Teses e Dissertações
Palavra-chave: Satisfação no trabalho
Satisfação no trabalho e absenteísmo entre professores da rede estadual de ensino básico de Londrina
Adrieli de Fátima Massaro Levorato, Selma Maffei de Andrade, Edmarlon Girotto
Data da defesa: 29/06/2016
Devido às reformas educacionais e intensificação do trabalho, professores têm
enfrentado inúmeros obstáculos na profissão docente. Assim, muitos experimentam
insatisfação no trabalho, com prejuízo à sua saúde física e mental, o que pode
contribuir para o absenteísmo. Nesse sentido, este estudo objetivou analisar a
relação entre satisfação no trabalho e absenteísmo em professores da educação
básica. Trata-se de estudo epidemiológico do tipo transversal, com população de
estudo composta por professores das 20 escolas da Rede Estadual de Ensino de
Londrina-PR com maior número de docentes. A coleta de dados ocorreu entre
agosto de 2012 a junho de 2013, por entrevista e preenchimento de um questionário
pelos professores. A satisfação no trabalho foi avaliada por meio da escala
Occupational Stress Indicator, utilizando o percentil 25 como ponto de corte para
definição de menor satisfação. O absenteísmo foi considerado presente quando o
professor referiu ter faltado ao trabalho por problema de saúde nos 12 meses
anteriores à entrevista. Foram realizadas análises descritivas e por regressão de
Poisson, com cálculo de razão de prevalência (RP) e intervalo de confiança (IC) de
95%. Participaram deste estudo 899 professores, com idade média de 42 anos e a
maior parte composta por mulheres (68,3%). Os componentes com menores níveis
de satisfação foram salário (46,9%), volume de trabalho (29,6%) e oportunidades
para atingir aspirações e ambições (21,5%). Os componentes da escala de
satisfação no trabalho mais bem avaliados foram: conteúdo do trabalho (58,4%) e
relacionamentos (58,1%). Metade dos professores (50,4%) referiu absenteísmo por
problema de saúde, com duração principalmente entre 1 e 3 dias (37,5%). Os
principais motivos de falta ao trabalho foram doenças respiratórias (22,3%),
problemas osteomusculares (14,1%) e transtornos mentais (11,0%). Após análise
ajustada, o absenteísmo associou-se com a menor satisfação no trabalho (RP=1,21;
IC=1,05-1,39), independentemente das variáveis sexo, idade, tempo de profissão,
carga horária de trabalho, percepção quanto ao equilíbrio entre a vida profissional e
pessoal, dor crônica, doença crônica, capacidade física e mental para o trabalho e
qualidade do sono. Também se apresentaram associadas ao absenteísmo a idade
superior a 40 anos (RP=1,19; IC=1,01-1,39) e presença de doença crônica
(RP=1,65; IC=1,27-2,15). Os resultados mostram associação entre absenteísmo e
menor satisfação no trabalho no exercício da profissão docente, independentemente
de outras variáveis. Desta forma, tornam-se necessárias medidas para melhorar a
satisfação no trabalho docente, como a melhoria das condições e redução da carga
de trabalho.