A agricultura orgânica e sua inserção no mercado consumidor de Londrina-PR
Kleyton Kamogawa, Prof.ª Dr.ª Ruth Youko Tsukamoto
Data da defesa: 18/05/2011
A modernização da agricultura teve início entre os séculos XVIII e XIX, com as revoluções agrícolas e industriais, juntamente com a crescente demanda por alimentos, que induziu mudanças no processo de produção, particularmente na qualidade dos insumos. No Brasil, este processo inicia-se em meados da década de 1960, na qual ocorreram avanços no setor industrial agrícola e das pesquisas nas áreas química, mecânica e genética. Porém, com o passar dos anos, esses avanços provocaram grandes mudanças no ambiente, causando graves desequilíbrios ambientais e a contaminação do homem e dos alimentos pelos agrotóxicos. Com isso, foram levantados questionamentos sobre este modelo de produção e a emergência de encontrar novos sistemas de produção, menos agressivos ao homem e à natureza. Entre estes modelos de agricultura que foram desenvolvidas nas décadas de 1920 e 1930, mas somente ganharam destaque recentemente, está a agricultura biodinâmica, orgânica, biológica e natural. Devido à disseminação desses modelos no Brasil, tornou-se necessário a elaboração e promulgação de uma regulamentação, que reconhece todos os modelos de agricultura com a denominação orgânica. Visto o aumento da divulgação e consumo dos produtos, houve também o interesse de pesquisadores em estudar e publicar trabalhos sobre a temática. Assim, buscou-se realizar o estado da arte com a temática agricultura orgânica, nos eventos de geografia agrária. Por fim, analisou-se a demanda de produtos orgânicos no mercado e os canais de comercialização na cidade de Londrina, identificando os principais agentes envolvidos na produção, comercialização e distribuição. Para tanto, foram realizadas pesquisas bibliográficas em livros, internet, revistas e jornais, trabalhos de campo em feiras de produtos orgânicos e nos supermercados de Londrina, que se constitui como principal canal de circulação e comercialização de produtos orgânicos.
Visualização cartográfica da expansão da cidade de Londrina por meio de coleção de mapas digitais
Nathália Prado Rosolém, Prof.ª Dr.ª Rosely Sampaio Archela
Data da defesa: 29/03/2011
Este trabalho apresenta uma coleção de mapas da cidade de Londrina-Paraná, que foi elaborada a partir da proposta da comunicação visual, com bases na Semiologia Gráfica desenvolvida pelo professor Bertin (1967 e 1973) e na visualização cartográfica. Os dados representados nesta pesquisa foram fornecidos pela Secretaria de Planejamento de Londrina, IPPUL e Atlas Ambiental, o qual resultou na confecção de novos mapas digitais, dinâmicos, com alta resolução. Os mapas são apresentados em CD-ROM anexo a este volume e encontram-se dispostos em camadas que proporcionam a manipulação dos mesmos a partir da sobreposição dos layers, em um computador que tenha somente um software para leitura de documentos em extensão pdf.
A especialização industrial metalmecânica e as transformações espaciais em Assaí-PR
Adriano Pereira de Almeida, Prof.ª Dr.ª Tânia Maria Fresca
Data da defesa: 25/03/2011
Este trabalho busca compreender como Assaí, uma pequena cidade do Norte paranaense de aproximadamente 16.000 habitantes, fundada por colonizadores japoneses vem destacando na produção industrial metalmecânica. Enquanto a grande maioria das pequenas cidades do estado se apresentam fadadas à estagnação ou se apresentam dependentes das atividades agropecuárias e oferecendo bens e serviços mínimos à sua população urbana, Assaí vem gestando uma especialização produtiva que vem influindo e intensificando sua vida socioeconômica e espacial. Tal especialização industrial instalada na cidade teve sua gênese em investimentos locais de uma pequena empresa, a Tornotécnica Jumbo, fundada no auge do ciclo do algodão no município, oferecendo pequenos serviços de manutenção e torno para equipamentos utilizados nessa cultura. A partir de reinvestimentos do lucro obtido na própria empresa associado à visão de mercado de seus administradores, a mesma foi se aprimorando, expandindo serviços e área de atuação, já se apresentando como uma empresa de alcance estadual na década de 1990. Em 1998, com a transferência da unidade industrial da Atlas Schindler de São Paulo para Londrina, aproveitando as relações com a multinacional, a Jumbo tornou-se uma de suas grandes fornecedoras, além de auxiliar na negociação da transferência das demais fornecedoras para Assaí. A partir da oferta de vantagens locacionais oferecidas pela administração municipal, Assaí recebe transferências das plantas industriais da Metalúrgica Veipa (Rio de Janeiro), Veríssimo (Rio de Janeiro), Tecmarca (São Paulo), PTE (São Paulo) e GRC. A Tornotécnica Jumbo, que ao contrario das demais indústrias instaladas na cidade, continuou a investir seus lucros na expansão da produção industrial, possibilitando assim a recente inauguração uma nova unidade, a Jumbo Super-pesada, dedicada à produção de grandes peças e equipamentos, como peças para usinas termonucleares de até 30 toneladas, e a previsão de um faturamento anual de até 100 milhões de reais. Atualmente tais indústrias conferem à cidade uma nova dinâmica: geração de uma grande parcela dos empregos e renda à população, aumento na arrecadação de impostos do município, uma expansão espacial da cidade manifestada na abertura de novos lotes e valorização de certas áreas de seu perímetro urbano, o aumento da centralidade da cidade por conta da diversificação e especialização das atividades comerciais, o início de prestação de serviços mais específicos, escolas particulares, educação superior gratuita, especialidades médicas, posto do INSS e outros, além de garantir que Assaí participe de forma mais intensa na divisão territorial do trabalho e seja inserida de forma diferenciada na rede urbana norte paranaense da qual faz parte e outras redes de alcances maiores, por meio das diversas interações sócioespaciais que passaram a ocorrer para garantir a manutenção da atividade produtiva metalmecânica.
