Políticas de gerenciamento de resíduos nas universidades estaduais públicas paranaenses
Maria José Sartor, Irene Domenes Zapparoli
Data da defesa: 21/12/2010
O crescimento dos centros urbanos e o aumento do consumo de bens industrializados têm colaborado para o avanço da geração dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), tornando-se um problema mundial. A necessidade de conciliar o crescimento econômico com a proteção ambiental é um dos fatores que tem contribuído para que a gestão eficiente dos resíduos seja um tema relevante no âmbito do desenvolvimento sustentável. O objetivo principal deste estudo é identificar as políticas de gerenciamento de resíduos adotadas pelas Universidades Estaduais Públicas Paranaenses, visando à sustentabilidade ambiental. A metodologia do estudo é baseada no método de estudo de caso múltiplo comparativo, realizada a partir de análise exploratória de dados, de caráter descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas e questionários, aplicados junto aos órgãos oficiais das Universidades Estaduais Públicas Paranaenses, além de consulta a base de dados estatísticos disponibilizados pelas universidades, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) e pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE). O estudo permitiu identificar os tipos de resíduos gerados, bem como os instrumentos e políticas de gerenciamento de resíduos já adotados pelas Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) do estado do Paraná. Concluiu-se que as IEES encontram dificuldades em destinar um orçamento específico para esta finalidade, assim como possibilitou confirmar a hipótese de que a legislação tem sido fator determinante para a institucionalização de tais políticas. O resultado da pesquisa poderá contribuir para a facilitação da institucionalização de instrumentos e políticas de gerenciamento de resíduos, além de promover debates que visem assegurar melhorias às políticas de gerenciamento de resíduos já adotas pelas IEES.
Pobreza no nordeste do Brasil : um estudo multidimensional
Nadja Simone Menezes Nery de Oliveira, Solange de Cássia Inforzato de Souza
Data da defesa: 25/07/2014
O presente estudo tem por objetivo analisar as evidências da pobreza nordestina brasileira sob a perspectiva multidimensional para os anos de 2003 e 2012, a partir da metodologia adaptada de Barros, Carvalho e Franco (2003) para o cálculo do Índice de Desenvolvimento das Famílias (IDF) tendo por base os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) relativos aos anos de 2003 e 2012. Os resultados revelaram uma sensível diminuição na pobreza multidimensional do Nordeste, cujo indicador sintético de pobreza multidimensional para o período de nove anos, melhorou em 5 pontos percentuais enquanto o mesmo indicador para o Brasil sofreu melhora de 4 pontos percentuais no mesmo intervalo de tempo. Também se observou uma redução na distância do indicador de pobreza multidimensional nacional 0,78 (2012) frente à média nordestina 0,73 (2012), o que significou uma diferença de 5 p.p., essa distância entre os mesmos indicadores era de 6 p.p. no ano de 2003. Outro resultado importante indicou que a taxa de variação da pobreza na região Nordeste em 2012 foi reduzida em 7,35%, ou seja, a média da redução da pobreza nordestina foi de 1,94 pontos percentuais acima da taxa de variação de pobreza no Brasil que, por sua vez, foi reduzida em 5,41% no ano de 2012, quando comparada ao ano de 2003. No que se refere aos resultados para as dimensões do IDF, constatou-se que nos anos de 2003 e 2012 os piores indicadores da pobreza nordestina se concentraram nas dimensões de acesso ao conhecimento e acesso ao trabalho. A dimensão acesso ao conhecimento decresceu em 2,94% no ano de 2012 com relação ao ano de 2003; os índices dos componentes analfabetismo e escolaridade foram os que mais contribuíram com o baixo valor dessa dimensão. A dimensão acesso ao trabalho obteve o segundo menor desempenho com um pequeno aumento de 3,64% no mesmo período; para essa dimensão, o índice do componente remuneração foi o principal responsável pelo baixo desempenho da dimensão tendo reduzido 2 p.p. no período. Comparadas ao Brasil, todas as dimensões da pobreza foram problemáticas para o Nordeste e tiveram seus índices inferiores em relação aos índices das dimensões obtidos pelo Brasil para os dois anos, 2003 e 2012. As dimensões mais significativas para o Nordeste foram as relativas ao desenvolvimento infantil, às condições habitacionais e ao consumo de bens duráveis. Em termos estaduais, Piauí, Pernambuco e Alagoas obtiveram os maiores progressos dos indicadores multidimensionais de pobreza quando confrontados à média nordestina do ano de 2012, com relação ao ano de 2003, enquanto os Estados de Sergipe e do Maranhão apresentaram menores graus de desenvolvimento familiar no período de tempo analisado.
