Território e cultura japonesa : o caso de Assaí-PR
Cibelle Tagawa Ávila, Prof.ª Dr.ª Alice Yatiyo Asari
Data da defesa: 23/04/2012
O presente trabalho é uma reflexão sobre o papel dos migrantes japoneses na formação do território em Assaí-PR, sendo que estes foram os pioneiros na ocupação do município e através da participação em todos os setores da sociedade, imprimiram sua identidade na comunidade. A discussão foi pautada nos conceitos de território, territorialidade e identidade a partir da perspectiva de diversos autores, tendo como objeto de análise o município de Assaí e a cultura japonesa. A partir disso, foi verificado a importância dos japoneses na formação socioeconômica do município e uma territorialidade de destaque. Nas últimas décadas, várias mudanças em diversas escalas provocaram alterações nessa territorialidade japonesa, em que percebeu-se alterações no território assaiense, sendo que território japonês em Assaí já não é mais predominante, porém ainda tem relevância no cenário assaiense, imprimindo-lhe uma identidade própria.
O território caiçara da comunidade Enseada da Baleia, Parque Estadual da Ilha do Cardoso – SP
Kelly Rocha Arakaki, Prof.ª Dr.ª Alice Yatiyo Asari
Data da defesa: 18/03/2011
O trabalho registra a identificação, comparação de transformações e a relação identitária ocorridas no território de uma comunidade de moradores tradicionais localizada no Parque Estadual da Ilha do Cardoso, a Enseada da Baleia, no período dos anos de 2001 e 2010. No desenvolvimento da pesquisa buscou-se estudar fatores ligados à preservação da identidade cultural, caracterizada pelos costumes e tradições marcadas pelo modo de vida cotidiano dos caiçaras da comunidade identificada, por exemplo, no que diz respeito a religião, alimentação, ritos, modo de vida e fatores econômicos. As populações tradicionais passaram a vivenciar certas barreiras após a instalação de Unidades de Conservação, principalmente aquelas áreas denominadas de uso integral, como é o caso da comunidade em estudo. Assim, há importância em entender como está acontecendo a permanência de uma comunidade tradicional no interior de uma Unidade de Conservação, uma vez que os empecilhos estão registrados em leis, as quais impõem restrições aos moradores locais e permitem o desenvolvimento de atividades desde que de modo equilibrado. As pesquisas realizadas possuem abordagem qualitativa, desenvolvidas com base documental e estudos de casos, voltadas para a descrição dos comportamentos sociais na vida cotidiana dos moradores da comunidade, além de conhecimentos, crenças, ideias e práticas culturais, através de observações do local e registro de depoimentos dos moradores. Verificamos que os habitantes dessas comunidades lutam contra a esfera do poder político pelo direito da permanência no interior desses locais, assim como pelo direito de manutenção dos hábitos e costumes que preservam de seus antepassados. O cotidiano de suas vidas é caracterizado pelas relações de trocas com outras „territorialidades‟. Esses espaços são marcados pelas histórias de vida e o imaginário dos indivíduos, os quais possuem conceitos próprios ligados a religião, organização familiar e à visão política. Deste modo, percebe-se que a comunidade em foco possui fortes laços de ligação com o território local, o qual é ocupado há quatro gerações pelo mesmo grupo familiar.