Os cenários de prática da saúde coletiva na formação do profissional farmacêutico na graduação: interfaces com o pensamento complexo
Fabiane Yamacita Borin, Alberto Durán González
Data da defesa: 10/05/2019
O profissional farmacêutico está em busca de ressignificar seu papel como profissional de saúde, um profissional que atenda aos princípios norteadores do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, é importante compreender o processo de formação do farmacêutico para atuar na Assistência Farmacêutica na Atenção básica no SUS e analisar as percepções dos coordenadores de curso, docentes supervisores, profissionais preceptores e alunos sobre a integração ensino-serviço-comunidade nos cenários de prática da saúde coletiva para formação do aluno de farmácia. Este estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada em um município de grande porte do sul do Brasil em uma Instituição de Ensino Superior pública e uma privada, e em quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) que são campos de estágios dos alunos de farmácia. Foram realizadas vinte e duas entrevistas semiestruturadas no período de fevereiro de 2016 a setembro de 2017, com três coordenadoras, cinco docentes supervisores, dez alunos e quatro profissionais preceptores. Foi adotado também para a coleta de dados um diário de campo. Para a análise dos dados obtidos foi utilizado como referencial metodológico a Análise do Discurso e como referencial teórico o filósofo Edgar Morin a partir de alguns pressupostos da Teoria da Complexidade e dos argumentos para a Reforma do Pensamento, com ênfase nos conceitos do conhecimento pertinente e da compreensão humana. Os principais resultados abordam a matriz curricular do curso de farmácia que não favorece a integração dos conteúdos e o conhecimento pertinente para a formação do aluno; importância da supervisão docente no direcionamento dos alunos e na intencionalidade de alcançar os objetivos propostos pelo estágio; falta de acolhimento dos profissionais da UBS e dificuldade em compreender seu papel formador; farmacêutico com carga horária insuficiente para desenvolver suas atividades profissionais de gestão técnica administrativa e clínicoassistencial; estrutura física inadequada da UBS e as percepções dos participantes da pesquisa sobre a integração ensino-serviço-comunidade que consideram como fator importante a inserção dos alunos nos cenários de prática para compreensão do contexto de sua atuação como profissional de saúde.