Plano diretor na pequena cidade de Jataizinho/PR: habitação e aspectos socioambientais
Andreia Virginia da Silva, Léia Aparecida Veiga
Data da defesa: 17/03/2023
A presente pesquisa abraçou a revisão do Plano Diretor Municipal enquanto instrumento para viabilizar ações direcionadas para problemas socioambientais e enfrentamento da falta de mordia social em pequenas cidades. O recorte espacial foi a pequena cidade de Jataizinho/PR, nas porções das favelas do Bairro Bela Vista e Recanto dos Humildes, objetivando analisar a questão da habitação social na pequena cidade de Jataizinho, tendo por base os dois últimos Planos Diretores Municipais e a vivência de famílias que se encontravam nas referidas áreas até 2022. Especificamente, buscou-se discutir teoricamente sobre a produção do espaço urbano e as pequenas cidades, destacando como os planos diretores de 2007 e 2023 de Jataizinho/PR contemplaram a problemática habitacional e socioambiental, bem como discutir as condições de vida nas favelas, ouvindo os agentes produtores do espaço social, nesse caso o grupo de excluídos que sem ter acesso a políticas publicas de habitação tem ocupado área irregulares do ponto de vista da propriedade da terra. Para tanto, inspirada em conceitos discutidos por Marx, a pesquisadora realizou uma pesquisa do tipo qualitativa, com as seguintes técnicas de pesquisa: observação simples, entrevista semiestruturada e registro fotográfico. Com a pesquisa verificou-se que em Jataizinho havia até 2023 03 favelas com famílias vivendo em situações precárias em uma situação de vulnerabilidade socioambiental, e outra quarta favela estava iniciando. Conclui-se que a questão da habitação tem ocorrido também nas pequenas cidades, sendo necessário que a gestão assuma seu papel no processo de construir e implementar políticas públicas de habitação de interesse social que possam atender essas famílias e fazer cumprir o direito à cidade.
Paisagens, lugares e trilhos: permanências e memórias em cidades da alta paulista
Cássia Regina Dias Ribeiro, Edilson Luis de Oliveira
Data da defesa: 15/02/2023
A instalação dos trilhos do prolongamento do Ramal de Agudos, da Companhia Paulista de Estrada de Ferro (CPEF), no espigão dos Rios Peixe/Feio Aguapeí, na região da Alta Paulista, colaborou na transformação e configuração da paisagem. A expectativa da chegada dos trilhos condicionou a localização e o traçado dos núcleos urbanos. Na maioria das cidades, compreendida entre o trecho de Garça a Pompeia-SP, a linha ferroviária atravessou a malha urbana, propiciando movimentos pendulares diários e condicionando diversas ações cotidianas. Nesse contexto espacial, encontram-se histórias de vidas constituídas pelas experiências vividas. Lembranças gravadas na memória que condicionam a forma de ver e perceber o mundo. Dessa forma, o objetivo geral da tese consiste na averiguação da conexão e da dinâmica das especificidades dessa paisagem com as experiências vividas, gravadas em nossas memórias. Para obtenção dos resultados esperados, os procedimentos para coleta e análise de dados foram: as referências bibliográficas, que permitiram analisar e compreender os conceitos essenciais para a construção do referencial teórico; a pesquisa documental e os testemunhos, coletados através de dezessete entrevistas semiestruturadas e cinco cartas, que possibilitaram investigar as experiências vividas e entrelaçar os rastros documentários com os afetivos. Na busca em decifrar os sentidos das narrativas, utilizou-se como respaldo filosófico o método hermenêutico fenomenológico elaborado por Ricouer (1989). No decorrer da pesquisa ficou evidente a dialética entre memória individual, com um caráter subjetivo e privado, defendido por Bergson (1999) em sua fenomenologia da lembrança e com o conceito de “minhadade”, proposto por Ricoeur (2007) e a coletiva, condicionada ao pertencimento a um grupo social, proposta por Halbwachs (1990). O aspecto locacional das lembranças reforça a tese da relação intrínseca entre memória, paisagem e lugar e é possível perceber a concentração de lembranças associadas à ferrovia e, consequentemente, afirmar que os trilhos do prolongamento do Ramal de Agudos podem ser considerados um lugar memorável. No ato de recordar o indivíduo lembra-se de si e reconhece seu mundo, sua paisagem, seu lugar.
