Editais
Edital 20/2024 – DIVULGAÇÃO DE RESULTADO E CONVOCAÇÃO PARA MATRÍCULA
3 semanas atrás
Edital 19/2024 – Retificação do edital 12/2024 sobre o período de arguição de projetos
3 semanas atrás
Edital 18/2024 – Resultado da primeira etapa e cronograma de entrevistas do processo de seleção do doutorado 2025
4 semanas atrás
Edital 17/2024 – Divulga as inscrições deferidas por ações afirmativas
1 mês atrás
Defesas e qualificações
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Notícias
- Acontece nessa sexta-feira, dia 13, a oficina de Planejamento e Auto avaliação do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.
- Já se encontra disponível a submissão de propostas de projeto para o Programa Institucional de Pesquisa Universal (Básica e Aplicada) da Universidade Estadual de Londrina.
- Atenção, até 15 de janeiro de 2025, a revista Ciência & Saúde Coletiva estará recebendo artigos temáticos sobre a Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde: gente que faz o SUS acontecer.
- A revista Ciência & Saúde Coletiva lança uma chamada de artigos sobre os 20 anos da Política Nacional de Atenção Básica no Brasil.
- Publicada a chamada CNPq/MCTI/FNDCT Nº 44/2024 – UNIVERSAL
Teses e dissertações
A violência sexual contra crianças é um fenômeno histórico, cultural e de causas
multifatoriais enraizado nas sociedades, que se expressa através do abuso e
exploração sexual, demandando cuidados integrais e sistematizados. Este trabalho
tem como objetivo geral analisar o cuidado às crianças vítimas de violência sexual em
região de saúde do estado do Paraná. O referencial teórico utilizado acerca do
fenômeno está amparado em uma perspectiva histórico-crítica, com aspectos de
gênero, sustentado por Minayo, Saffioti e Bourdieu. Quanto à dimensão do cuidado,
as discussões se pautam em Merhy, Onocko Campos e Pinheiro. O estudo é de
caráter analítico, utilizando uma abordagem multimétodos, com a triangulação de
resultados de dados quantitativos e qualitativos em duas etapas. A primeira etapa
envolveu a coleta de dados quantitativos, que foram desdobrados em: a) Dados sobre
violência sexual contra crianças no Brasil; e b) Dados sobre violência sexual contra
crianças em região de saúde do estado do Paraná. A segunda etapa, correspondeu
aos dados qualitativos, organizados da seguinte maneira: a) Revisão de escopo sobre
a violência sexual contra criança no campo da saúde coletiva; b) Análise de manuais
orientativos sobre violência sexual contra crianças em âmbito nacional, estadual e
municipal; c) Clipagem de notícias sobre violência sexual contra crianças; e d)
Pesquisa de campo com profissionais que atuam no cuidado às crianças vítimas de
violência sexual. O cenário da pesquisa incluiu os municípios de Toledo, Palotina e
Mercedes, no estado do Paraná. Foram entrevistados/as 36 profissionais que atuam
na linha de cuidado às crianças vítimas de violência sexual, incluindo assistentes
sociais, agentes comunitários de saúde, psicólogos/as, conselheiros/as tutelares,
enfermeiros/as e técnicos/as em enfermagem, lotados na atenção primária, média e
alta complexidade, além da rede intersetorial. A coleta de dados ocorreu entre julho e
dezembro de 2023, por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas de forma
presencial e virtual. As entrevistas foram gravadas, transcritas integralmente e
organizadas conforme a metodologia de análise categorial de conteúdo. Para a
análise das narrativas, foi utilizado o método hermenêutico dialético, com auxílio do
software Nvivo. Os resultados revelaram que o Brasil registrou um aumento nas
notificações de violência sexual contra crianças entre zero e nove anos, com taxas