Os impactos da expansão da agroindústria canavieira no Brasil e seus diferenciais regionais para os anos de 2005 a 2013
Lina Tiemi Sanada, Carlos Eduardo Caldarelli
Data da defesa: 27/02/2018
O objetivo do presente estudo é analisar as diferenças regionais entre a região Centro-Sul e o Nordeste do Brasil no que se refere aos aspectos relacionados à expansão canavieira, assim como comparar suas influências para a caracterização do setor nacional. Para esta análise foi utilizado o modelo de dados em painel, especificamente o de efeitos fixos. Os resultados demonstraram que para o Centro-Sul, a presença de usinas, a área plantada de cana e o valor adicionado agrícola impactam positivamente sobre o PIB per capita do município, enquanto que para o Nordeste apenas a participação agrícola e o valor adicionado agrícola impactam positivamente no PIB per capita municipal. A partir da análise dos resultados pode-se inferir que o capital gerado pela agroindústria canavieira na região Nordeste possui alcance limitado no que se refere aos efeitos sobre produto dessa região.
Os impactos da demanda e da tecnologia sobre o crescimento econômico brasileiro entre os anos de 2000 e 2009 : uma análise multissetorial
Elcio Cordeiro da Silva, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 24/02/2014
O objetivo deste trabalho foi mensurar as contribuições da demanda final, da tecnologia e interação entre as mesmas, para o processo de crescimento econômico brasileiro entre os anos 2000 e 2009. Para tanto, foram utilizadas as Matrizes de Insumo-Produto do Brasil estimadas pelo Núcleo de Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo (NEREUS). As fontes de crescimento econômico foram decompostas em contribuições de mudanças na demanda final, de mudanças na tecnologia e interação entre as mesmas. O efeito demanda final foi decomposto em efeitos das mudanças na demanda do próprio setor e dos demais setores e foram mensuradas os impactos de cada componente da demanda final. Esses efeitos foram mensurados para 56 setores da economia brasileira. Os principais resultados mostram que o efeito das mudanças da demanda final contribuiu positivamente para o crescimento da economia, responsável por 143% do crescimento líquido. No entanto, os efeitos das mudanças da tecnologia e interação contribuíram de maneira a reduzir o crescimento no período, (15%) e (28%), respectivamente. Outro aspecto importante, foi a constatação de evidências de desindustrialização no país, pois no período em análise, observou-se que o crescimento líquido dos setores agropecuária e serviços foram superiores ao da indústria.
O impacto do aumento da jornada escolar sobre o IDEB dos anos finais do ensino fundamental das escolas públicas brasileiras
Benjamin Cesar Alves Ximenes, Carlos Roberto Ferreira
Data da defesa: 12/08/2016
Este trabalho se propõe a analisar o impacto da presença do Programa Mais Educação (PME) nas escolas públicas que ofertam os anos finais do ensino fundamental, a partir dos microdados do Censo Escolar para o Brasil e suas macrorregiões, nos anos de 2007 a 2013. Dessa forma, comparam-se os resultados escolares desses dois tipos de escola e avaliou-se o PME, que amplia a jornada escolar, focando-se os efeitos sobre o IDEB das escolas públicas referente aos anos finais do ensino fundamental para o Brasil e suas macrorregiões. Com esse intuito, foram realizados testes de diferenças de médias e uma análise a partir do modelo de diferenças em diferenças, com ajuste de poligonal. Os resultados mostraram que as escolas públicas brasileiras que participaram do PME apresentaram um efeito positivo de 5% no IDEB dos anos finais do ensino fundamental. O programa teve melhorias nacionalmente, mas apresentou disparidades entre as regiões. As regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste também apresentaram impacto positivo no IDEB e as regiões Norte e Sul apresentaram efeito nulo do programa sobre o IDEB dos anos finais do ensino fundamental. Apesar das disparidades, o programa foi importante para as macrorregiões brasileiras: o IDEB das escolas públicas da região Nordeste teve melhoria independentemente da implementação do programa. A partir dos resultados pode-se constatar a importância do PME para a melhoria do ensino público brasileiro.
