Teses e Dissertações
Palavra-chave: Prevalência
Consumo de medicamentos entre adultos residentes na área de abrangência de uma Unidade Saúde da Família
Milene Zanoni da Silva, Darli Antonio Soares
Data da defesa: 30/01/2008
Objetivo: Determinar a prevalência e os fatores associados ao consumo de medicamentos entre adultos de 20 e 59 anos. Método: Estudo transversal de base populacional. Foram entrevistados 374 indivíduos da área de abrangência de uma Unidade Saúde da Família de Ponta Grossa (PR), entre dezembro de 2006 e janeiro de 2007. O período recordatório utilizado foi dos últimos 7 dias. Os medicamentos foram classificados segundo Anatomical Therapeutic Chemical Code. Os testes de qui-quadrado e de regressão logística foram utilizados para análise estatística. Resultados: A prevalência de consumo de medicamentos foi de 67,1%. A utilização variou entre 1 e 17 medicamentos. As classes terapêuticas mais consumidas foram analgésicos e a dipirona foi o princípio ativo mais usado. Após análise multivariada, as variáveis que permaneceram associadas significativamente foram: sexo, autopercepção de saúde, presença de doenças crônicas e filiação a plano de saúde. Conclusão: A prevalência de consumo de medicamentos foi semelhante ao encontrado em outros estudos. Os achados desta pesquisa poderão contribuir para nortear as ações das equipes saúde da família.
Prevalência e Fatores Associados à Doença Periodontal em Puérperas, Londrina – PR
Carolina de Alcântara Lopes dos Santos, Zuleika Thomson, Ana Maria Rigo Silva
Data da defesa: 16/06/2010
A doença periodontal é considerada um problema de saúde pública em todo o
mundo devido à alta incidência e prevalência, e afeta grande parte da população.
Nos estágios mais avançados, se não tratada, leva a perda dentária interferindo
diretamente na qualidade de vida das pessoas. Tendo em vista que as alterações
hormonais da gestação podem interferir no início e progressão da doença
periodontal, a pesquisa teve como objetivos: estimar a prevalência da doença
periodontal em puérperas e determinar a gravidade; verificar os fatores associados à
doença periodontal. Trata-se de um estudo transversal, cuja população foram todas
as puérperas, residentes em Londrina, Paraná, que tiveram seus partos em
maternidade pública, que atende parturientes de baixo e médio risco, nos meses de
maio e junho de 2009. Os dados foram obtidos por meio de entrevista e exame
clínico odontológico. A classificação da doença periodontal foi realizada pelo Índice
Periodontal Comunitário (IPC). A variável dependente foi a presença da doença
periodontal (gengivite e periodontite) e as variáveis independentes envolveram
características sociodemográficas, cuidados com a saúde bucal e condições de
saúde e hábitos maternos antes e durante a gestação. Na análise estatística foi
utilizada a regressão de Poisson. Houve 41 exclusões e 15 (3,1%) perdas,
totalizando uma amostra final de 472 entrevistas realizadas. A maioria das
puérperas (66,3%) tinha entre 20 e 34 anos, idade média de 24,3 anos; 64,6%
estudaram, no mínimo, até o fundamental completo; 72,7% eram brancas; quanto à
classificação econômica (ABEP), a maioria pertencia à classe C (71,4%), 65,3% não
trabalhavam fora e somente 25,6% viviam com mais que um salário mínimo. A
prevalência da doença periodontal observada foi de 41,1%, entre estas, 42,8%
apresentavam bolsa periodontal de 4-5 mm. Na análise multivariada, a idade de 20
anos ou mais, a baixa escolaridade (até quatro anos de estudo), o sangramento
gengival anterior à gestação (auto-referido) e o hábito de fumar há mais de 10 anos
foram significativamente associadas à doença periodontal (p<0,05). Os resultados
apresentados sugerem a necessidade de melhoria no acesso ao atendimento
odontológico às gestantes, tanto na atenção básica, como nos serviços
odontológicos especializados, garantindo ações de promoção, prevenção e
tratamento odontológico resolutivo e de qualidade.