variando entre 33,6% e 49,6%, majoritariamente contra meninas pretas e pardas,
tanto na ocorrência quanto na reincidência do fenômeno. Nos municípios
investigados, a violência sexual se apresentou principalmente contra meninas
brancas, com a maioria dos casos ocorrendo nas residências. Identificou-se que os
principais conceitos elucidados pela literatura acerca da violência sexual infantil e
saúde incluem: Violência de Gênero e Violência Sexual (maus-tratos, abuso sexual,
incesto, crime sexual, estupro, tráfico e exploração sexual). Quanto à cobertura
midiática, a temática é pouco abordada, limitando-se ao mês de maio, alusivo à
campanha de combate à violência sexual (maio Laranja). Os manuais orientativos de
enfrentamento e cuidados das situações de violência sexual apresentam dinâmicas
variadas. No contexto brasileiro, os documentos norteadores datam de 2002, 2010 e
2022, enquanto no estado do Paraná, as diretrizes e protocolos remontam a 2014,
2018 e 2021. Nos municípios pesquisados, os decretos e fluxos de atendimento foram publicados entre 2018 e 2020, com reflexos das mobilizações a partir da Lei da Escuta
Especializada de 2017. A partir das entrevistas, foi possível compreender a concepção
dos/as profissionais sobre violência sexual, com uma perspectiva ampliada, mas com
raras menções aos aspectos de gênero e às relações de desigualdade de poder. As
percepções sobre o cuidado envolveram o acolhimento, o atendimento, o
acompanhamento e os encaminhamentos, com relatos de experiências e casos
emblemáticos. No entanto, a notificação, que também é mecanismo de cuidado e dá
visibilidade à violência, constitui um desafio para sua materialização. Além disso,
os/as trabalhadores/as sinalizaram a necessidade de materiais informativos e
campanhas sobre o tema. Com base nos achados da pesquisa, considera-se que o
processo de cuidado às crianças vítimas de violência sexual nesta região ainda
enfrenta limitações na operacionalização da linha de cuidado nacional como diretriz
para a atenção integral. Observa-se que, nestes municípios, o processo de
organização do cuidado ocorre de forma autônoma, levando em consideração as
particularidades locais. Há uma necessidade urgente de ações de enfrentamento e
qualificação profissional, especialmente porque a violência é um fenômeno histórico,
que ganha novas formas para as quais as políticas públicas ainda não estão
preparadas, principalmente com a utilização das tecnologias. Diante disso, a pesquisa
sugere que abordagens como educação para sexualidade, educação para paz e
formação continuada, articuladas com as instâncias de saúde e a rede intersetorial
para a atenção, a prevenção e o enfrentamento do fenômeno são fundamentais.
Também se destaca a importância da sensibilização de gestores/as e órgãos de
participação nos níveis locais, para que possam efetivar os instrumentos protocolares
em práxis cotidianas e transformadoras, capazes de viabilizar políticas efetivas para
que as crianças possam exercer seu direito de viver de forma saudável e protegida.
A associação dos diagnósticos de Doença de Alzheimer (DA) e sarcopenia é bastante
comum, afinal são duas doenças que afetam a população idosa e há evidências de
que compartilham alguns aspectos da fisiopatologia. Ao mesmo tempo, a sarcopenia
é subdiagnosticada nessa população porque pode ser interpretada como um
fenômeno natural na evolução da demência, mas na realidade pode estar contribuindo
para o agravamento da funcionalidade na pessoa com DA. Analisar os fatores
associados ao diagnóstico de sarcopenia provável em pacientes que iniciaram o
tratamento recentemente para a DA foi o objetivo principal deste estudo longitudinal.