O impacto das políticas públicas antitabagistas na probabilidade de consumir tabaco no Brasil
Denize Mirian da Silva, José Adrian Pintos Payeras
Data da defesa: 18/05/2015
O tabagismo pode ser considerado uma das principais causas de problemas respiratórios e de outras doenças que causam a morte de milhões de pessoas todos os anos no mundo. Em virtude disso, desde o final da década 1990, diferentes estados brasileiros têm adotado políticas antitabagistas e várias leis federais também foram criadas para diminuir o consumo de tabaco. Esforços para conter o consumo de tabaco são considerados importantes para o governo, porque eles são negativamente relacionados com despesas futuras com tratamentos de saúde. Com base nisso, o principal objetivo deste trabalho foi o de analisar como as políticas antitabagistas e variáveis sociodemográficas estão relacionadas aos gastos com tabaco dos indivíduos no Brasil. Foram utilizados dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) para estimar a probabilidade de um indivíduo ter dispêndio com produtos do tabaco. As probabilidades foram calculadas por meio de regressões logit para diferentes anos (1995-1996, 2002-2003 e 2008-2009). Os principais resultados apontam que o indivíduo mais propenso a consumir tabaco é do sexo masculino, com idade entre 45 e 65 anos, morador de áreas rurais, que cursou até o ensino fundamental, não-branco, sem religião, com renda per capita de até dois salários mínimos e residente no Sul e Sudeste do Brasil. Foi constatada também, uma correlação negativa entre renda per capita e gastos com tabaco. Além disso, foi observado que mulheres grávidas tendem a gastar menos com tabaco devido à preocupação com a saúde do bebê. Ademais, os indivíduos que residem em domicílio onde há a presença de um casal, também são menos propensos a ter dispêndio com tabaco. Ao contrário das expectativas iniciais, nem todas as políticas antitabagistas nacionais atingiram o seu objetivo na redução do consumo de tabaco. Concluiu-se que esforços futuros para conter o consumo de tabaco devem focar o aumento de impostos, além de políticas nacionais e locais.
Interdependência econômica mundial e complexidade de dependência de exportações nos anos 2000 e 2014 para 43 países
Willian Ruivo Wildner, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 16/08/2018
O objetivo deste estudo é verificar a configuração das sinergias e interdependências econômicas do consumo intermediário entre 43 países, a partir dos dados do World Input-Output Database (WIOD) para os anos de 2000 e 2014, com metodologia criada por Sonis et. al (1997), que identifica a dependência da economia interna (doméstica), de exportação, de importação e dependência da economia mundial para cada uma das regiões. Identificou-se grande heterogeneidade nas composições de dependência econômica dos países. A China tem a maior dependência da economia interna em 2000 e 2014, 89,40% e 88,12% respectivamente, e Luxemburgo com a menor 28,67% e 28,14% para os mesmos anos. Enquanto a maior dependência de exportação é da Irlanda, 37,09% e a menor Estados Unidos, 7,59%. Na perspectiva geral verificou-se uma queda da de dependência interna, em média em -7,88%, e um aumento das dependências externas: exportações 4,92%; importações 0,01% e; economia mundial 2,95%. Também foi calculado o impacto setorial (56 setores) na dependência econômica interna. A China tem a maior concentração em um único setor, na Construção Civil, 18% em 2000 e 25% em 2014. As menores concentrações setoriais foram verificadas na Coréia do Sul em 2000, 2,0034% e Eslovênia em 2014, 3,8001%. A média do Índice HH- Índice Herfindahl-Hirschman, que mede a concentração, foi de 5,24%, em 2000, e 6,43% em 2014, apresentando um aumento médio de 1,19% na concentração setorial da dependência. Com índice proposto neste trabalho, ICDE - Índice de complexidade de dependência de exportação, foi ponderada a dependência de exportação com base no Índice de Complexidade Econômica, Hausmann e Hidalgo (2009), afim de ranquear os países de acordo com sua exposição à dependência de exportação. O país mais exposto em 2014 é Lituânia, com um ICDE de 46,05 e a China a menos exposta, com 8,24. Conclui-se que, em média, os países diminuíram a dependência de suas próprias economias, apesar de as concentrarem mais setorialmente, e ampliaram as dependências externas.