Espaços abandonados – Londrina
Raíssa Galvão Bessa, Ideni Terezinha Antonello
Data da defesa: 01/03/2023
Toda edificação traz consigo uma história. Muitas vezes são destacados os traços arquitetônicos que revelam uma estética e/ou época, mas há mais para além disso: os espaços são memórias de pessoas, famílias, comércio local, comunidades e até mesmo representam políticas públicas, seja da esfera municipal, estadual ou federal. Os espaços abandonados foram cemitérios vivos da história por anos, frequentemente indo ao chão para o moderno acontecer. Diante dessa realidade é que se propõe a presente pesquisa. Ver a cidade e seus espaços abandonados a fim de compreendê-los tendo como objetivo valorizar a memória e a história local. Utilizou-se o método regressivo-progressivo de Henri Lefebvre, no qual foi realizada a coleta dos documentos locais partindo do presente para perceber o passado e assim permitir olhar o futuro numa visão descolonizadora do município. Culminando no método Brecht de Fredric Jameson, que visa entrelaçar a arte e a ciência de forma crítica, política e de pesquisa-ação. Além dos métodos citados, usou-se o referencial teórico de autores como: Jan Gehl e Jane Jacobs que defendem um urbano humanista, François Ascher e Henri Lefebvre que abordam o espaço como produção de uma cidade capitalista, e outros que dialogam com o espaço urbano, sua memória e história. Assim adentrou-se em um universo para além da academia, escrevendo um projeto na lei de cultura municipal, aprovando-o, resultando em um curta-metragem, URBEX espaços abandonados Londrina, que foi exibido durante três dias de forma online, alcançando mais de 1.200 visualizações e posteriormente exibido no 24º Festival Kinoarte de Cinema, de modo presencial. Foram realizadas treze entrevistas, sendo três diálogos abertos com pessoas que se destacaram nas temáticas: sonora, cultural e de transformação de um espaço abandonado local; e dez organizadas em dois grupos focais de indivíduos: os que viram ao curta-metragem e os do entorno dos espaços abandonados. Verificou-se que as pessoas que assistiram ao material em audiovisual possuíam uma análise prévia, uma visão crítica e sensível ao assunto, relacionando memórias pessoais com os espaços da cidade; já as do entorno tinham uma abordagem prática e capitalista sobre o abandono urbano. Percebeu-se que o objetivo foi alcançado quando houve um trabalho de sensibilização por meio da arte. Uma das formas dos espaços abandonados significarem para história local é existir pesquisa-ação gerando consciência e possibilitando um movimento popular de resistência da memória coletiva.
As políticas habitacionais e a produção do espaço urbano de Londrina-PR
Isabelle Teixeira Bertini, Ideni Terezinha Antonello
Data da defesa: 23/03/2023
Sob domínio do sistema capitalista, as cidades seguem a lógica de mercado, uma vez que os interesses dos mais variados agentes, como os produtores fundiários e imobiliários, com a anuência do Estado, determinam a produção social do espaço urbano. Nesse contexto, o objetivo central da presente pesquisa é a compreensão de como as políticas públicas habitacionais interferem na produção e crescimento da cidade de Londrina-Pr. Para isso, foi realizada uma análise que correlaciona a construção dos conjuntos habitacionais de interesse social com a expansão do perímetro urbano entre os anos de 1960 e 2022. A investigação desta pesquisa se alicerça na abordagem qualitativa e a partir do paradigma dialético, e foi dividida em cinco capítulos. Inicialmente, foi realizada uma discussão a respeito da produção social do espaço em Henri Lefebvre, arcabouço teórico e metodológico desta pesquisa, que tem como pressuposto a produção do espaço com foco na construção social e histórica, levando em consideração a subjetividade presente na sociedade e a complexidade do espaço percebido, concebido e vivido. Apresentou-se os aspectos metodológicos do método norteador desta pesquisa: o regressivo-progressivo. No segundo capítulo a discussão aconteceu sobre a produção do espaço urbano brasileiro. Foi abordado como o avanço do sistema capitalista e o intenso êxodo rural tiveram como consequência uma urbanização acelerada e desordenada. Por ser objeto de disputas e interesses dos agentes produtores do espaço em busca da maior acumulação de riquezas, o espaço urbano é marcado pela intensa desigualdade e segregação. As cidades brasileiras apresentam diversos problemas estruturais, como é o caso da habitação, principalmente para população de baixo poder aquisitivo. Nesse sentido, o terceiro capítulo foi destinado ao reconhecimento das principais políticas públicas habitacionais e os avanços para solucionar este problema tão importante. Percebe-se um padrão de produção para a população de baixo poder aquisitivo: áreas periféricas, atuando diretamente na produção do espaço urbano. O quarto capítulo teve como foco o reconhecimento da área de estudo desta pesquisa - Londrina-Pr, bem como a evolução da população, do crescimento da área urbana e das legislações referente ao perímetro urbano. Neste capítulo foi realizado a regressão ao passado, a partir da análise por décadas (1960-2022) da construção dos conjuntos habitacionais relacionando-o com o perímetro urbano. Na sequência, com toda a bagagem histórica adquirida, foi possível retornar ao presente apresentando as tendências. Conclui-se que as políticas habitacionais influenciaram diretamente no crescimento da área territorial a cidade com o padrão da construção periférica, atuando diretamente na valorização e especulação imobiliária.
