Teses e Dissertações
Palavra-chave: Ensino fundamental
A espacialidade da criança: sobre a experiência perceptiva como abertura ao mundo da vida
Lygia de Oliveira Ribeiro, Jeani Delgado Paschoal Moura
Data da defesa: 01/12/2023
A escola é um lugar onde podemos desfrutar de interações com as crianças que podem nos proporcionar elementos imprescindíveis para mapear as geografias da criança. O objetivo geral da pesquisa é analisar as espacialidades experienciadas pelas crianças nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental através das suas percepções, buscando compreender as suas relações sobre o morar. Dessa forma, busca-se compreender a forma como elas interpretam o mundo vivido. As crianças se relacionam com o espaço diferentemente dos adultos e, muitas vezes, estes tentam interpretar a espacialidade infantil com uma perspectiva adulta. Portanto, é importante encontrar formas de compreender as relações das crianças de maneira genuinamente infantil. A abordagem adotada nesta pesquisa é qualitativa e baseada na fenomenologia, considerando o mundo da vida de cada criança e sua relação com o espaço. A pesquisa começou com a compreensão do fenômeno por meio de rodas de conversa com crianças de ensino fundamental anos iniciais de uma escola municipal em Santo Antônio da Platina, Paraná. Nessas conversas, discutimos sobre suas casas e suas vivências. Além disso, realizamos oficinas de desenho para entender como as crianças se relacionam com o mundo ao seu redor. Para as crianças, o ato de desenhar vai além de uma simples representação da realidade concreta; cada ilustração revela diferentes perspectivas e vivências. As narrativas infantis e os desenhos se mostraram uma contribuição valiosa para entender como as crianças percebem o mundo com base em suas experiências sensoriais. Em conclusão, colocamos em relevo a geografia da criança como uma maneira de explorar as geografias vividas nas séries iniciais, partindo do entendimento das interpretações infantis em seu mundo da vida.
O espaço geográfico representado em filmes de animação: contribuições para o ensino de geografia nos anos finais do ensino fundamental
André Fernandes Oliveira, Eloiza Cristiane Torres
Data da defesa: 17/04/2023
Nos últimos anos, o debate acerca de metodologias e linguagens capazes de atualizar o ensino de Geografia ganhou relevância devido à necessidade de ensinar de forma lúdica e mais próxima ao estudante. Dentre os inúmeros recursos tecnológicos e audiovisuais disponíveis, o cinema se apresenta como um dos instrumentos com grande potencial, tendo em vista sua capacidade de reter a atenção dos estudantes e possuir enredos compatíveis com o estudo pertinentes à Geografia e outras áreas do conhecimento. Partindo desses pressupostos, a problemática da pesquisa se constrói: é possível dinamizar as aulas de Geografia e assim torná-las interessantes e prazerosas para os estudantes por meio do uso da linguagem cinematográfica, mais especificamente de longas-metragens de animação? O objetivo da pesquisa é analisar o potencial didático dos filmes comerciais de animação no que se refere à compreensão do principal objeto de estudo da Geografia, o espaço geográfico e desenvolver propostas de caráter interdisciplinar capazes de auxiliar professores a utilizarem a linguagem fílmica em suas aulas. As atividades e análises se deram a partir do projeto “Animaestudos, a magia do cinema nos conecta”, desenvolvido no Colégio Marista de Londrina, com turmas dos Anos Finais do Ensino Fundamental no ano de 2019. Nesse sentido, a pesquisa possui abordagem qualitativa, que permite uma visão ampla do fenômeno que está sendo estudado. No intuito de compreender possíveis abordagens entre filmes de animação e ensino de Geografia foi realizado um levantamento bibliográfico e uma curadoria, que definiu quais títulos seriam analisados. A partir disso, professores de outras áreas do conhecimento foram convidados a contribuir com a elaboração e aplicação das atividades propostas. Posteriormente, selecionamos dois títulos trabalhados junto aos estudantes para analisar a eficácia do projeto e verificar os resultados alcançados.
Utilização de mapa mental para educação ambiental na cidade de Ribeirão do Sul/SP: contribuição da Cartografia Social
Victória Helena Borsa Piroli, Eloiza Cristiane Torres
Data da defesa: 01/02/2023
A presente pesquisa de abordagem qualitativa, norteada pela Cartografia social aliada à educação ambiental, contemplou, como recorte, espacial o município de Ribeirão do Sul, localizado no estado de São Paulo. Como objeto de estudo, a pesquisa foi desenvolvida alunos do 6º e 7ª ano da Escola Estadual Nicola Martins Romeira. Foi questionado acerca do município, das questões ambientais, da presença de corpos d'água e suas condições. A pesquisa teve como objetivo geral analisar o conhecimento de alunos do 6º e 7º ano do ensino fundamental sobre questões ambientais locais relacionadas à água por meio da cartografia social. Na etapa inicial da aplicação do trabalho foram verificados os conhecimentos prévios dos alunos. Em seguida, os estudantes fizeram um mapa, localização e demonstrando, segundo a visão deles, a município em que moram, dos rios/córregos que lá estão presentes, bem como sua situação (se está canalizado, na forma natural, com ou sem vegetação, com ou sem depósito de lixo, se a água aparenta estar limpa, se há ou não mau cheiro, se há presença de animais silvestres ou não). Tornou-se pertinente trazer à discussão dos resultados a Pandemia de Covid-19, que, desde 2020 tem assolado o planeta, mudado hábitos, jeitos de pensar a educação em modo geral, incluindo alunos do 7º ano. Foram aplicados 49 questionários, em três turmas distintas: uma de 6º ano e duas do 7º ano do ensino fundamental. Pode-se verificar uma grande dificuldade dos estudantes em fazer os mapeamentos, pois muitos não sabiam se existiam rios ou córregos passando pelo município de Ribeirão do Sul. Nestes casos, foram observados desenhos que centralizavam a escola, a praça da igreja e a lanchonete. Por meio desta pesquisa foi possível verificar que grande parte dos alunos participantes sabe de onde vem a água que chega até a sua residência, indicando um conhecimento prévio adquirido por estes em sua vida diária, inclusive, muitos sabiam exatamente o ponto onde a água é captada, seja no poço, direto do rio ou da galeria pluvial. Conclui-se que a maioria dos estudantes sabe que existem rios e córregos perto de suas casas, porém não sabem seus nomes.