Foram entrevistados 55 idosos com o diagnóstico de DA que estavam em
acompanhamento médico na Policlínica do Município de Londrina/Brasil durante os
anos de 2022 e 2023. Foram excluídos idosos com diagnóstico de Doença de
Alzheimer em estágio avançado pelo Clinical Dementia Rating ou que tivessem
diagnóstico concomitante de outras doenças que pudessem causar sarcopenia. Os
idosos foram submetidos a um questionário sociodemográfico, avaliação do Índice de
Massa Corporal (IMC), avaliação cognitiva por meio do MEEM, avaliação de
funcionalidade através do Índice de Katz e ao questionário de triagem de sarcopenia
SARC-F+CP em três momentos: no início, com 4 e 8 meses. Além disso foram
coletados exames laboratoriais referentes ao estado nutricional. Dos 55 idosos
analisados,15 (27,3%) estavam com sarcopenia provável ao final de 8 meses de
acompanhamento. O diagnóstico de sarcopenia provável não teve associação com o
tipo de anticolinesterásico em uso, com o relato de efeitos colaterais relacionados ao
tratamento da DA, com comorbidades, com polifarmácia, com o uso de medicações
com potencial anorexígeno, com alterações laboratoriais, com a prática de exercício
físico, nem com redução no escore do MEEM ou valor do IMC. Não houve associação
do diagnóstico de sarcopenia com o sexo, no entanto, quanto maior a idade, maior o
risco de sarcopenia, RR= 1,091 (IC95% 1,018- 1,170, p=0,013), ou seja, aumento de
9% no risco a cada ano de vida. Houve associação da redução da circunferência de
panturrilha com a sarcopenia, sendo CP < 33- 34 cm RR= 9,391 (IC95% 2,973-29,664,
p<0.001). Os idosos com sarcopenia provável tiveram mais quedas, RR= 2,459
(IC95% 1,190-5,081, p=0,015) e pioraram funcionalidade, RR= 5,136 (IC95% 2,593
10,175, p=0,015) em comparação aos idosos sem sarcopenia. A prevalência de
sarcopenia em idosos com doença de Alzheimer é alta e deve ser investigada durante
o acompanhamento de cada paciente idoso, para prevenir desfechos negativos como
quedas e perda de funcionalidade.
Introdução: A internet é necessária para vida cotidiana contemporânea. Porém a
literatura científica traz evidências de que o uso excessivo de internet pode trazer
prejuízos para a saúde. Entres os tipos de uso disfuncional de internet, o uso
problemático de internet é considerado um tipo de dependência digital que pode trazer
prejuízos para a saúde física e mental, e para o desempenho no trabalho e nos
estudos. O uso problemático de internet está associado ao desenvolvimento de
algumas enfermidades, como doenças psiquiátricas, tais como os transtornos
alimentares. Objetivo: Investigar a relação do uso problemático de internet e de
transtornos alimentares em estudantes universitários. Casuística e métodos: Foi
realizado um estudo transversal e descritivo a partir da aplicação de um questionário
online. A população de estudo foi composta pelos estudantes de graduação da
Universidade Estadual de Londrina que participaram da primeira fase do Projeto
GraduaUEL que foi um estudo transversal realizado no ano de 2019 com objetivo de
estudar as condições de vida e saúde desses estudantes. A coleta dos dados foi
realizada através de um questionário online enviado em 2023 para 2.565 alunos,
destes 214 responderam e após aplicação dos critérios de exclusão, 74 alunos
compuseram a amostra estudada. Para medir o uso problemático de internet foi
utilizado a versão brasileira do instrumento “Questionário de Uso Problemático de
Internet” ou “PIQUE-SF-9/UPI-9” e para a triagem da presença de transtornos
alimentares foi utilizada a versão brasileira para o questionário “SCOOF”. Foram
coletadas variáveis sociodemográficas e do estado de saúde dos estudantes além do
tempo de uso de rede social. Para classificação dos estudantes que apresentaram
uso problemático de internet foi realizado o cálculo de percentil. Os alunos que
obtiveram pontuação acima do percentil 75 (pontuações maiores que 24 pontos na
escala “PIQUE-SF-9/UPI-9”) foram considerados usuários problemáticos de internet.
