Níveis de manganês e fatores associados em população urbana com 40 anos ou mais em município do Sul do Brasil
Ana Lívia Carvalho da Silva Fukushigue, Monica Maria Bastos Paoliello
Data da defesa: 13/03/2014
O manganês (Mn) é um elemento traço essencial. Porém, em determinadas concentrações pode ser tóxico à saúde humana. Os efeitos adversos ocasionados por altas exposições ao Mn, principalmente em ambientes ocupacionais, são bem conhecidos e documentados. Entretanto, os relacionados à exposição ambiental, apesar de epidemiologicamente evidentes, são poucos conhecidos. Nesse contexto, os estudos de biomonitorização humana podem ser usados para identificar e quantificar a exposição e o risco ao metal. Diante disso, esse estudo objetivou estabelecer os níveis basais de Mn em sangue e verificar a ocorrência de uma possível associação entre os níveis sanguíneos de Mn e fatores sociodemográficos, econômicos, relacionados ao estilo de vida e hipertensão. Trata-se de um estudo transversal de base populacional, com uma amostra representativa, integrante do projeto “Doenças Cardiovasculares no Estado do Paraná: mortalidade, perfil de risco, terapia medicamentosa e complicações”- VIGICARDIO. Investigou-se 958 indivíduos de 40 anos ou mais, residentes em uma área urbana de um município do sul do Brasil. As concentrações sanguíneas de Mn foram determinadas pela técnica de Espectrometria de Massas com Plasma de Argônio indutivamente Acoplado (ICP-MS). A pressão arterial sistólica e diastólica foi aferida por meio do equipamento digital Omron HEN 742 de acordo com as orientações da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. A média e a mediana referente aos níveis sanguíneos de Mn foram 12,6 e 12,3 µg.L-1 , respectivamente. Verificou-se que os níveis de Mn tendem a diminuir com a idade (p< 0,05). No entanto, não houve correlações entre as concentrações do metal e as demais variáveis. O presente estudo contribui para a determinação dos valores basais de Mn em sangue na população urbana no Brasil, o que é fundamental para a identificação de grupos populacionais de risco, quando apresentarem desvios em relação à média da população. Este estudo reforça o caráter preventivo da Saúde Ambiental.