Teses e Dissertações
Palavra-chave: Hábitos alimentares
Hábitos alimentares de estudantes concluintes de uma instituição de ensino superior privada de Londrina/PR
Lucievelyn Marrone, Ana Maria Rigo Silva
Data da defesa: 30/05/2014
Introdução: O número de estudantes universitários aumentou nos últimos anos,
tanto nas instituições públicas como privadas. Mas o setor privado é o que concentra
o maior número destes estudantes. Portanto, conhecer os hábitos alimentares e os
fatores associados nesta população é importante para o desenvolvimento de
políticas, programas e intervenções relevantes que ajudem na promoção, prevenção
e controle das doenças crônicas. Objetivo: Analisar os hábitos alimentares de
estudantes concluintes de uma instituição de ensino superior privada do município
de Londrina – PR. Material e método: Estudo transversal com 666 estudantes
universitários concluintes. Foi aplicado um questionário do tipo autorrespondido
sobre características demográficas e socioeconômicas, do curso e trabalho, saúde,
hábitos de vida e alimentares. O consumo inadequado de verdura/legume; frutas;
feijão; substituição de refeições por lanches; refrigerante/suco artificial e frituras
foram consideradas variáveis dependentes. Foram feitos ajustes do modelo de
Poisson para análise estatística das associações, considerando como variável
dependente de cada modelo as variáveis do consumo inadequado, e como variáveis
independentes as características: demográficas e socioeconômicas; do curso e
trabalho; saúde; hábitos de vida e alimentares. Permaneceram no modelo final as
variáveis com p-valor <0,05. Resultados: Os estudantes, em sua maioria, eram do
sexo feminino, com 20 a 24 anos de idade, solteiros, pertencentes à classe
econômica B, 40,9% cursavam a área da saúde, 67,1% estudam no período noturno
e 66,3% trabalhavam ou faziam estágio. Quanto aos hábitos de vida 3/4 não faziam
atividade física regular, 83,5% foram considerados inativos e 62,8% utilizavam o
computador e a televisão mais de 3 horas/dia. Das refeições, a maioria realizava as
três principais <5 dias/semana e no próprio domicílio. Quanto aos fatores associados
ao consumo inadequado, após regressão de Poisson, a substituição de refeições por
lanches foi associada ao hábito de realizar as três principais refeições <5
dias/semana, ao consumo de frituras ≥3 dias/semana e ao consumo de feijão <5
dias/semana. O consumo de frituras ≥3 dias/semana foi associado ao hábito de
substituir refeições por lanches e ao consumo de refrigerante/suco artificial ≥3
dias/semana e também ao consumo inadequado de verdura/legume. A ingestão de
refrigerante/suco artificial ≥3 dias/semana associou-se à idade de 20 a 29 anos, ao
sobrepeso/obesidade, a não fazer atividade física e ao consumo de frutas <5
dias/semana. O consumo de frutas <5 dias/semana foi associado aos homens, aos
inativos, ao fato de destinar ≥3 horas ou mais/dia para televisão ou computador, ao
hábito de fazer as três principais refeições e o consumo de verduras/legumes <5
dias/semana, ao consumo de refrigerante/suco artificial ≥3 dias/semana e ao
consumo de bebida alcoólica. Os fatores associados ao consumo inadequado de
verdura/legume foram a idade de 20 a 29 anos, classe econômica B e C/D e o
consumo inadequado de frituras, feijão e frutas. O consumo inadequado de feijão foi
associado negativamente ao fato de fazer as três principais refeições <5
dias/semana, substituir refeições por lanches ≥3 dias/semana, consumo inadequado
de verdura/legume, sobrepeso/obesidade e o tabagismo. As associações positivas
do consumo inadequado de feijão foram a idade de 20 a 29 anos, a classe
econômica C/D e ainda o horário noturno de estudo. Conclusão: O hábito de
substituir refeições por lanches e o consumo inadequado de frituras não foi
associado a nenhuma característica demográfica ou sócio econômica, apenas a
outros hábitos alimentares inadequados. Já quanto ao refrigerante o estudo indica
que os mais jovens possuem este hábito, assim como os classificados em
sobrepeso e obesidade. Quanto às frutas o estudo mostra que os homens
consomem menos este alimento, assim como quem é considerado inativo. Os mais
jovens e os de classe econômica mais baixa consomem menos verdura ou legume.
No caso do feijão, os estudantes mais jovens, do sexo masculino, de classe
econômica mais baixa, e os que estudam no período noturno tem uma ingestão mais
frequente deste alimento.