Fragilidade ambiental dos serviços ecossistêmicos de suporte e provisão no município de Teodoro Sampaio-SP, no Pontal do Paranapanema : mapeamento e diagnóstico das prioridades de conservação
Vinicius Genaro, José Paulo Peccinini Pinese
Data da defesa: 26/02/2021
Os serviços ecossistêmicos (SE) são definidos como sendo todos os benefícios diretos e indiretos que a população humana obtém da natureza. Tanto o bem-estar, como a própria sobrevivência da nossa espécie, depende significativamente desses serviços que são fornecidos pela natureza. Esses ?SE? incluem a formação dos solos, o controle contra erosão, regulação do clima, o armazenamento de carbono, a ciclagem de nutrientes, o provimento de recursos hídricos em quantidade e qualidade, a manutenção do ciclo de chuvas, a proteção da biodiversidade, a proteção contra desastres naturais, elementos culturais, a beleza paisagística, a manutenção de recursos genéticos, entre muitos outros. Banhada pelos rios Paraná (ao Norte) e Paranapanema (ao Sul), Teodoro Sampaio também abriga o maior fragmento de Mata-Atlântica do interior do estado de São Paulo, responsável por refugiar diversas espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção. Toda essa riqueza natural, confere ao município, importância fundamental no fornecimento e manutenção dos ?SE?, e por manter o equilíbrio ecológico na região. Estudos pretéritos demonstraram que o toda a região onde se localiza a área de estudos se encontra ambientalmente bastante fragilizada, em decorrência das características fisiográficas, associadas às atividades econômicas desenvolvidas no local (produção hidrelétrica, agropecuária extensiva e a expansão do agronegócio ligado às atividades do agrohidronegócio, associadas sobretudo, ao capital estrangeiro, na forma de neoextrativismo colonial. Algumas porções do estrato geográfico podem apresentar níveis maiores de fragilidade ou de susceptibilidade às intervenções antrópicas e, por isso, o objetivo do trabalho foi realizar um diagnóstico da fragilidade ambiental das áreas produtoras de serviços ecossistêmicos de suporte e provisão no interior da área de estudos. A Fragilidade Ambiental é o resultado da combinação entre a Fragilidade Potencial mais o Uso e Ocupação do Solo. Para realizar o mapeamento da fragilidade ambiental da área, utilizou-se as temáticas de geomorfologia, clima, pedologia e uso e ocupação da terra. Em cada variável desses mapas temáticos foram atribuídos os valores 1, 2 ou 3, correspondendo, respectivamente, ao grau de fraca, média ou forte fragilidade. Esses dados foram cruzados no formato raster com o mapa de uso e ocupação no mesmo formato, através de análise multicritério proporcionada pela ferramenta Weighted Sum Raster Overlay, no software Qgis 3.4, com peso de 50% para cada um dos mapas. O resultado foi o mapa de Fragilidade Ambiental, permite a identificação de níveis que variam de Muito Fraco, Fraco, Médio, Forte e Muito Forte quanto aos processos de erosão linear e, consequentemente, a incapacidade dos ecossistemas de fornecer bens e serviços necessários para o desenvolvimento da região.