Narrativas de um ensino de geografia afetivo e ativo (EGAA): Experiências em comunicação não violenta (Cnv) em sala de aula
Pedro Henrique Silveira Brum, Jeani Delgado Paschoal Moura
Data da defesa: 13/12/2022
O presente trabalho busca problematizar a construção da educação neoliberal como promotora de representações dos afetos de medo e da competição entre os estudantes da educação básica ao longo do percurso de 2016 até 2022, com ênfase no trabalho desenvolvido nas escolas Benedita Rosa Rezende em Londrina – PR, nos anos de 2018 e 2019 e o Colégio Estadual Cívico Militar Vinicius de Moraes, Maringá – PR no ano de 2022. Parto do pressuposto que a narrativa neoliberal é responsável por promover uma psicologia moral disciplinadora que estabelece relações de competição e de distanciamento da possibilidade de encontro de uns para com os outros. O modelo forma-empresa, estimulado pela economia neoliberal, em especial no Paraná com a onda privatista do atual governo, está transformando a educação em ferramentas de gerenciamento de si mesmo em que as capacidades de socialização estão sendo substituídas por critérios passíveis de monetização e aumento de performance. Em outras palavras, podemos estar entrando em uma era em que as questões relacionadas à cidadania e civilidade estão sendo substituídas pelo processo mais alienante da troca comercial. As habilidades sociais estão sendo monetizadas e encaradas como passivos a serem trocados no mercado. Nesse sentido, há um conteúdo inconsciente que se apresenta nas salas de aula que podem ser direcionados como elementos necessários para dar vazão a esses processos de socialização humana. Por vezes entendidos como violentos, os processos de constituição das individualidades não precisam, necessariamente, serem tratados como alteridades que não possam ser trabalhados em sala de aula. Diante disso, apresento a experiência de seis anos em que foram utilizadas técnicas e metodologias baseadas na comunicação não violenta e metodologias ativas, em que os conteúdos curriculares da geografia para o ensino básico foram trabalhados de forma mais proveitosa por parte dos estudantes. A problemática se insere na concepção de violência, os altos índices de indisciplina em sala de aula e a falta de interesse por parte dos estudantes. Busquei ferramentas e encontrei bom resultados voltados a um ensino de geografia ativo e afetivo. Dentre esses resultados, o respeito à alteridade e a não compartimentação de posturas vistas como de incivilidades, indisciplinas e até mesmo violentas, podem ser apenas ajustes da dinâmica inconsciente de simbolização do sujeito adolescente em que pouca ou nenhuma oportunidade pode expressar suas inquietações em sala de aula.