Prevalência de obesidade e fatores associados em adultos de 40 anos e mais: estudo de base populacional
Daniele Gonzales Bronzatti Siqueira, Regina Kazue Tanno de Souza
Data da defesa: 26/05/2014
Introdução: O excesso de peso, especialmente a obesidade, é um problema de saúde pública, pelo aumento crescente da prevalência na população e sua associação com outros agravos como as doenças cardiovasculares e metabólicas que diminuem a qualidade e a expectativa de vida das pessoas. Certas características relacionadas ao estilo de vida e às condições sociodemográficas relacionam-se ao ganho excessivo de peso em todas as fases do curso de vida. Objetivos: Verificar a prevalência de excesso de peso global e abdominal e os fatores associados à obesidade abdominal (OA) em adultos a partir de 40 anos de idade. Métodos: Estudo transversal de base populacional parte de um projeto mais abrangente (VIGICARDIO), realizado no município de Cambé (PR), com indivíduos de 40 anos ou mais de idade, residentes em todos os setores censitários urbanos. O peso (kg), a altura (m) e a circunferência da cintura - CC (cm) foram aferidos no momento da entrevista no domicílio. O excesso de peso global foi definido pelo índice de massa corporal (IMC) ≥ 25 kg/m² e a obesidade global (OG) como IMC ≥30 kg/m². O excesso de peso abdominal foi definido como CC ≥80 cm para mulheres e CC ≥ 94 cm para homens e a OA definida como CC ≥88 cm para mulheres e CC ≥102 cm para homens. Na análise dos fatores associados o desfecho foi a obesidade abdominal. A análise foi realizada para cada sexo, por meio da regressão de Poisson hierarquizada baseada em modelo teórico conceitual, com seleção de variáveis distais (sociodemográficas), intermediárias (hábitos de vida) e proximais (condições de saúde). Resultados: A prevalência de excesso de peso global na população foi de 68,3%, sendo 30,0% de OG. Para o excesso de peso abdominal observou-se prevalência de 73,3% sendo 49,7% de OA. Maiores prevalências de excesso de peso, tanto global quanto abdominal, foram observadas nas mulheres e a de OA foi mais que o dobro da verificada entre os homens (RP = 2,29 – IC 95% 1,98-2,65). A prevalência de OA aumentou com a idade para ambos os sexos. As variáveis que permaneceram associadas à OA, após ajuste, foram a inatividade física no lazer, idade e hipertensão arterial em ambos os sexos. Classe econômica, tabagismo e diabetes associaram-se à OA apenas entre as mulheres. Conclusão: As altas prevalências de excesso de peso global e abdominal para ambos os sexos, mais elevadas entre as mulheres, assim como a presença de alguns fatores associados distintos entre os sexos, evidenciam a necessidade de ações diferenciadas de enfrentamento. Reitera-se a importância do acompanhamento do estado nutricional na rotina do serviço de saúde por meio de avaliação das medidas antropométricas, contribuindo para a identificação precoce e suspeição de outros agravos, o que permite ao profissional de saúde intervir adequadamente.