Teses e Dissertações
Palavra-chave: Práticas integrativas e complementares
PREVALÊNCIA DO USO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES POR USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE SEIS MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE DO ESTADO DO PARANÁ
GRASIELE SASTRE GRÉGIO PREVALÊNCIA, Mathias Roberto Loch, Milena Zanoni da Silva
Data da defesa: 28/02/2024
Introdução: As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) contemplam uma
variedade de recursos terapêuticos e racionalidades médicas não convencionais. Essas práticas
integram os serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e têm na atenção primária
à saúde o local preferencial para sua inserção. Objetivo: Investigar a prevalência e identificar
os fatores associados ao uso das PICS entre usuários da atenção primária à saúde de municípios
de pequeno porte do estado do Paraná. Métodos: Estudo transversal descritivo e quantitativo,
com dados coletados por entrevistadores previamente treinados. Foram convidados a responder
o questionário pessoas que aguardavam por atendimento em unidades de atenção primária à
saúde dos municípios selecionados. Consideraram-se três variáveis dependentes: uso geral das
PICS, uso de plantas medicinais/fitoterapia e uso de PICS exceto plantas medicinais/fitoterapia.
Fatores sociodemográficos, comportamentais e de saúde foram as variáveis independentes.
Realizou-se a análise descritiva dos dados, e verificaram-se as associações por meio do teste
Qui-quadrado de Pearson, com significância estatística 5% (p-valor < 0,05) e regressão de
Poisson com variância robusta, IC 95% e p-valor < 0,05. Resultados: A amostra foi composta
por 1.878 pessoas. A prevalência de uso geral das PICS foi de 51,2%; de plantas
medicinais/fitoterapia, 45,7%; e de PICS exceto plantas medicinais/fitoterapia, 14,7%. Destas,
as mais prevalentes foram meditação (6,2%) e auriculoterapia (2,9%). A análise ajustada para
o uso geral das PICS demonstrou maior prevalência entre pessoas do sexo feminino (RPa= 1,20,
IC95%: 1,07-1,34), com 40 anos ou mais (40 a 59 anos, RPa= 1,35, IC95%: 1,11-1,65; ≥ 60
anos, RPa= 1,50, IC95%: 1,20-1,88), brancas ou amarelas (RPa= 1,20, IC95%: 1,08-1,33), com
ensino superior completo (Rpa= 1,17, IC95%: 1,02-1,35), que praticavam atividade física no
tempo livre (Rpa= 1,27, IC95%: 1,17-1,38), que realizaram consulta com profissional de saúde
(não médico) (Rpa= 1,26, IC95%: 1,12-1,41), que receberam visita domiciliar (Rpa= 1,18,
IC95%: 1,07-1,29), com diagnóstico de neoplasia (Rpa= 1,21, IC95%: 1,02-1,44) e presença
de dor crônica musculoesquelética (Rpa= 1,25, IC95%: 1,13-1,38). Em relação ao uso de
plantas medicinais/fitoterapia, observaram-se as mesmas associações, exceto para escolaridade.
Quanto ao uso de PICS exceto plantas medicinais, houve maior prevalência nas pessoas com
25 anos ou mais (25 a 39 anos RPa= 1,78, IC95%: 1,13-2,81; 40 a 59 anos, RPa= 1,84, IC95%:
1,15-2,96; ≥ 60 anos, RPa= 1,83, IC95%: 1,03-3,25), maiores níveis de escolaridade (médio
completo, RPa= 2,03, IC95% 1,45-2,85; superior completo, RPa= 3,70, IC95%: 2,59-5,27), que
praticavam atividade física no tempo livre (RPa= 1,44, IC95%: 1,16-1,80) e que realizaram
consulta com profissional de saúde (não médico) (RPa= 1,40, IC95%: 1,02-1,91). Conclusão:
Os resultados demonstraram que cerca de metade dos usuários investigados referiram uso de
pelo menos uma PICS, sendo plantas medicinais/fitoterapia a prática com prevalência bastante
superior às demais. O uso das PICS foi maior entre pessoas do sexo feminino, com 40 anos ou
mais, com ensino superior completo, que praticavam atividade física no tempo livre, que
realizaram consulta com profissional da saúde, que receberam visita domiciliar, que referiram
diagnóstico de neoplasia e com dor crônica musculoesquelética.