O território caiçara da comunidade Enseada da Baleia, Parque Estadual da Ilha do Cardoso – SP
Kelly Rocha Arakaki, Prof.ª Dr.ª Alice Yatiyo Asari
Data da defesa: 18/03/2011
O trabalho registra a identificação, comparação de transformações e a relação identitária ocorridas no território de uma comunidade de moradores tradicionais localizada no Parque Estadual da Ilha do Cardoso, a Enseada da Baleia, no período dos anos de 2001 e 2010. No desenvolvimento da pesquisa buscou-se estudar fatores ligados à preservação da identidade cultural, caracterizada pelos costumes e tradições marcadas pelo modo de vida cotidiano dos caiçaras da comunidade identificada, por exemplo, no que diz respeito a religião, alimentação, ritos, modo de vida e fatores econômicos. As populações tradicionais passaram a vivenciar certas barreiras após a instalação de Unidades de Conservação, principalmente aquelas áreas denominadas de uso integral, como é o caso da comunidade em estudo. Assim, há importância em entender como está acontecendo a permanência de uma comunidade tradicional no interior de uma Unidade de Conservação, uma vez que os empecilhos estão registrados em leis, as quais impõem restrições aos moradores locais e permitem o desenvolvimento de atividades desde que de modo equilibrado. As pesquisas realizadas possuem abordagem qualitativa, desenvolvidas com base documental e estudos de casos, voltadas para a descrição dos comportamentos sociais na vida cotidiana dos moradores da comunidade, além de conhecimentos, crenças, ideias e práticas culturais, através de observações do local e registro de depoimentos dos moradores. Verificamos que os habitantes dessas comunidades lutam contra a esfera do poder político pelo direito da permanência no interior desses locais, assim como pelo direito de manutenção dos hábitos e costumes que preservam de seus antepassados. O cotidiano de suas vidas é caracterizado pelas relações de trocas com outras „territorialidades‟. Esses espaços são marcados pelas histórias de vida e o imaginário dos indivíduos, os quais possuem conceitos próprios ligados a religião, organização familiar e à visão política. Deste modo, percebe-se que a comunidade em foco possui fortes laços de ligação com o território local, o qual é ocupado há quatro gerações pelo mesmo grupo familiar.
Avaliação dos impactos causados pelos visitantes em trilhas : Parque Estadual Mata dos Godoy – Londrina/PR
Cláudia Melatti, Prof.ª Dr.ª Rosely Sampaio Archela
Data da defesa: 25/02/2011
A presente pesquisa tem como objeto a investigação das unidades de conservação, em especial, os Parques. A unidade de conservação, Parque Estadual Mata dos Godoy (PEMG) foi escolhida para a realização do referente estudo. O PEMG está localizado na região Norte do Estado do Paraná e pertence ao município de Londrina. Por serem as trilhas as mais frequentadas pelo público, estas possivelmente sofrem maiores impactos ambientais. O objetivo da referente pesquisa foi avaliar esses impactos nas trilhas selecionadas pela pesquisa e verificar a possibilidade de conciliar conservação ambiental e visitação pública. Para isso, foram selecionadas duas trilhas, a Trilha A, Trilha do Peter, não utilizada pelos visitantes e a Trilha B, Trilha das Perobas e das Figueiras, utilizada pelos visitantes. Por meio de atividades de campo, foi realizada a coleta de dados qualitativa dos indicadores de impactos. Foram selecionadas as seguintes variáveis para análise: 1) condições da vegetação, 2) condições do leito da trilha e 3) danos ambientais causados pelos visitantes nas trilhas. Os dados foram coletados em 13 pontos de observação e registro ao longo das trilhas. Uma enquete entre os visitantes do Parque também foi realizada com o intuito de verificar o nível de sensibilização ambiental e conhecimento de prática de mínimo impacto em ambientes naturais. Os dados foram analisados através dos softwares ArcGis 9.3 e Excel para representar por meio de mapas e gráficos os resultados alcançados. Foi possível verificar por meio de comparações dos indicadores de impacto que as duas trilhas analisadas estão em condições muito semelhantes. Não há mudanças significativas nas trilhas apesar do uso. O resultado das enquetes mostrou que os visitantes que frequentam o Parque, além de possuir boa sensibilidade ambiental, têm conhecimento da conduta de mínimo impacto, o que contribui para o bom estado de conservação em que se encontra a Trilha B. Isso indica que o fato do parque receber visitantes não é o único fator de impactos, há de se verificar outras variáveis, entre eles a própria construção da trilha, seus condicionantes físicos e ambientais e a educação dos visitantes. Ao aliar o bom planejamento e estrutura da trilha, considerando as condições físicas e ambientais locais, com o comportamento consciente do visitante, torna-se possível integrar conservação ambiental com visitação pública.