Aleitamento materno até o quarto mês de vida entre mães adolescentes, zona urbana de Cascavel – Paraná: Fatores Associados
Claudia Regina Felicetti, Zuleika Thomson
Data da defesa: 06/06/2006
O Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Sistema Único de Saúde é uma fonte importante de informações, que pode ser utilizada para monitoramento da morbidade por acidentes e violências (causas externas de morbidade e mortalidade) no Brasil. No entanto, não foram identificadas pesquisas que avaliaram a cobertura e a qualidade das informações sobre causas externas constantes neste sistema de informações. O objetivo deste trabalho foi analisar a cobertura e a qualidade das informações sobre acidentes e violências (causas externas) disponíveis no SIH em Londrina, Paraná, os gastos e traçar um perfil epidemiológico destas internações. Foram revisados, manualmente, todos os laudos médicos de autorizações de internação hospitalar (AIH) de todos os hospitais gerais (cinco) e de um especializado em ortopedia cujas internações ocorreram no ano de 2004. Tais laudos foram transcritos e codificados por duas pessoas treinadas, que se revezavam na codificação e revisão do código atribuído à causa externa e à lesão (cada laudo era revisto por ambas e, em caso de dúvida ou discordância, discutia-se até haver acordo sobre o código a ser utilizado). Foram buscadas informações complementares, a fim de melhorar a qualidade dos registros (banco de dados pesquisa) em outros sistemas (Sistema de Informações de Mortalidade e Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e às Emergências). O banco de dados do SIH foi obtido do sítio do DATASUS, sendo selecionados os casos cujos diagnósticos primário ou secundário estivessem classificados nas rubricas de S00 a Y98 da CID-10 e com data de internação no mesmo período (banco de dados SIH). Por meio do número da AIH, os dois bancos de dados foram comparados no Epi Info. Para análise do perfil epidemiológico, foram consideradas todas as novas internações, não sendo consideradas as reinternações (emissão de duas ou mais AIHs numa mesma internação). Foram identificadas 4088 internações no período de estudo por ambos os bancos de dados, havendo concordância sobre o diagnóstico de causa externa em 2932 internações (concordância geral de 71,7%). Na pesquisa, foram identificadas 4018 internações por causas externas e, no banco do SIH, foram informadas 3002, o que representou uma cobertura de 74,7%. Considerando o banco de dados da pesquisa como referência, a sensibilidade e o valor preditivo positivo do SIH foram de 73% e 97,7%, respectivamente. Em três hospitais foram registradas as maiores discordâncias, o que sugere problemas na codificação dos dados. O gasto total identificado pela pesquisa foi de R$ 4.339.804,69, sendo observados maiores gastos médios e medianos com as internações por complicações de atos médicos. Quanto ao perfil epidemiológico, os acidentes de transportes foram as principais causas externas de internações, sendo mais freqüentes no sexo masculino e na faixa etária de 20 a 29 anos. Os resultados apontam alguns problemas na cobertura e qualidade da informação do SIH no município, o que poderia ser reduzido com treinamento do pessoal que realiza codificação nos hospitais e nos setores de controle e avaliação do município.
Internações por acidentes e violências financiadas pelo setor público em Londrina, Paraná: análise dos registros, gastos e causas
Maria de Fátima Akemi Iwakura Tomimatsu, Selma Maffei de Andrade
Data da defesa: 28/07/2006
O Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Sistema Único de Saúde é uma fonte importante de informações, que pode ser utilizada para monitoramento da morbidade por acidentes e violências (causas externas de morbidade e mortalidade) no Brasil. No entanto, não foram identificadas pesquisas que avaliaram a cobertura e a qualidade das informações sobre causas externas constantes neste sistema de informações. O objetivo deste trabalho foi analisar a cobertura e a qualidade das informações sobre acidentes e violências (causas externas) disponíveis no SIH em Londrina, Paraná, os gastos e traçar um perfil epidemiológico destas internações. Foram revisados, manualmente, todos os laudos médicos de autorizações de internação hospitalar (AIH) de todos os hospitais gerais (cinco) e de um especializado em ortopedia cujas internações ocorreram no ano de 2004. Tais laudos foram transcritos e codificados por duas pessoas treinadas, que se revezavam na codificação e revisão do código atribuído à causa externa e à lesão (cada laudo era revisto por ambas e, em caso de dúvida ou discordância, discutia-se até haver acordo sobre o código a ser utilizado). Foram buscadas informações complementares, a fim de melhorar a qualidade dos registros (banco de dados pesquisa) em outros sistemas (Sistema de Informações de Mortalidade e Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e às