Análise de Vulnerabilidade socioambiental do município de Jataizinho (PR): subsídio para o ordenamento territorial
João Paulo Pelizer Pucca, Marciel Lohmann
Data da defesa: 01/07/2022
O aumento populacional de maior intensidade observado nos centros urbanos de grande ou médio porte, acarretam uma possibilidade de inúmeros eventos sociais por estarem vinculados ao mesmo espaço. É fato de que os aspectos urbanos não são homogêneos e desta forma, a construção e apropriação do espaço no meio urbano se torna cada vez mais distinta e heterogênea. Neste sentido a presente pesquisa busca entender a situação geográfica do município de Jataizinho (PR), que por sua vez enfrenta problemas sazonais relacionados à inundações locais e que por sua vez afeta inúmeras famílias que vivem próximos dos corpos hídricos que banham o município. Portanto é necessário entender quem são as pessoas afetadas por esse fenômeno, delimitando aspectos sociais e ambientais com a finalidade de entender como a segregação sócio espacial condiciona populações mais fragilizadas a residirem em localidades com teor de vulnerabilidade alto. Desta forma a pesquisa se sustenta em pesquisadores como Cutter (2003); Nogueira (2002); Mendonça (2016) e dados sociais provenientes do censo do IBGE (2010) para criar mapas que sejam possíveis identificar localidades afetadas por inundações no município de Jataizinho (PR) e principalmente, quais populações residem nas referidas localidades para que se seja possível entender as dinâmicas sociais e ambientais que permeiam o centro urbano.
Considerações sobre a bioconstrução no Brasil e sua viabilidade ambiental para a região metropolitana de Londrina – Paraná
Rodrigo Lourenço Aristides, Maurício Moreira dos Santos
Data da defesa: 28/02/2023
O presente trabalho visou oferecer um panorama nacional sobre o conhecimento e abrangência da bioconstrução a partir do estudo bibliográfico sobre o tema e também, através da coleta de dados práticos apontar a viabilidade ambiental e econômica deste modelo de construção não convencional. A pesquisa se justifica pelo déficit habitacional existente no Brasil, pela problemática ambiental com relação aos resíduos sólidos gerados pela construção civil convencional, bem como, como alternativa para políticas públicas de habitação, dado o caráter urbano precário, no que diz respeito a infraestrutura básica e atendimento a padrões mínimos de habitabilidade. Os resultados apontam para o viés de viabilidade ambiental, econômica e social acompanhada de alta demanda por modos alternativos de construção o que por sua vez é agravada pela insuficiência de profissionais e estudiosos sobre o tema indicando a urgente necessidade de estudos sobre a bioconstrução e consequentemente torna-la mais acessível.