Incapacidade funcional entre adultos de 40 anos ou manis idade: Estudo de base populacional
Cristhiane Yumi Yonamine, Tiemi Matsuo, Regina Kazue Tanno de Souza
Data da defesa: 30/05/2012
O envelhecimento populacional é um fenômeno que concorre para um aumento da
prevalência das doenças crônicas e da incapacidade funcional. Envelhecer mantendo
todas as funções não significa problema para o indivíduo ou para a comunidade,
entretanto, quando a autonomia funcional começa a deteriorar, os problemas começam a
surgir. A incapacidade funcional é um importante indicador de saúde, uma vez que
reflete a piora da qualidade de vida e os graves impactos sociais, tais como a
institucionalização e o aumento do uso de serviços de saúde. O presente estudo teve por
objetivo analisar a prevalência e os fatores associados à incapacidade funcional entre
adultos residentes na região urbana do município de Cambé, Paraná. Trata-se de um
estudo transversal, de base populacional, realizado com adultos de 40 anos ou mais de
idade, no período de fevereiro a junho de 2011. As variáveis dependentes pesquisadas
foram os fatores associados à dificuldade de subir e descer escadas e os fatores
associados à autonomia funcional em dois grupos etários. A população foi composta de
1336 sujeitos elegíveis, dos quais 1180 foram entrevistados. A prevalência da
incapacidade funcional encontrada nas atividades básicas de vida diária apresentou-se
baixa e aumentou progressivamente com a idade. As dificuldades mais frequentes
referem-se às atividades de urinar (5%), subir e descer escada (24%), ler ou enxergar
(78,3%), memorizar (28,9%) e lavar roupa (23,4%). Os fatores associados à dificuldade
de subir e descer escada foram: ser do sexo feminino, não ter trabalho remunerado,
pertencer à classe econômica C, D ou E, não praticar atividade física no lazer, ter
histórico de doenças crônicas, ter histórico de quedas nos últimos 12 meses e ser obeso.
Observou-se que 46,5% das pessoas estudadas apresentavam a autonomia funcional
preservada e alguns fatores associados à autonomia funcional foram distintos entre
idosos e não idosos. Ter trabalho remunerado, praticar atividade física no lazer e não ter
histórico de artrite/artrose foram comuns a ambos os grupos, mas a escolaridade e a
ausência de histórico de diabetes associaram-se apenas na faixa etária de 40 a 59 anos,
enquanto que histórico de problemas na coluna relacionou-se apenas às pessoas de 60
ou mais anos de idade. Os resultados apontam a necessidade de ampliar as ações e as
estratégias assistenciais, principalmente na atenção básica, visto a magnitude de
algumas dificuldades que interferem na autonomia funcional e os fatores associados à
incapacidade e à autonomia funcional.
Prevalência, reconhecimento, tratamento medicamentoso e controle da hipertensão arterial e do diabetes mellitus no município de Cambé – PR.
Camila Rocha Machado, Regina Kazue Tanno de Souza
Data da defesa: 25/04/2014
Introdução: As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo.
Entre os fatores de risco modificáveis destacam-se o diabetes mellitus e a
hipertensão arterial. Conhecer as taxas de reconhecimento dessas condições na
população, bem como de seu controle por meio da terapia medicamentosa pode
aprimorar as medidas de detecção e acompanhamento na atenção básica. Objetivo:
Analisar a prevalência, o reconhecimento, o tratamento, e o controle da hipertensão
arterial e do diabetes mellitus na população de 40 anos ou mais residente no
município de Cambé-PR. Método: Estudo transversal de base populacional, com
1.180 participantes com 40 anos ou mais, residentes na área urbana do município
de Cambé, Paraná. O diabetes mellitus foi determinado por meio do autorrelato, uso
de hipoglicemiantes ou glicemia em jejum alterada e a hipertensão arterial pelo
autorrelato e uso de medicamentos não específicos, uso de medicamentos
específicos ou aferição da pressão arterial. Resultados: A prevalência de
hipertensão foi de 56,4%, desses 70,7% reconheciam, entre os que reconheciam
83,8% tratavam e dos que tratavam 38,4% estavam com os níveis pressóricos
normais. Quanto ao diabetes, a prevalência encontrada foi de 13,7%, dos quais
65,2% conheciam a condição, destes 88,4% tratavam e entre os que tratavam
34,2% estavam com os valores da glicemia em jejum abaixo de 126mg/dl. Os fatores
associados ao reconhecimento da hipertensão foram não exercer atividade
ocupacional (p=0,003), não consumir álcool de maneira excessiva (p=0,047), utilizar
a Unidade Básica de Saúde (p=0,005), consultar o médico (p<0,001), ser obeso
(p=0,005) e ter diabetes (P<0,001). Considerações finais: Os resultados indicam
alta prevalência de hipertensão arterial e elevada frequência de tratamento
medicamentoso entre os que reconhecem. Porém, apontam a necessidade de
estratégias voltadas para melhorar o reconhecimento da hipertensão e do diabetes e
principalmente do controle entre os que tratam, no sentido de aumentar o impacto
das ações de saúde na qualidade de vida e na ocorrência de eventos
cardiovasculares na população.
