Teses e Dissertações
Palavra-chave: Flúor
Concentrações de flúor nas águas de abastecimento subterrâneas e superficiais do município de Cornélio Procópio (PR) E seus impactos à saúde
Francisco Jorge de Castro Junior, José Paulo Peccinini Pinese
Data da defesa: 12/04/2024
O Flúor (F), elemento químico presente na natureza, tem sido utilizado na prevenção de doenças como a cárie dental, um problema de saúde pública que afeta grande parte da sociedade, por meio da fluoretação das águas de abastecimento. Contudo, esse processo de adição de flúor nas águas vem sendo analisado por pesquisadores e profissionais da área de saúde, a fim de evitar o consumo diário excessivo de flúor pela população. A exposição a altas concentrações de íons de fluoreto pode causar patologias como a fluorose dentária e óssea. Diante disso, a Portaria n.º 635/Bsb, de 26 de dezembro de 1975, e a Portaria GM/MS Nº 888/2021 (a partir dos índices de varição da temperatura do ar de cada região) determinam os teores máximos e mínimos de consumo diário de flúor por indivíduo. A Geografia da Saúde, uma disciplina interdisciplinar, com o uso da Cartografia, torna viável a compreensão e análise da distribuição espacial de teores de flúor no ambiente. A presente pesquisa, se utilizou do SIGs para verificar as concentrações de íons de fluoreto nas águas de abastecimento do Município de Cornélio Procópio, Paraná. Foram trabalhados dados de águas subterrâneas não tratadas, sendo dessas 20 amostras de poços tubulares do Aquifero Serra Geral, obtidas pelo Instituto Água e Terra do Paraná. Também foram analisadas 50 amostras de águas superficiais tratadas pela Companhia de Saneamento do Paraná, oriundas do rio Congonhas. Como parâmetro para a análise, foi utilizado um intervalo de 0,6 a 0,8 mg/L de flúor como sendo o recomendável para o consumo, e um valor máximo de 1,5 mg/L levando em conta a observação da legislação vigente. Diante disso, constatou-se várias amostras com deficiência em flúor (0,1 – 0,5mg/L), principalmente nas águas subterrâneas. Destacam-se também pontos com teores elevados (1.8 – 4,0 mg/L), predominantemente nas águas tratadas, caracterizando áreas fluoranômalas. Portanto, a partir dos resultados obtidos, observa-se uma quantidade de pontos com altas concentraçôes de flúor nas águas tratadas, indicando a necessidade de revisão no modo de fluoretação das mesmas.Com relação as águas subterrâneas, a maior parte dos pontos verificados apresentaram deficiência de ions de fluoreto, demonstrando a possibilidade de ineficiência na prevenção da cárie dental.
Teores de fluoreto nas águas do sistema de abastecimento na porção norte da 17ª regional de saúde do Paraná : implicações para a saúde bucal
Paulo Sérgio dos Santos, José Paulo Peccinini Pinese
Data da defesa: 24/02/2023
O presente trabalho traz uma abordagem sobre o consumo da água, considerando aspectos ambientais, antrópicos e os impactos sobre a saúde bucal. Para o referencial teórico, houve o resgate histórico de estudos geográficos inseridos em áreas da saúde, buscando afirmar a importância da interdisciplinaridade na consolidação dos resultados. Este estudo apresenta uma análise sobre “teores de fluoreto nas águas do sistema de abastecimento na porção norte da 17ª regional de saúde do Paraná: implicações para a saúde bucal”. O Ministério da Saúde tem estabelecido determinados parâmetros para adição de flúor (fluoretação), onde deve-se considerar os valores estabelecidos para a concentração de íon fluoreto, portanto o VPM (Valor Máximo Permitido) não pode ultrapassar 1,5 mg/L. Considerando as condições climáticas da área de estudo, o valor recomendado é de 0,6 a 0,8 mg/L, conforme as médias máximas de temperatura diárias do ar em diferentes regiões do Brasil. Desse modo, foram analisados dados do SISAGUA no período de 2014 e 2018, que apresentaram valores abaixo e acima do recomendado, podendo ser relacionado com as mudanças sazonais. Houve a análise das medidas encontradas nos municípios pertencentes a porção norte da 17ª Regional de Saúde do Paraná, entre os anos de 2014 e 2018, onde analisou-se cada ano, e considerou-se cada período de pluviosidade: chuvoso nos meses de janeiro a março e outubro a dezembro; seco entre os meses de abril a setembro. Essas médias resultaram na produção de mapas, evidenciando que em períodos chuvosos o teor é menor que 0,6 a 0,8 mg/L, e em períodos secos o teor encontra-se maior. É importante destacar que independente do período climático, foram observados durante cada ano, teores abaixo e acima do recomendado. Por meio dos dados da ANVISA e SISAGUA, pelo software Qgis, foram elaborados mapas das médias por municípios. Portanto, os mapas apresentaram municípios com teores baixos, tal qual o município de Miraselva, e municípios com teores altos, por exemplo, o município de Centenário do Sul. Desta forma, observou-se que em algumas áreas, no período chuvoso, ocorreu uma deficiência do flúor e em outras no período seco, ocorreu um excesso, podendo ser explicado pela ocorrência de tais fatores: geogenéticos (condições hidrogeologicas) e tecnogenéticos (tratamento da água em que se adiciona o flúor sem o devido rigor). Portanto, esta pesquisa visa advertir o consumo indevido de flúor, considerando períodos climáticos. Para melhorar a saúde e o bem estar da população em estado de vulnerabilidade a problemas de saúde bucal, como a cárie e fluorose. Nesse sentido, este estudo busca, auxiliar autoridades competentes sobre melhorias na vigilância e rigor no tratamento de água, observando com maior atenção os teores de flúor em período sazonais diferentes. E colaborar com outras pesquisas científicas, para futuros projetos de pesquisa, para gestores no planejamento urbano e de saúde.