Emergências). O banco de dados do SIH foi obtido do sítio do DATASUS, sendo selecionados os casos cujos diagnósticos primário ou secundário estivessem classificados nas rubricas de S00 a Y98 da CID-10 e com data de internação no mesmo período (banco de dados SIH). Por meio do número da AIH, os dois bancos de dados foram comparados no Epi Info. Para análise do perfil epidemiológico, foram consideradas todas as novas internações, não sendo consideradas as reinternações (emissão de duas ou mais AIHs numa mesma internação). Foram identificadas 4088 internações no período de estudo por ambos os bancos de dados, havendo concordância sobre o diagnóstico de causa externa em 2932 internações (concordância geral de 71,7%). Na pesquisa, foram identificadas 4018 internações por causas externas e, no banco do SIH, foram informadas 3002, o que representou uma cobertura de 74,7%. Considerando o banco de dados da pesquisa como referência, a sensibilidade e o valor preditivo positivo do SIH foram de 73% e 97,7%, respectivamente. Em três hospitais foram registradas as maiores discordâncias, o que sugere problemas na codificação dos dados. O gasto total identificado pela pesquisa foi de R$ 4.339.804,69, sendo observados maiores gastos médios e medianos com as internações por complicações de atos médicos. Quanto ao perfil epidemiológico, os acidentes de transportes foram as principais causas externas de internações, sendo mais freqüentes no sexo masculino e na faixa etária de 20 a 29 anos. Os resultados apontam alguns problemas na cobertura e qualidade da informação do SIH no município, o que poderia ser reduzido com treinamento do pessoal que realiza codificação nos hospitais e nos setores de controle e avaliação do município.
Tendência das taxas de internação em menores de cinco anos no período de 1999 a 2010 em Londrina – PR
Kécia Costa, Ana Maria Rigo Silva, Wladithe Organ de Carvalho
Data da defesa: 26/03/2012
A atenção integral à criança constitui uma prioridade entre as políticas de saúde e um desafio para os gestores. A internação pediátrica gera custos para o sistema de saúde além de consequências físicas e emocionais para a criança e sua família. Conhecer a tendência da morbidade hospitalar infantil permite identificar os principais agravos e possíveis fatores de prevenção, assim subsidia o planejamento e priorização das ações de saúde e intersetoriais. Esta pesquisa teve como objetivo analisar a tendência das taxas de internação em menores de cinco anos, residentes no município de Londrina, no período de 1999 a 2010. Os dados foram obtidos no sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS. As variáveis selecionadas foram: faixa etária, sexo, natureza e regime do hospital, tempo de permanência, causa da internação e ocorrência do óbito. Para a caracterização das internações, os anos do período de estudo foram agrupados em triênios e utilizada estatística descritiva. As taxas de internação foram calculadas por todas as causas segundo capítulos da CID-10, por sexo e diagnósticos da lista de condições sensíveis à atenção primária (CSAP). Em cada faixa etária calcularam-se as taxas segundo capítulos da CID-10 e lista de CSAP. Para a análise de tendência das taxas, aplicou-se o modelo linear através do programa SPSS 19.0. Durante o período de estudo, ocorreram 45.195 internações financiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em crianças menores de cinco anos, o que representou 11,56% do total de internações SUS no município. As hospitalizações foram mais frequentes na faixa etária de 1 a 2 anos (cerca de 32%) e sexo masculino (55%). Mais de 80% das internações tiveram duração máxima de 7 dias, e o óbito ocorreu em aproximadamente 2%. A análise de tendência mostrou declínio das taxas de internação em crianças menores de cinco anos, redução de 4,87 internações por 1000 crianças/ano. O mesmo ocorreu em todas as faixas etárias, exceto para o período neonatal. As doenças do aparelho respiratório apresentaram as maiores taxas, exceto no período neonatal e manteve-se estável no período neonatal e pósneonatal. As doenças infecciosas e parasitárias destacaram-se pela redução, principalmente no período pós-neonatal, com decréscimo de 1,19 internações por 1000 crianças/ano, porém apresentou estabilidade na faixa etária de 3 a 4 anos. A evolução das internações por CSAP nos menores de cinco anos também apresentou tendência decrescente exceto para o período neonatal. O principal grupo de CSAP foram as pneumonias. O decréscimo das taxas apontam para a melhoria das condições de saúde infantil devido possivelmente à implantação de estratégias de atenção direcionadas à saúde da criança neste período. Outros estudos serão necessários para relacionar as hipóteses levantadas com a efetiva diminuição das internações, além de outros que busquem avaliar a qualidade dos serviços de atenção primária à criança, que tem como objetivo a prevenção de agravos e hospitalização.