Prevalência de obesidade e fatores associados em adultos de 40 anos e mais: estudo de base populacional
Daniele Gonzales Bronzatti Siqueira, Regina Kazue Tanno de Souza
Data da defesa: 26/05/2014
Introdução: O excesso de peso, especialmente a obesidade, é um problema de
saúde pública, pelo aumento crescente da prevalência na população e sua
associação com outros agravos como as doenças cardiovasculares e metabólicas
que diminuem a qualidade e a expectativa de vida das pessoas. Certas
características relacionadas ao estilo de vida e às condições sociodemográficas
relacionam-se ao ganho excessivo de peso em todas as fases do curso de vida.
Objetivos: Verificar a prevalência de excesso de peso global e abdominal e os
fatores associados à obesidade abdominal (OA) em adultos a partir de 40 anos de
idade. Métodos: Estudo transversal de base populacional parte de um projeto mais
abrangente (VIGICARDIO), realizado no município de Cambé (PR), com indivíduos
de 40 anos ou mais de idade, residentes em todos os setores censitários urbanos. O
peso (kg), a altura (m) e a circunferência da cintura - CC (cm) foram aferidos no
momento da entrevista no domicílio. O excesso de peso global foi definido pelo
índice de massa corporal (IMC) ≥ 25 kg/m² e a obesidade global (OG) como IMC ≥30
kg/m². O excesso de peso abdominal foi definido como CC ≥80 cm para mulheres e
CC ≥ 94 cm para homens e a OA definida como CC ≥88 cm para mulheres e CC
≥102 cm para homens. Na análise dos fatores associados o desfecho foi a
obesidade abdominal. A análise foi realizada para cada sexo, por meio da regressão
de Poisson hierarquizada baseada em modelo teórico conceitual, com seleção de
variáveis distais (sociodemográficas), intermediárias (hábitos de vida) e proximais
(condições de saúde). Resultados: A prevalência de excesso de peso global na
população foi de 68,3%, sendo 30,0% de OG. Para o excesso de peso abdominal
observou-se prevalência de 73,3% sendo 49,7% de OA. Maiores prevalências de
excesso de peso, tanto global quanto abdominal, foram observadas nas mulheres e
a de OA foi mais que o dobro da verificada entre os homens (RP = 2,29 – IC 95%
1,98-2,65). A prevalência de OA aumentou com a idade para ambos os sexos. As
variáveis que permaneceram associadas à OA, após ajuste, foram a inatividade
física no lazer, idade e hipertensão arterial em ambos os sexos. Classe econômica,
tabagismo e diabetes associaram-se à OA apenas entre as mulheres. Conclusão:
As altas prevalências de excesso de peso global e abdominal para ambos os sexos,
mais elevadas entre as mulheres, assim como a presença de alguns fatores
associados distintos entre os sexos, evidenciam a necessidade de ações
diferenciadas de enfrentamento. Reitera-se a importância do acompanhamento do
estado nutricional na rotina do serviço de saúde por meio de avaliação das medidas
antropométricas, contribuindo para a identificação precoce e suspeição de outros
agravos, o que permite ao profissional de saúde intervir adequadamente.
Hábitos de vida e utilização de serviços de saúde entre indivíduos com hipertensão arterial no Cambé-PR, quatro anos de acompanhamento
Mara Cristina Nishikawa Yagi, Ana Maria Rigo Silva, Edmarlon Girotto
Data da defesa: 26/08/2019
Este estudo objetivou analisar os hábitos de vida e a utilização dos serviços de saúde
em indivíduos com hipertensão arterial (HA) e, especificamente verificar as mudanças
nas prevalências dos hábitos de vida após quatro anos, verificando a associação entre
utilização de serviços de saúde e hábitos de vida no seguimento. Para tal, realizou-se
um estudo de coorte e outro de delineamento transversal de base populacional. A
população de estudo constituiu-se de adultos de 40 anos e mais, residentes na área
urbana do município de Cambé, Paraná. A coleta de dados da primeira fase, ocorreu
entre fevereiro e maio de 2011, com 1.180 indivíduos entrevistados, destes, 660
classificados com HA (amostra da presente pesquisa). A segunda fase, aconteceu de
março a outubro de 2015 e foram reentrevistados 487 indivíduos com HA. A HA foi
estabelecida pelo uso de anti-hipertensivo ou a média das duas últimas medidas de
pressão arterial alterada, considerando-se limítrofes os valores maiores ou iguais a
140/90 mmHg. Em ambas as fases, além da aferição da pressão arterial, foram
realizadas medidas antropométricas e coleta de exames laboratoriais. As análises de
dados foram realizadas pelo programa SPSS, versão 21.0. A diferença nas
prevalências entre os sexos foi verificada pelo teste qui-quadrado e as mudanças dos
hábitos de vida entre os dois períodos pelo teste de Mc Nemar. Para a associação
entre utilização de serviços de saúde e hábitos de vida, utilizou-se o Modelo de
Regressão Log-Linear de Poisson com estimação robusta, análise multivariada e
