Teses e Dissertações
Palavra-chave: Hospitalização
Asma em municípios do Paraná: Análise de internações hospitalares e avaliação de um programa de atenção à saúde
Tatiane Almeida do Carmo, Darli Antonio Soares
Data da defesa: 25/07/2008
A asma, considerada problema de saúde pública, tem estimulado a implantação de
programas de controle deste agravo por todo o país. Este estudo teve por objetivo
avaliar o impacto de programas de controle da asma em municípios paranaenses e a
efetividade do Programa de Controle da Asma no município de Londrina, Paraná.
Realizou-se um estudo dividido em duas fases. A primeira foi realizada com um
estudo de séries temporais desenvolvido com dados secundários do Sistema de
Informações Hospitalares de seis municípios do estado do Paraná. O material de
estudo foi constituído por internações por asma e crise asmática ocorridas entre
1998 e 2006. Na segunda fase realizou-se um estudo de coorte retrospectiva com a
seleção de Unidades de Saúde da Família (USF) de Londrina cujos programas
estavam em fases diferentes de consolidação. Foram selecionadas intencionalmente
três USF, uma com programa consolidado e duas com programa não-consolidado. A
coleta de dados foi realizada por meio de um formulário estruturado aplicado no
domicílio dos entrevistados. Os resultados encontrados na fase I mostraram uma
tendência de redução das internações em todos os municípios estudados.
Municípios com programa de asma apresentaram coeficientes de internação
inferiores em comparação aos municípios sem programa. A queda das internações
nos municípios com programa foi maior que a dos municípios sem programa no
período após a implantação dos programas de asma. Na fase II foram entrevistados
313 asmáticos, 168 inscritos na USF com programa consolidado e 145 cadastrados
nas USF com programa não-consolidado. Houve predominância, em ambos os tipos
de USF, de pacientes do sexo feminino, na faixa etária de 15 a 59 anos, com menos
de nove anos de estudo e pertencentes às classes econômicas C, D ou E. A USF
com programa considerado consolidado apresentou melhor organização do
Programa, com menor relato de taxa de abandono (20,8% em comparação a 36,6%
das outras), maior participação de pacientes em grupos (32,1% versus 2,1%) e
maior relato de recebimento de visitas domiciliares (48,2% versus 0%). Na amostra
estudada também houve diferença significativa (p<0,001) na utilização de
broncodilatadores e no número de atendimentos de urgência entre os asmáticos
cadastrados nas USF com programa consolidado e não-consolidado. Dos asmáticos
inscritos na USF com programa consolidado, 55,4% referiram uso de broncodilatador
em comparação a 74,5% dos inscritos na USF com programa não-consolidado. Em
relação aos atendimentos de urgência, os resultados encontrados foram 29,2% e
55,9% respectivamente para as USF com programa consolidado e não-consolidado.
Um programa de controle da asma bem organizado pode resultar na redução dos
atendimentos de urgência decorrentes de crises asmáticas, contribuindo na melhoria
dos indicadores de saúde, bem como para a elevação da qualidade de vida dos
asmáticos.
Tendência das taxas de internação em menores de cinco anos no período de 1999 a 2010 em Londrina – PR
Kécia Costa, Ana Maria Rigo Silva, Wladithe Organ de Carvalho
Data da defesa: 26/03/2012
A atenção integral à criança constitui uma prioridade entre as políticas de saúde e
um desafio para os gestores. A internação pediátrica gera custos para o sistema de
saúde além de consequências físicas e emocionais para a criança e sua família.
