Alteração de peso e circunferência abdominal em população de 40 anos e mais, após 4 anos de seguimento
Agnes Carolina Ribeiro Pinto, Ana Maria Rigo SIlva
Data da defesa: 21/09/2016
Introdução: As mudanças demográficas e epidemiológicas ocorridas nos últimos anos propiciaram o aumento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) mundialmente, com o sobrepeso e a obesidade sendo considerados importantes fatores de risco. Objetivos: Analisar mudanças de peso, das categorias do IMC e circunferência abdominal, em adultos de 40 anos e mais, entre 2011 e 2015. Métodos: Estudo longitudinal prospectivo, que faz parte do projeto: “Estudo de coorte Vigicardio 2011-2015”, realizado em Cambé (PR), com indivíduos de 40 anos e mais, residentes em todos os setores censitários urbanos. O índice de massa corporal (IMC) foi classificado conforme as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), com pontos de corte distintos para cada faixa etária. A circunferência abdominal (CA) foi classificada em baixo risco (<80 cm em mulheres e <94 cm em homens), risco moderado (≥80 cm em mulheres e ≥94 cm em homens) e alto risco (≥88 cm em mulheres e ≥102 cm em homens). A alteração percentual de peso foi definida em perda ≥10%, perda >5 a <10%, manutenção ≤5 a ≥5%, ganho >5 e <10% e ganho ≥10%. As análises estatísticas foram realizadas ao nível de confiança de 95% (pvalor significativo <0,05), para as características sexo, faixa etária e tercis de classificação econômica. Utilizou-se cálculo de frequências absolutas e percentuais, intervalos de confiança de 95% com correção de Bonferroni e o testes de ShapiroWilk para verificar normalidade dos dados. Para avaliar as diferenças nas medidas de peso e CA foi feito o teste de Wilcoxon para dados pareados. Para verificar diferenças entre sexo, faixa etária e tercis da classificação econômica em cada uma das categorias de IMC e classificações da CA foi feito o teste Qui-quadrado ou o teste Exato de Fisher, seguido do teste z para comparação das porcentagens entre as colunas. A pesquisa foi autorizada pelo CEP-UEL (CAEE nº 39595614.4.0000.5231) e realizada após assinatura do termo de consentimento pelo participante. Resultados: Participaram do estudo 863 indivíduos, com média de idade de 54,18 anos (±9,68) e que apresentaram características sociodemográficas semelhantes à amostra original. Não houve diferença estatisticamente significativa nas classificações de IMC e CA entre 2011 e 2015. Após 4 anos, a maioria dos indivíduos manteve o peso inicial, em ambos os sexos, faixas etárias e tercis econômicos. Os percentuais de manutenção do peso foram maiores em homens (63,2%), idosos (60,2 a 64,2%), e semelhantes em todos os tercis econômicos (aproximadamente 58%), entretanto não foram estatisticamente significativas. A alteração das classificações do IMC e da CA também foram marcadas pela manutenção das classificações de 2011, com importantes diferenças entre os sexos, faixas etárias e tercis econômicos. Conclusão: Os indivíduos avaliados apresentaram elevados percentuais de manutenção das classificações de IMC e CA para todas as características analisadas (sexo, faixa etária e tercis econômicos). A alteração percentual de peso também foi caracterizada pela manutenção de peso entre os sexos, faixas etárias e tercis econômicos.