Análise de Vulnerabilidade socioambiental do município de Jataizinho (PR): subsídio para o ordenamento territorial
João Paulo Pelizer Pucca, Marciel Lohmann
Data da defesa: 01/07/2022
O aumento populacional de maior intensidade observado nos centros urbanos de grande ou médio porte, acarretam uma possibilidade de inúmeros eventos sociais por estarem vinculados ao mesmo espaço. É fato de que os aspectos urbanos não são homogêneos e desta forma, a construção e apropriação do espaço no meio urbano se torna cada vez mais distinta e heterogênea. Neste sentido a presente pesquisa busca entender a situação geográfica do município de Jataizinho (PR), que por sua vez enfrenta problemas sazonais relacionados à inundações locais e que por sua vez afeta inúmeras famílias que vivem próximos dos corpos hídricos que banham o município. Portanto é necessário entender quem são as pessoas afetadas por esse fenômeno, delimitando aspectos sociais e ambientais com a finalidade de entender como a segregação sócio espacial condiciona populações mais fragilizadas a residirem em localidades com teor de vulnerabilidade alto. Desta forma a pesquisa se sustenta em pesquisadores como Cutter (2003); Nogueira (2002); Mendonça (2016) e dados sociais provenientes do censo do IBGE (2010) para criar mapas que sejam possíveis identificar localidades afetadas por inundações no município de Jataizinho (PR) e principalmente, quais populações residem nas referidas localidades para que se seja possível entender as dinâmicas sociais e ambientais que permeiam o centro urbano.
A regularização fundiária como instrumento de garantia do direito a cidade: o jardim Campos Verdes em Cambé/PR
Caroline Berger de Paula, Léia Aparecida Veiga
Data da defesa: 19/01/2023
A presente pesquisaabrange as relações entre a cidade formal e a cidade informal, tendo como objeto de estudo a ocupação irregular do Jardim Campos Verdes, na zona leste da cidade de Cambé, no estado do Paraná, e o processo de regularização fundiária iniciado no ano de 2011, o qual permaneceu em tramite até dezembro de 2022. As ocupações irregulares são um fenômeno crescente nas cidades brasileiras, visto que se tornaram uma saída para os sujeitos que não têm poder aquisitivo para fazerem parte do mercado imobiliário formal. Desta forma, ocupar as áreas irregulares é uma maneira de garantir moradia, apesar de não garantir, na maior parte dos casos, uma moradia de qualidade, um local de vivência com infraestrutura e equipamentos urbanos básicos para o dia a dia da vida na cidade. Nesta perspectiva, buscamos compreender como se deu o processo de ocupação do presente objeto de estudo e os entraves do processo de regularização fundiária até dezembro de 2022. Com abordagem qualitativa, foram realizados trabalhos de campo com aplicação de questionários e entrevistas junto aos moradores, visando gerar informações sobre a realidade socioeconômica dos moradores do Jardim Campos Verde. Essas informações foram analisadas à luz do arcabouço teórico de autores como Villaça (2001), Correa (1989), Lefebvre (1991), Maricato (2001), Harvey (2005), Rolnik (1999), além de documentos oficiais das leis de regularização fundiária e planejamento urbano, em âmbito Federal, estadual e municipal. O processo de regularização fundiária visa atender às dimensões jurídicas, urbanísticas e ambientais, o que envolve ações integradas de diferentes instituições públicas para sua realização e, se não acontecer de forma cooperativa, os entraves do processo começam a ser recorrentes, atrasando-o e não acontecendo de forma justa e clara com os sujeitos que dele necessitam. Concluímos que a gestão municipal precisa dialogar com aqueles que vivem esses espaços da cidade os quais necessitam de regularização e que a gestão do uso do solo urbano deveria dar mais atenção à pessoa humana e não à produção do espaço urbano voltado à lógica capitalista de produção. É preciso que esses sujeitos que vivem cotidianamente nessa área em processo de regularização fundiária tenham a garantia de uma cidade justa e igualitária, que não os prive do direto de viver a cidade com mobilidade urbana, saúde, lazer, educação e trabalho de forma acessível.
Produção do espaço urbano e a verticalização em Londrina
Mateus Galvão Cavatorta, Léia Aparecida Veiga
Data da defesa: 30/06/2021
A verticalização na cidade de Londrina, localizada no Norte do estado do Paraná, foi principiada nas décadas de 1950 e 1960. Em 2000 já havia 1.738 edifícios em Londrina com quantidade de pavimentos igual ou superior a quatro. A concentração desses edifícios até o início dos anos 2000 ocorreu principalmente na porção central da cidade, passando a partir de então a ocorrer na porção sudoeste da cidade, na área conhecida como Gleba Palhano. De 2000 e 2013 foram construídos 474 edifícios, sendo 112 acima de 15 pavimentos. A partir dos anos de 2013 e 2014, os edifícios passaram a ser construídos em outras porções da cidade e ao mesmo tempo diminuiu a quantidade na Gleba Palhano. Objetivou-se com essa pesquisa investigar e analisar as áreas urbanas de Londrina que foram incorporadas a verticalização bem como os principais fatores indutores e inibidores desse processo a partir de 2014. Foram utilizados procedimentos secundários e primários para os levantamentos de dados. Verificou-se no decorrer da pesquisa que novas áreas na zona Leste, na porção Sudoeste e Sul foram incorporadas no processo de verticalização em Londrina desde 2014, a partir de diferentes fatores indutores e inibidores. Conclui-se que os principais fatores inibidores e/ou indutores do processo de verticalização em Londrina no recorte temporal delimitado para essa pesquisa foram as amenidades urbanas, a recessão econômica (2014-2017), a legislação municipal e a atuação do Estado (executivo e legislativo local).
As hortas urbanas em Londrina: a produção do espaço urbano e o caso da horta da Vila Industrial
Matheus Gamas Guimarães, Ideni Terezinha Antonello
Data da defesa: 24/06/2021
A Horta Urbana em âmbito mundial é um fenômeno que traz novas dinâmicas para o espaço urbano. A presente pesquisa possui por objetivo analisar e discutir a produção do espaço, com foco na cidade de Londrina, e salientar a importância que a agricultura urbana possui nesse contexto, além de buscar entender pela ótica dos indivíduos envolvidos na produção de agricultura urbana qual o significado das atividades para eles. Buscou-se atingir esse objetivo por meio de uma discussão teórica baseada em Henri Lefebvre, posteriormente discutindo o processo de urbanização brasileira e, por fim, trazendo à luz a agricultura urbana e as hortas urbanas comunitárias como foco principal da pesquisa. Nesse principal foco, o objetivo é analisar brevemente as hortas urbanas comunitárias em Londrina e chegar especificamente numa aproximação da Horta Comunitária da Vila Industrial. Portanto, a pesquisa desenvolve-se em duas etapas principais, primeiro há o resgate teórico voltado para as temáticas supracitadas e depois há a aplicação metodológica no contexto das hortas urbanas comunitárias londrinenses, por ordem qualitativa, contendo entrevistas aprofundadas com os atores sociais da horta. As conclusões indicam que o processo de formação das hortas urbanas está entrelaçado com a teoria da produção do espaço urbano e são produzidas pelo mundo inteiro com algumas características principais detectadas, como seus efeitos terapêuticos na população e a potencialidade de suprir uma segurança alimentar grande para os atores envolvidos, mesmo que nem sempre essa seja a realidade. Essas práticas também se encontram por toda a cidade de Londrina e demandam maiores investigações posteriores, principalmente desdobrando a mesma metodologia para as outras hortas da cidade.