Conhecer a tendência da morbidade hospitalar infantil permite identificar os
principais agravos e possíveis fatores de prevenção, assim subsidia o planejamento
e priorização das ações de saúde e intersetoriais. Esta pesquisa teve como objetivo
analisar a tendência das taxas de internação em menores de cinco anos, residentes
no município de Londrina, no período de 1999 a 2010. Os dados foram obtidos no
sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde –
DATASUS. As variáveis selecionadas foram: faixa etária, sexo, natureza e regime do
hospital, tempo de permanência, causa da internação e ocorrência do óbito. Para a
caracterização das internações, os anos do período de estudo foram agrupados em
triênios e utilizada estatística descritiva. As taxas de internação foram calculadas por
todas as causas segundo capítulos da CID-10, por sexo e diagnósticos da lista de
condições sensíveis à atenção primária (CSAP). Em cada faixa etária calcularam-se
as taxas segundo capítulos da CID-10 e lista de CSAP. Para a análise de tendência
das taxas, aplicou-se o modelo linear através do programa SPSS 19.0. Durante o
período de estudo, ocorreram 45.195 internações financiadas pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) em crianças menores de cinco anos, o que representou 11,56% do
total de internações SUS no município. As hospitalizações foram mais frequentes na
faixa etária de 1 a 2 anos (cerca de 32%) e sexo masculino (55%). Mais de 80% das
internações tiveram duração máxima de 7 dias, e o óbito ocorreu em
aproximadamente 2%. A análise de tendência mostrou declínio das taxas de
internação em crianças menores de cinco anos, redução de 4,87 internações por
1000 crianças/ano. O mesmo ocorreu em todas as faixas etárias, exceto para o
período neonatal. As doenças do aparelho respiratório apresentaram as maiores
taxas, exceto no período neonatal e manteve-se estável no período neonatal e pósneonatal. As doenças infecciosas e parasitárias destacaram-se pela redução,
principalmente no período pós-neonatal, com decréscimo de 1,19 internações por
1000 crianças/ano, porém apresentou estabilidade na faixa etária de 3 a 4 anos. A
evolução das internações por CSAP nos menores de cinco anos também apresentou
tendência decrescente exceto para o período neonatal. O principal grupo de CSAP
foram as pneumonias. O decréscimo das taxas apontam para a melhoria das
condições de saúde infantil devido possivelmente à implantação de estratégias de
atenção direcionadas à saúde da criança neste período. Outros estudos serão
necessários para relacionar as hipóteses levantadas com a efetiva diminuição das
internações, além de outros que busquem avaliar a qualidade dos serviços de
atenção primária à criança, que tem como objetivo a prevenção de agravos e
hospitalização.
Internações por doenças do aparelho circulatório sensíveis à atenção primária: tendência das taxas no estado do Paraná
Flavia Guilherme Gonçalves, Ana Maria Rigo Silva
Data da defesa: 18/06/2014
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são consideradas globalmente uma ameaça
ao desenvolvimento humano. Algumas doenças do aparelho circulatório como a hipertensão
arterial (HA) e insuficiência cardíaca (IC), além de serem classificadas como DCNT, também
são consideradas como condições sensíveis à atenção primária (CSAP), ou seja, internações e
óbitos podem ser evitados se a doença for diagnosticada e tratada oportunamente. As taxas de
internação por CSAP podem ser utilizadas para avaliar indiretamente o funcionamento e a
efetividade do primeiro nível de atenção. O objetivo deste estudo foi analisar a tendência das
taxas de internação por agravos do aparelho circulatório, classificados como CSAP, em
adultos de 40 a 74 anos, residentes no Estado do Paraná entre 2000 e 2012. Realizou-se um
estudo de tendência tanto para o Paraná quanto para as suas macrorregionais de saúde. Os
dados das internações foram obtidos no Sistema de Internação Hospitalar (SIH-SUS) e os de
população foram estimados por interpolação intercensitária dos censos de 2000 e 2010 para o
período de 2001 a 2009, e por projeção demográfica para os anos de 2011 e 2013. Foram
calculadas taxas anuais de internação por sexo para as faixas etárias de 40 a 59 anos e de 60 a
74, bem como para grupos específicos de agravos cardiovasculares. Para a análise da
tendência, foi realizada a regressão polinomial utilizando-se o programa estatístico R.
Ocorreram no Paraná, de 2000 a 2012, 3.754.214 internações pelo SUS, destas, 14,2% foram
classificadas como doenças do aparelho circulatório sensíveis à atenção primária. Quanto à
distribuição proporcional destas internações no Estado e em suas macrorregionais, a IC foi a
causa mais frequente, seguida pela angina, doenças cerebrovasculares e hipertensão arterial.
As taxas médias de internação por angina, doença cerebrovascular e insuficiência cardíaca
para o sexo masculino foram maiores que as do sexo feminino para o Paraná e
macrorregionais de saúde. Já o sexo feminino apresentou maior taxa média de internação por
HA. A faixa etária de 60 a 74 anos foi a que apresentou as maiores taxas de internação para
doenças do aparelho circulatório, com média no Estado de 300,46/104
. Quanto à tendência das
taxas por causas específicas, a angina apresentou tendência crescente, estabilização e novo
período de crescimento para o Paraná e macrorregionais. As doenças cerebrovasculares e a IC
tiveram tendência decrescente seguida de estabilização para o Estado e macrorregionais. Já a
tendência das taxas de internação por HA apresentou comportamentos variados entre as
macrorregionais de saúde e o Estado, como por exemplo: decrescente para a macro CentroLeste-Sul e ascendente, decrescente e estável para as macro Norte e Noroeste. Neste estudo
verificou-se redução das taxas de internação por hipertensão, doença cerebrovascular e IC e
aumento das taxas de internação por angina. Tais constatações indicam que houve melhorias,
porém, ainda há necessidade de ampliar o acesso e a qualidade da atenção prestada pela
atenção primária, bem como fortalecer o trabalho em redes de atenção, especialmente nos
cuidados das doenças cardiovasculares consideradas CSAP.