Depressão em professores da rede estadual de ensino de Londrina/PR: caracterização e fatores associados
Nathalia K. A. Guimarães de Faria, Alberto Durán González, Camilo Molino Guidoni
Data da defesa: 29/02/2016
A depressão afeta 350 milhões de pessoas mundialmente e é uma doença importante que reflete na família, no trabalho e nas relações pessoais do indivíduo bem como, em casos extremos, pode levar ao suicídio. O desenvolvimento da depressão é influenciado por fatores genéticos, características de personalidade e o meio em que se vive. Condições adversas de trabalho podem contribuir para o desenvolvimento da depressão, bem como por agravos relacionados a ele. A profissão docente apresenta muitos desafios e condições adversas de trabalho. Em diversos países, os transtornos mentais são o principal motivo causador de absenteísmo entre docentes. Pensando na importância dos professores para a sociedade, no ônus relacionado à depressão e na condição adversa de trabalho vivida por muitos professores, o objetivo do estudo foi conhecer a prevalência de depressão e de sintomas depressivos, de acordo com o Inventário de Beck-II (BDI-II), e os fatores associados à depressão em professores da Rede Estadual de Ensino de Londrina/PR. Trezentos e oito professores foram entrevistados, dos quais 34,7% foram considerados depressivos, de acordo com os preceitos previstos pelo BDI-II. A maioria dos considerados depressivos era do sexo, tinham entre 25 e 39 anos de idade, eram casados, possuiam especialização e renda familiar mensal entre R$ 3001,00 e R$ 5000,00. Os principais sintomas assinalados pelos entrevistados foram falta de energia, alterações no padrão do sono, cansaço ou fadiga e autocrítica. As seguintes variáveis relacionadas ao trabalho se mostraram associadas à presença de depressão: ter menos de dez anos de profissão, relatar relacionamento com superiores ou alunos, motivação para chegar ao trabalho e equilíbrio entre vida profissional e pessoal como ruim ou regular e relatar ter sofrido qualquer tipo de violência.