Inovação na unidade Paranacity – PR do grupo sucroenergético Santa Terezinha : impactos econômicos, sociais e ambientais
Daniela Carla Monteiro, Irene Domenes Zapparoli
Data da defesa: 08/07/2013
O objetivo deste trabalho consiste em analisar os impactos resultantes da adoção e geração de inovações no desempenho da unidade Paranacity – PR do grupo Santa Terezinha, nos âmbitos econômico, social e ambiental. O método de abordagem e de procedimento empregado para a realização da referida pesquisa foi o indutivo e o observacional respectivamente, classificando-a assim como aplicada, qualitativa, exploratória, descritiva, bibliográfica, documental e estudo de caso. Os resultados encontrados mostraram que no âmbito econômico os impactos inovativos se resumem em: avanço na cultura; redução de custos; eliminação de falhas/lacunas; melhor aproveitamento dos insumos; eficiência produtiva; e vantagem competitiva. No âmbito social, por sua vez os impactos inovativos resultaram em: melhorias na qualidade de vida em sociedade, no trabalho e na saúde dos colaboradores; e suprimento de diversos postos de trabalho nas mais diversas áreas. Quanto ao âmbito ambiental, os impactos inovativos identificados foram: avanço com as questões ambientais; e redução dos impactos ambientais provocados pela atividade. A inter-relação em sua maioria dos impactos inovativos de ordem econômica, social e ambiental, propiciou à unidade Paranacity – PR do grupo Santa Terezinha um robusto e consistente processo de produção e industrialização de açúcar, etanol e energia. Por conseguinte, a inter-relação desses impactos propiciou a empresa/unidade em estudo os selos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) 2012/13 e Empresa Compromissada 2012/13, bem como o Registro de produtoras de biocombustível avançado concedido pela Environmental Protection Agency (EPA) norte-americana e o cadastro no California Air Resources Board (CARB). Em última instância, pelos resultados apresentados e discutidos na categoria fatores econômicos, sociais e ambientais a conclusão do estudo confirma apenas parcialmente a hipótese de que nas agroindústrias canavieiras paranaenses, inovações são geradas e adotadas com o intuito de propiciar um padrão de produção que intensifique benefícios econômicos e sociais e internalize externalidades ambientais.
Índice de desenvolvimento socioeconômico dos municípios sul-matogrossenses
Vinícius Misael Alves de Lima, Katy Maia
Data da defesa: 29/07/2014
O presente trabalho teve como objetivo geral analisar o desenvolvimento socioeconômico nos municípios do estado do Mato Grosso do Sul, em 2010. Os procedimentos adotados envolveram a construção de um índice de desenvolvimento socioeconômico, a realização de uma hierarquização e a classificação dos mesmos, além de uma análise espacial. Foi utilizado o método estatístico de análise fatorial, que a partir dos indicadores de desenvolvimento proporcionou escores fatoriais, esses, por sua vez, indicaram o grau de desenvolvimento de cada município. Calculado o índice de desenvolvimento, foi realizada a Análise Exploratória de Dados Espaciais - AEDE para verificar a existência ou não de padrões espaciais nos dados. Por meio dos resultados foi possível verificar que os quatro municípios mais desenvolvidos do Mato Grosso do Sul são Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e Chapadão do Sul e os quatro menos desenvolvidos são Japorã, Tacuru, Paranhos e Dois Irmãos do Buriti. Constatou-se, também, que a maioria dos municípios apresenta um baixo índice de desenvolvimento (54,5% do total). Com relação à AEDE, verificou-se que não há concentrações significativas de desenvolvimento no estado, mas no sul do estado existe uma forte aglomeração de municípios subdesenvolvidos, os piores índices de renda per capita, de taxa de pobreza, de taxa de alfabetização, entre outros; encontram-se nessa região.
Impactos locais e inter-regionais da indústria moveleira de Arapongas – PR
Joel Ferracioli, Umberto Antônio Sesso Filho
Data da defesa: 20/12/2012
A dissertação analisa o dinamismo da economia da cidade de Arapongas Paraná dando ênfase ao polo moveleiro que é a especialidade local. O objetivo geral é estimar os impactos locais e inter-regionais, multiplicadores de emprego e renda, transbordamento de remunerações e produção, os índices de ligação para frente e para trás e a geração de emprego. A metodologia aplicada para alcançar os resultados utilizou-se das Matrizes Insumo-Produto de 1995 e 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com os dados coletados na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Agregaram-se as 42 categorias das Matrizes Insumo Produto (MIPs), para 20 setores, tendo em vista a aptidão local e para compatibilizar com as 87 categorias da Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE). A análise dos resultados revela que os principais setores no ano de 2009 são: indústria química no índice de ligação para frente, nos multiplicadores de emprego e de remunerações e transbordamento de produção. No índice de ligação para trás a indústria de alimentos. Sendo que o setor madeira e mobiliário emprega 33,73% dos trabalhadores formais do munícipio no ano de 2009. Conclui-se que houve um aumento na geração de emprego no polo moveleiro de 1995 (29,73%) para 2009. Isso mostra uma estabilidade positiva da indústria moveleira no munícipio de Arapongas.