Para verificar a associação entre o desfecho e as variáveis independentes foi feito o
cálculo da medida de razão de prevalência (RP), através da regressão de Poisson
com variância robusta. Resultados: O percentual de estudantes com o uso problemático de internet foi de 20,3%. Quanto a presença de transtorno alimentar,
33,8% alunos apresentaram triagem positiva. O uso problemático de internet
associou-se positivamente com a presença de transtornos alimentares na população
estudada (RP: 2,46; IC95%: 1,31 – 4,59; p = 0,005). Outra variável que apresentou
associação com transtornos alimentares foi ter sentido vergonha do corpo
frequentemente/muito frequentemente ou sempre (RP: 6,33; IC95%: 1,63 – 24,51; p
= 0,008). Conclusão: Os resultados encontrados apontam para o uso problemático
de internet como um fator importante que pode influenciar na construção de hábitos
alimentares, e consequentemente, prejudicar o desenvolvimento de uma relação mais
saudável com o corpo e com a comida na população jovem adulta.
O câncer de mama é indiscutivelmente um problema de saúde pública no Brasil,
pois possui alta taxa de incidência e é a segunda causa de morte entre as mulheres.
Trata-se de um agravo que traz um prejuízo por morte evitável e produz mutilações,
deturpação de identidade, acometimento biopsicossocial e impacto econômico.
Nesse sentido, a perspectiva hegemônica e patriarcal da mama como um símbolo
de constituição da feminilidade e de construção social da mulher (subordinada ao
homem) pode influenciar a maneira como as questões de gênero são consideradas
no rastreamento e no diagnóstico precoce de câncer de mama. Isso posto, valendo
se do método qualitativo do tipo história oral de vida, o objetivo geral desta
dissertação é investigar as questões de gênero que atravessam a trajetória, o
acesso e o cuidado das mulheres com câncer de mama. O estudo foi realizado a
partir dos diagnósticos de câncer de mama da Unidade da mama, ambulatório do
Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (CISMEPAR) situado
em Londrina, que atende os municípios das 17ª e 18ª Regionais de Saúde do
Paraná. Desse modo, foram conduzidas sete entrevistas com apoio de um roteiro
semiestruturado entre os meses de agosto e novembro de 2023, organizado em
forma de contação de história a fim de trazer as narrativas das mulheres sobre as
suas vivências em relação ao diagnóstico de câncer de mama. Convém mencionar
que a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição
na qual a pesquisadora está vinculada. Para as discussões, utilizaram-se três eixos
de análise: a) o acesso e a assistência à saúde, destacando o papel da Atenção
Primária à Saúde (APS) no auxílio das mulheres ao longo de seus percursos; b) a
divisão sexual do trabalho e o papel social de gênero, abordando o cuidado com a
casa e com os filhos somado aos trabalhos remunerados externos ao lar (por
exemplo, cozinha, serviço doméstico, educação infantil, artesanato e costura) e a
consequente sobrecarga feminina em atividades diárias e; c) os sentimentos frente
ao diagnóstico, verificando como os medos e as angústias associados ao câncer de
mama afetam a vida social das mulheres e sua busca pela identificação clínica da
doença. Tais pilares se revelam aspectos dificultadores no que se refere ao cuidado
da saúde da mulher e ao diagnóstico precoce de câncer de mama. Em vista disso, a
elaboração e a implementação de políticas públicas voltadas para essa população,
com metas e financiamentos, representam uma das propostas para melhoria desse
cenário. Entre as medidas necessárias estão as garantias de: acesso à creche e à
escola em horários alternativos; direitos para mães trabalhadoras; igualdade salarial
entre gênero e raça; e direitos sexuais e reprodutivos. E também investimentos no
setor saúde como financiamentos, qualificação da APS e educação permanente em
saúde para detecção e rastreamento das condições de saúde, com foco no câncer
de mama a fim de proporcionar identificação e agilidade no diagnóstico e tratamento.