Teses e Dissertações
Palavra-chave: Insuficiência cardíaca
Capacidade funcional e composição corporal em indivíduos com mais de 55 anos
Renata Maciulis Dip, Marcos Aparecido Sarria Cabrera
Data da defesa: 11/08/2014
As perdas de massa magra e de força muscular apresentam grande impacto na
qualidade de vida e na mortalidade de idosos. Este estudo, realizado por meio de
inquérito domiciliar e aferição da composição corporal e da força muscular a
domicílio, derivado de uma pesquisa de base populacional, teve por objetivos
analisar o papel da baixa massa magra, da força muscular baixa e da obesidade na
dificuldade para utilizar escadas e na dependência para a realização das Atividades
Instrumentais de Vida Diária (AIVD), assim como analisar também o papel das
comorbidades na relação entre a composição corporal e capacidade funcional. A
composição corporal foi avaliada pelo método de bioimpedância corporal e a força
muscular pelo dinamômetro de preensão palmar. A capacidade funcional foi avaliada
para a realização de Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD), AIVD e capacidade
para utilizar escadas. A população de estudo foi constituída por pessoas com mais
de 55 anos residentes no município de Cambé, PR. A amostra foi constituída por
451 pessoas, proporcionais aos setores censitários da área urbana do município.
Houve 83 perdas (18,4%), por recusa à participação ou pelo fato do indivíduo não ter
sido encontrado no domicílio após 4 tentativas de visita. Foram entrevistadas 368
pessoas, com idade entre 56 e 91 anos. A média de idade encontrada foi de 65,4
anos, sendo que 60% eram mulheres, cerca de 80% dos entrevistados pertenciam
às classes econômicas B e C e 60% referiu ter de um a oito anos de estudo. A
obesidade foi encontrada em 36% das mulheres e 25% dos homens. Para os
homens, a força muscular baixa foi um fator associado à dificuldade para utilizar
escadas e para a realização das AIVD independentemente da massa muscular, da
idade e da obesidade. No entanto, quando analisamos as comorbidades juntamente
com a composição corporal, a força deixa de ser um fator independente. Para os
homens, a dor crônica em membros inferiores (MMII) e a obesidade foram os fatores
independentemente associados à dificuldade para utilizar escadas. Para a
realização das AIVD, a IC foi o único fator associado de forma independente à
dificuldade. Para as mulheres, a força muscular baixa e a obesidade foram os
fatores associados à dificuldade para utilizar escadas independentemente da idade e
da massa magra baixa. Quando as comorbidades são analisadas conjuntamente, a
força muscular baixa e a obesidade se mantêm como fator associado, e surgem
outros dois fatores: a dor crônica em membros inferiores e a depressão. Já para a
realização das AIVD, a idade, a força muscular baixa e a baixa massa magra
associaram-se de forma independente à dificuldade. Ao analisarmos conjuntamente
as comorbidades, apenas a faixa etária (ter 65 anos ou mais) associou-se
independentemente à dificuldade. A prevenção da perda de força muscular deveria
ser priorizada pelas políticas de saúde pública, no intuito de retardar e reduzir a
dependência funcional dos idosos.