros foram predominantes na especialização em Saúde Coletiva; já o índice da especialização, nessa área, por parte dos médicos atingiu 45%. Quase a totalidade dos profissionais referiu que não havia um programa específico de atenção à saúde do adolescente no serviço, mas todos afirmaram prestar assistência para esse grupo etário, todos os dias e quase todos os dias. Pouco mais de 20% dos médicos atendiam adolescentes no pré-natal e na prevenção do câncer, cerca de 32% atendia-os no planejamento familiar e aproximadamente 60% na prevenção de DST/Aids, orientando-os sobre o uso do preservativo, e pouco mais da metade orientava-os sobre a prevenção da gravidez. Cerca de 70% dos enfermeiros prestavam assistência aos adolescentes no planejamento familiar e orientavam-nos sobre a prevenção das DST/Aids e da gravidez, mais de 70% sobre o pré-natal e a prevenção de câncer e mais de 80% sobre o uso do preservativo. Do total dos participantes da pesquisa, 47 profissionais responderam à questão aberta. A partir desse registro, foram analisados e categorizados cinco temas: os serviços de saúde e o adolescente: pouca oferta ou baixa procura?, necessidade de formação/capacitação em adolescência, multidisciplinariedade e intersetorialidade, ações de atenção à saúde do adolescente e necessidade de implantação de um programa específico para adolescentes. Evidenciou-se que mais de 80% dos profissionais consideraram prioritário desenvolver ações de atenção à saúde do adolescente no serviço. Diante dessas conclusões, considera-se necessária a implantação de um programa de atendimento específico para adolescentes no serviço de saúde do município, após treinamento e capacitação da Equipe da Saúde da Família.