A mobilidade urbana metropolitana nos planos realizados entre 2020 e 2022: avanços e desafios na integração Maringá-Sarandi
Lino Antonio Batista Lemes, Léia Aparecida Veiga
Data da defesa: 05/07/2022
A pesquisa objetivou analisar a integração Maringá-Sarandi na questão da mobilidade urbana metropolitana nos Planos de Mobilidade Urbana de Maringá e Sarandi, e no PDUI da RM de Maringá, elaborados entre 2020 e 2022. A realização do estudo partiu do interesse em entender a aplicação do planejamento territorial urbano no contexto da realização de diversos planos voltados para uma nova forma de pensar o futuro das cidades, em processo ao mesmo tempo técnico e político. O estudo se torna relevante ao abordar os instrumentos exigidos legalmente como a participação da sociedade civil, ampla divulgação e publicidade de dados. Ao pensar a mobilidade urbana e interurbana, é preciso propor alternativas para otimizar o deslocamento das pessoas no espaço, a fim de tornar as cidades mais acessíveis e inclusivas a todos os cidadãos. A pesquisa pautada na abordagem qualitativa, foi realizada com fontes secundárias, apreendendo a realidade e destacando os fatos como construções históricas produzidas pela ação humana. Para isso, foram observadas as fases de preparação dos planos, com base nos arquivos disponibilizados. Verificou-se que Maringá e Sarandi possuem intensa integração e conurbação. Ao polarizar as oportunidades de trabalho e estudos, Maringá atrai a mão de obra dos municípios limítrofes e afasta a população de menor poder aquisitivo para as cidades periféricas, devido a sua histórica política socioespacial vinculada à especulação imobiliária. No sentido dos dados levantados pesquisados e analisados, foi possível inferir que Sarandi, apresentam características de uma cidade dormitório. No entanto, não há a devida integração física-territorial. A formatação territorial do plano de colonização da CTNP resultou em um excesso de protagonismo do município polo que atualmente, entro outras coisas, se reflete em uma acentuada disparidade na atração de investimentos, oferta de empregos e serviços ao longo da Região Metropolitana de Maringá. Após a realização dos planos, cabe questionar se serão efetivamente institucionalizados, ou se serão alterados ou descaracterizados no processo legislativo. E ao longo dos anos, como serão colocados em prática, já que ocorre influência de agentes que participam da ocupação do espaço, em detrimento do interesse público. É preciso diálogo sobre a mobilidade urbana no contexto local, com a ampliação de espaços de discussão e pensar em cidades e regiões metropolitanas inteligentes, de modo que o poder público possa conhecer, compreender e aprender a resolver os problemas e conflitos.
Zoneamento da produtividade hídrica em aquíferos fraturados como ferramenta de planejamento urbano e ambiental
Giselly Peterlin, André Celligoi
Data da defesa: 11/02/2020
O aumento da utilização das águas do Sistema Aquífero Serra Geral (SASG) é uma realidade nos municípios do norte do estado do Paraná. Em contrapartida, a compreensão do funcionamento deste aquífero bem como dos fatores que controlam a ocorrência e produtividade hídrica neste ambiente hidrogeológico são pouco conhecidos e difundidos. Neste sentido, a presente pesquisa teve como objetivo compreender, determinar e mapear o fenômeno da produtividade hídrica do SASG em 7 bacias hidrográficas nos municípios de Londrina, Cambé e Ibiporã/PR. A proposta foi criar um método que permitiu utilizar diferentes fatores ambientais que influenciam a produtividade hídrica de aquíferos fraturados e, ao combiná-los, o resultado retornou um mapa-síntese que indica as zonas de maior produtividade hídrica para a área de estudo. Foram escolhidos por meio de consulta na literatura existente, os fatores: Estruturas Interderrames (E), Distância do Lineamento (D), Vazão (V), Capacidade Específica (C), Profundidade (P), Direção do Lineamento (L) e Espessura de Solo (S). Como a influência dos fatores E e S ainda não haviam sido estudados para a área de estudo, esta influência foi analisada no artigo A, para confirmar se estes afetavam realmente a produtividade e se sim, qual exercia maior influência. Utilizando análises estatísticas como a Correlação Linear de Pearson, Análise Multivariada de Variância (MANOVA) e Análise Discriminante Canônica (ADC) foi confirmada a influência de ambos os fatores sobre a vazão dos poços analisados. Foi possível constatar que quanto maior é a quantidade de E, maior é a produtividade. Para o fator S, observou-se que quanto menor S, maior a produtividade hídrica. Além disto, pôde-se concluir que o fator E exerce maior influência que o fator S. Com estes resultados foi possível atribuir pesos a estes fatores e aos demais, pesos estes que variaram de 1 a 5, conforme sua importância. Também foram atribuídas classes que variaram de 1 a 10 para as faixas de valores de cada fator. Em ambiente SIG foram gerados os mapas de estimativa e de classe para cada fator e, posteriormente, estes mapas foram somados, gerando o mapa Índice de Produtividade de Aquíferos Fraturados (IPAF). Os resultados obtidos permitem observar que maior parte da área de estudo apresenta baixa produtividade. As zonas de maior produtividade concentram próximas às redes de drenagem e lineamentos de direção EW, bem como nas regiões N, NW e SE da área. Por meio da análise Regressão Linear Múltipla (RLM) foi possível validar os pesos atribuídos aos fatores e gerar uma equação que representa a produtividade hídrica do SASG. Os resultados da RLM demonstram que os pesos atribuídos foram, em sua maioria corretos, com exceção do fator C, que poderia ter sido menor. Apesar disto, o modelo gerado é considerado representativo do fenômeno em estudo e pode ser utilizado para estimar a produtividade hídrica. Considera-se, portanto que o método proposto é uma poderosa e inovadora ferramenta de planejamento, visto que pode auxiliar na futura locação de poços para abastecimento, bem como auxiliar no uso e ocupação do solo urbano, contribuindo para uma melhor gestão urbana e ambiental.
