Teses e Dissertações
Palavra-chave: Situação conjugal
Mudança na situação conjugal e associação com a incidência e manutenção de comportamentos positivos de saúde: Estudo Vigicardio (2011-2015)
André Ulian Dall Evedove, Mathias Roberto Loch
Data da defesa: 22/02/2018
trodução: Algumas evidências apontam que a situação conjugal está associada a
indicadores de saúde, em geral, indicando que pessoas com companheiros/as (casadas ou em
união estável) possuem menores taxas de morbimortalidade se comparadas às pessoas sem
companheiros/as (solteiras, divorciadas/separadas ou viúvas). Entretanto, existem poucos
estudos epidemiológicos e longitudinais que associam a transição conjugal com
comportamentos de saúde, principalmente na América Latina. Objetivo: Verificar a
associação entre mudança na situação conjugal com a incidência e a manutenção de
comportamentos positivos de saúde. Métodos: Estudo longitudinal prospectivo, que faz parte
do projeto: ―Incidência de mortalidade, morbidade, internações e modificações nos fatores de
risco para doenças cardiovasculares em amostra de residentes com 40 anos ou mais de idade
em um município de médio porte do Sul do Brasil: Estudo coorte Vigicardio 2011-2015‖
realizado com indivíduos de 40 anos (em 2011) ou mais residentes em Cambé/PR. Para este
estudo, participaram 883 pessoas nos dois momentos da pesquisa. As variáveis dependentes
foram: atividade física no tempo livre, consumo de frutas, consumo de verduras e legumes,
tabagismo e consumo abusivo de álcool. Foram ainda realizadas análises com a combinação
(análise de simultaneidade) dos comportamentos relacionados à saúde considerados. A
variável independente foi a situação conjugal, comparando-se a situação de cada sujeito nos
quatro anos do estudo. Assim, os sujeitos foram divididos em quatro grupos. Grupo 1: pessoas
que tinham companheiro(a) nos dois momentos (n=583); Grupo 2: pessoas que tinham
companheiro(a) em 2011, mas não em 2015 (n=72); Grupo 3: pessoas que não tinham
companheiro(a) nos dois momentos (n=204); Grupo 4 (n=24): pessoas que não tinham
companheiro(a) em 2011 mas tinham em 2015. Assim, o grupo 1 e 3 manteve a mesma
situação conjugal, enquanto os grupos 2 e 4 teve transição na sua situação conjugal. A análise
dos dados, foi feita aos pares (grupo 1 x grupo 3; e grupo 2 x grupo 4), de modo a melhor
explorar a possível associação da manutenção ou incidência de comportamentos positivos
com a mudança na situação conjugal. Além das variáveis dependentes e a independente,
foram consideradas as seguintes variáveis de confusão: sexo, faixa etária, classe econômica e
escolaridade. Os dados foram analisados no Programa SPSS vs. 19, através da regressão de
Poisson bruta e ajustada. Resultados: Os participantes que deixaram de ter companheiro(a)
apresentaram menor incidência de abandono ao tabaco (RR:0,29,IC95%:0,12-0,68), de
consumo regular de frutas (RR:0,43,IC95%:0,20-0,90) e de manutenção de pelo menos dois
comportamentos positivos de saúde (RR:0,80,IC95%:0,70-0,92) do que os sujeitos que
tinham companheiro(a) nas duas coletas. Já os participantes que passaram a ter
companheiro(a) tiveram maior incidência de pelo menos um comportamento positivo de
saúde (RR:1,76,IC95%:1,07-2,88) e maior incidência de consumo regular de frutas
(RR:2,42,IC95%:1,40-4,18) comparados com aqueles que não tinham companheiro(a) em
2011 e 2015. Por outro lado, vale mencionar que algumas variáveis dependentes,
especificamente: atividade física no tempo livre e consumo de verduras e legumes não se
mostraram associadas à mudança na situação conjugal. Conclusão: Tais resultados são
importantes para um melhor planejamento do cuidado à saúde.