cálculo de razão de prevalência (RP), com intervalo de confiança (IC) de 95%. As
mudanças nas prevalências no seguimento referem-se à redução do consumo
abusivo de álcool (p<0,001) e aumento do consumo regular de frutas e de verduras
e/ou legumes (p<0,001) entre pessoas com quatro anos e mais de estudo. Em 2015,
no estrato de maior escolaridade entre os que utilizaram serviços privados de saúde
houve maior prevalência de prática de atividade física (RP Ajustada 1,416; IC 95%
1,014-1,978), menor consumo regular de frutas e de verduras e/ou legumes (RP
Ajustada 0,889; IC 95% 0,825-0,958) e maior consumo de carnes com excesso de
gordura (RP Ajustada 1,090; IC 95% 1,013-1,173). No estrato de menor escolaridade,
entre os que receberam visitas da ESF, a prevalência do hábito de fumar foi menor
(RP Ajustada 0,159; IC 95% 0,043-0,588). Conclui-se que, houve mudanças positivas
nos hábitos de vida após quatro anos, entretanto, na utilização de serviços de saúde,
os usuários de serviços privados de saúde apresentaram hábitos menos saudáveis.
Dessa forma, esses resultados reforçam a importância da prevenção dos fatores de
risco e do vínculo dessa população com os serviços de saúde.
Prevalência, incidência e fatores predisponentes à síndrome metabólica na população de 40 anos e mais: Vigicardio 2011-2015
Kécia Costa, Ana Maria Rigo Silva, Luiz Cordoni Junior
Data da defesa: 13/09/2017
A Síndrome Metabólica (SM) é definida como um conjunto de alterações
metabólicas que conferem aumento do risco cardiovascular. Sua prevalência
na população adulta tem aumentado no mundo e diversos fatores estão
relacionados à sua ocorrência. Este estudo tem como objetivo analisar o perfil
da SM em uma coorte de adultos de 40 anos e mais, comparando-se a
prevalência da SM e seus componentes entre dois períodos e identificando sua
incidência e fatores preditores após seguimento. Trata-se de um estudo com
dois delineamentos distintos, um comparativo entre dois períodos, 2011 e
2015, e o segundo uma coorte prospectiva. A população de estudo foi
constituída por adultos de 40 anos e mais residentes em Cambé, Paraná. A
coleta de dados da primeira etapa ocorreu entre os meses de fevereiro e maio
de 2011 e foram entrevistados 1180 indivíduos. A segunda etapa iniciou-se em
março e terminou em outubro de 2015 e 885 adultos foram entrevistados. Em
ambas as etapas realizou-se aferição da pressão arterial, medidas
antropométricas e exames laboratoriais. A SM foi identificada segundo a
definição harmonizada, que preconiza a presença de três ou mais dos
componentes: circunferência abdominal ≥102 cm homens e ≥ 88 cm mulheres;
triglicérides: ≥ 150mg/dl e/ou tratamento medicamentoso com hipolipemiantes;
PAS ≥ 130 e/ou PAD ≥ 85 mmHg e/ou tratamento com medicamentos antihipertensivos; HDL: <40 mg/dl em homens e <50 mg/dl em mulheres e/ou
tratamento medicamentos com hipolipemiantes; glicemia jejum: ≥100 mg/dl
e/ou medicamento para tratamento do diabetes. Todas as análises foram
realizadas no programa SPSS 19.0. Para a comparação das prevalências da
SM e de seus componentes entre os períodos foi utilizado o teste de Mc Nemar
e para a comparação entre os sexos o teste Qui-quadrado, adotando-se o nível
de significância de p<0,05. A análise de regressão logística múltipla foi utilizada
para identificar os fatores preditivos para a incidência acumulada da SM em
2015. Houve aumento estatisticamente significativo entre 2011 e 2015 da
prevalência da SM e de todos os seus componentes exceto da glicemia de
jejum alterada. O componente mais prevalente em ambos os períodos foi
alteração dos níveis pressóricos, 68,3% e 71,3% respectivamente. A obesidade
abdominal elevada foi o componente mais frequente entre as mulheres e, entre
os homens foi a alteração dos níveis pressóricos. Após o seguimento, a
incidência acumulada da SM foi de 32,4%. Entre as mulheres foi de 40,1% e,
entre os homens, de 20,0%. Após ajustes, as variáveis que permaneceram
associadas à incidência da SM no sexo feminino foram o hábito de fumar como
fator de proteção, a autopercepção negativa do estado de saúde e a presença
de componentes pré-SM, com aumento da chance de incidência da SM quanto
maior o número de pré-componentes. No sexo masculino apenas o índice da
massa corpórea (IMC) classificado como sobrepeso e/ou obbesidade foi
associado significativamente. Entre as principais conclusões destaca-se a
frequência elevada da SM, a piora do perfil de risco metabólico e
cardiovascular e a obesidade abdominal como um importante fator preditivo. A
condição de SM reconhecida permite classificar os grupos segundo a condição
de risco e planejar intervenções a fim de minimizar as consequências aos
indivíduos e serviços de saúde.