Evolução espaço-temporal da exploração e potenciometria do Sistema Aquífero Serra Geral (SASG) na área urbana de Londrina/PR
Diego Allyson Rocha, Maurício Moreira dos Santos
Data da defesa: 04/05/2020
O rápido crescimento da cidade de Londrina/PR produziu pressão crescente sobre a demanda de água originando conflitos pela disponibilidade hídrica, o que levou a busca por novas fontes de abastecimento, inclusive a exploração de aquíferos. Assim, estudos sobre as águas subterrâneas ganham importância, nesse sentido, o artigo A apresenta o diagnóstico histórico situacional da disponibilidade de informações sobre poços tubulares profundos inseridos no perímetro urbano do município de Londrina/PR e o diagnóstico da variação temporal do nível d'água e da produtividade do SASG no intervalo de tempo de 1977 a 2013, formando uma base referencial e de dados, essencial e acessível para consulta de tomadores de decisão e planejadores dos recursos hídricos. Os resultados apresentados demonstram que dados hidrodinâmicos do aquífero sofrem alterações negativas à medida que o número de poços tubulares profundos da área de estudo aumentam ao longo de 4 séries históricas, citando alguns valores, a vazão (Q) que tinha mediana de 14 m³/h na classe 1 caiu para 4 m³/h na classe 4, enquanto a capacidade específica (Q/s) sofreu importantes alterações, com valor de mediana em 1,34 m³/h/m para a classe 1 e na classe 4 passou para 0,2 m³/h/m. Já o artigo B, expôs o mapeamento das áreas de explotação do SASG na área urbana de Londrina/PR, sendo realizada análise espacial de distribuição e evolução histórica dos poços tubulares profundos com o auxílio de Sistema de Informação Geográfica (SIG), que permitiu a geração de importantes produtos cartográficos. Os resultados mostraram a evolução histórica dos níveis potenciométricos do SASG ao longo de 4 classes temporais, onde foi possível constatar o aparecimento espacial de distorção anômalas das curvas equipotenciais representados pelo contínuo rebaixamento dos níveis e/ou interferência de bombeamento produzidos por cones de depressão causados pelo crescente número de poços na zona central da cidade, constatando-se nessa última condição a presença de inversões do fluxo potencial para a classe 3 em Hotspot. Nessa zona, constatou-se grande rebaixamento dos valores dos níveis potenciométricos do aquífero, representado por uma diferença de 60 metros entre a primeira e a classe 4, com a classe 3 sendo apresentando o cenário mais preocupante com rebaixamento de 100 metros para o Hotspot quando comparado com a primeira classe. A melhora potenciométrica verificada para a classe 4 está relacionada a resposta ao aumento dos volumes da reserva reguladora que chegou a 4x108 m³/ano. Contudo, com os resultados apresentados é possível apontar um cenário futuro preocupante no que diz respeito à produtividade do SASG em área urbana caso mecanismos de gestão não sejam aplicados. Dessa forma, a presente pesquisa apresenta um panorama evolutivo histórico acerca da exploração do SASG na área urbana de Londrina/PR, tornando-se um instrumento que poderá ser utilizado pelos gestores municipais na busca pela gestão correta dos recursos hídricos subterrâneos, pois o gerenciamento adequado das águas subterrâneas é ação obrigatória para proteção desse recurso renovável, caso isso não ocorra os futuros poços podem sofrer ainda mais com a diminuição da oferta de água, podendo até mesmo surgir uma crise hídrica em longo prazo.