Projeto Coordenado pela Prof. Ligia C. Faccin-Galhardi
As doenças infecciosas ainda fazem parte do perfil epidemiológico da população, especialmente nas populações socioeconômicas menos favorecidas. Infecções respiratórias, digestivas, urinárias, dermatológicas e genitais, incluindo as sexualmente transmissíveis, são comuns na adolescência, podendo algumas perpetuar-se por toda vida. Destaca-se também que doenças infecciosas prevenidas pela vacinação estão reemergindo, favorecidas pela acentuada migração, movimentos anti-vacina e falta de procura ou não cumprimento das doses ofertadas pelo sistema de saúde, de acordo com o calendário básico de vacinação. Nas campanhas de vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV), por exemplo, indicado para meninas entre nove e 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, o número esperado de imunizações no paraná, dificilmente é atingido (< 50%), sendo que mais da metade dos jovens brasileiros (53,6%) com idade entre 16 e 25 anos estão contaminados. Dessa forma, a disseminação do conhecimento sobre os microrganismos e as doenças infecciosas é um tema que merece destaque, especialmente para o adolescer com saúde. Atualmente, a microbiologia deixou de ser um assunto restrito ao ensino superior e laboratórios de pesquisa, pois está relacionada às questões básicas de saúde e cidadania. Ensinar sobre microbiologia e doenças infecciosas para estudantes do ensino médio e fundamental, proporcionará uma melhor compreensão sobre transmissibilidade, potencial patogênico e prevenção de doenças infecciosas. Projetos que visam a educação em saúde sobre doenças infecciosas é mister e a adolescência é um período chave para o desenvolvimento destas ações de atenção básica. Quando o adolescente tem conhecimento sobre as questões do adolescer e compreende sua vulnerabilidade, pode fazer escolhas mais saudáveis de vida, tornando-se protagonista de suas ações e um transmissor de informações no seu grupo multiplicador, contribuindo na promoção a saúde. Considerando a saúde do adolescente como uma temática que suscita atenção do educador e do profissional de saúde na necessidade de novos modos de produzir saúde, o presente projeto visa instrumentalizá-lo para o enfrentamento das doenças infecciosas, através da promoção do autocuidado e consequentemente para a saúde coletiva. Dinâmicas e atividades práticas laboratoriais de microbiologia serão realizadas nas escolas da rede pública, com estudantes do ensino fundamental, educadores e merendeiras. Serão trabalhados conceitos sobre microrganismos, microbiota, higienização e desinfecção; formas de transmissão de microrganismos potencialmente patogênicos (bactérias, fungos e vírus); o papel destes agentes nas doenças infecciosas mais comuns ao grupo e medidas de prevenção. Materiais didáticos pedagógicos (apostila prática, lâminas permanentes e videoaulas) serão disponibilizados, além de mídias sociais, oportunizando uma educação continuada e canal direto de comunicação com os participantes. Adolescentes portadores de doenças infecciosas serão convidados a participarem de um atendimento especializado e sigiloso no ambulatório de referência (ambulatório de aids, pediatria e violência sexual do Hospital Universitário regional do norte do Paraná, HURNPR) para um acompanhamento e tratamento médico específico. Espera-se contribuir diretamente com a promoção da saúde coletiva e o controle de doenças infecciosas, além de incentivar indiretamente o futuro destes adolescentes despertando e aproximando-os de ações realizadas por cursos do ensino superior.








