Sentidos e significados de deficiência e sexualidade nas mídias sociais

Dissertação de mestrado

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Resumo

As definições, percepções e visões sobre a deficiência são diversas ao longo da história. Uma das várias noções sobre deficiência classifica a mesma a partir de alguma "falta" ou como um desajuste dos padrões de normalidade, compreendendo a pessoa deficiente como aquela que vive uma vida anormal, ou sob outra forma de ajuste aos padrões socialmente aceitos. Nesse entendimento, no chamado modelo biomédico, a deficiência é entendida como um fenômeno do corpo, em que a pessoa portadora de algum problema é vista como vítima de uma tragédia social ou de um infortúnio. Uma outra noção, presente no modelo social da deficiência, surge em contraposição ao modelo anteriormente citado, no qual teórica/os sustentam que a deficiência seria uma experiência ou o modo particular de vida, que interfere na performance da/o deficiente perante a sociedade. Isto é, o modelo social da deficiência, compreende a deficiência como um estilo de vida imposto às pessoas com determinadas lesões no corpo marcado, principalmente, pela exclusão e opressão vivenciadas. A esfera sexual de portadoras/es de deficiência física ganha relevância nesse trabalho ao observar a negação, que correntemente é feita, do desejo e de uma vida sexual, em função de uma condição de dependência pressuposta pelo modelo biomédico que, de alguma forma, reprimiu e não reconheceu a dimensão da sexualidade entre elas. As discussões desse trabalho foram pautadas, principalmente, em abordagens teóricas no campo da antropologia, uma vez que o tema da deficiência vem ganhado gradativamente espaço na produção acadêmica das Ciências Sociais, mas também foram contempladas outras áreas do conhecimento, que focam a deficiência como assunto um relacional. Além da discussão bibliográfica, foram incluídos como material de análise blogs e a rede social instagram de três mulheres que abordam a deficiência física na perspectiva das pessoas portadoras da mesma. Esta pesquisa objetiva analisar como portadoras de deficiência física se apresentam nas mídias sociais, transcendendo a atrofia ou inexistência de um ou mais órgãos, considerando especialmente a dimensão sexual de suas vidas.