Prevalência e fatores associados à síndrome metabólica na população adulta em Cambé (PR), 2011. Vigicardio.
Maira Sayuri Sakay Bortoletto, Regina Kazue Tanno de Souza , Marcos Aparecido Sarria Cabrera
Data da defesa: 27/05/2014
A síndrome metabólica (SM) confere um alto risco para ocorrência de doenças
cardiovasculares dado à sua combinação de intolerância à glicose, hipertensão, triglicerídeos
elevados e HDL-C baixo. Destaca-se que o risco global de complicação cardiovascular é o
triplo entre os portadores de SM comparativamente aos não portadores. Dessa maneira, este
estudo tem como objetivo determinar a prevalência de síndrome metabólica e fatores
associados a essa condição na população acima de 40 anos. Trata-se de um estudo transversal
de base populacional realizado em todos os setores censitários do município de Cambé-PR;
este estudo faz parte de um estudo mais abrangente denominado Vigicardio. No presente
estudo participaram 959 indivíduos. Foram realizados entrevistas, exame físico e exames
laboratoriais. Entre as variáveis do estudo incluíram-se as socioeconômicas e demográficas,
de estilo de vida, sobre comorbidades, de utilização de medicamentos e de serviços de saúde.
Foram realizadas a aferição da pressão arterial, medidas antropométricas e exames
laboratoriais (colesterol, triglicerídeos e glicemia). A SM foi determinada de acordo com a
definição harmonizada (presença de pelo menos três das seguintes condições; TG ≥150
mg/dL; HDL-C<40 mg/dL em homens ou <50 mg/dL em mulheres; pressão sistólica ≥ 130
mmHg e/ou pressão diastólica ≥85 mmHg ou uso de medicamentos anti-hipertensivas;
glicemia ≥100 mg/dL ou uso de medicamento para tratamento do diabetes e perímetro
abdominal ≥88 nas mulheres e ≥102 nos homens). A análise dos dados foi realizada no
programa SPSS versão19 e os testes utilizados foram o qui-quadrado ou exato de Fisher, e
regressão de Poisson. A prevalência de SM foi de 53,7% e, nas mulheres, essa prevalência foi
superior em relação aos homens (p=0,003). Entre os componentes, a obesidade abdominal
(p<0,001) e baixo HDL-C (p<0,001) foram superiores nas mulheres e entre os homens a
elevação da pressão (p=0,004) e dos níveis glicêmicos (p=0,006). A prevalência da SM
elevou-se com o aumento da idade, a elevação dos níveis pressóricos foi o componente mais
frequente nos diferentes sexos e faixas etárias, seguido pela obesidade abdominal nas
mulheres e pelo baixo HDL-C e elevação dos níveis glicêmicos nos homens. A presença dos
cinco componentes da SM foi de 12,0% (mulheres-15,8%, homens-7,3%). A classe
econômica de menor poder de compra esteve associada à maior prevalência de SM entre as
mulheres (p<0,001) e isso foi mais ocorrente entre as de maior idade. O fator associado a SM
foi o aumento da idade em ambos os sexos. Os resultados revelaram elevadas prevalências de
SM entre indivíduos com 40 anos ou mais, sugerindo a necessidade de formulação de
políticas mais amplas no sentido de favorecer a adoção de comportamentos saudáveis. As
diferenças observadas nos diferentes sexos, grupos etários e classes econômicas apontam para
a necessidade de melhor conhecer o padrão da SM nesses grupos objetivando compreender os
determinantes dessa distribuição e favorecer a implementação de políticas mais adequadas de
enfrentamento dos componentes da SM